32°.

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_Oh, graças a Deus você está de volta...
- Karla exclamou ao avistar as duas mulheres mais altas caminhando pelo estúdio em direção à estação de trabalho. Ela correu atrás delas.
_Tenho atendido e descartado ligações o dia todo... Repórteres, revistas, jornais, manter as mensagens de negócios importantes, bem como algumas ofertas potencialmente favoráveis...
- Ambas as mulheres altas se entreolharam e por cima do ombro para a garota menor com curiosidade.
_Ofertas para entrevistas em apoio a comunidade gay e lésbica.
- Karla explicou com incerteza em sua voz.

Valentina voltou sua atenção para frente, ela não esperava receber essas ligações, Luiza, sim, a morena era quem fazia esse tipo de coisa. Valentina apenas viveu sua vida, Luiza estava preparada para entrevistas negativas ou tablóides que queriam vender sua história por dinheiro, ela não tinha pensado no possível efeito positivo que isso poderia ter.

_Isso é bom, posso ver isso antes de sair? Luiza pode querer dar uma olhada nisso.

_Claro, vou digitá-los e entregá-los para você em breve, no entanto, não consigo lidar com o telefone tocando persistentemente, tenho sido profissional, paciente, firme, depois enérgica e totalmente rude, mas eles continuam ligando de volta, eu estava procurando sua aprovação para bloquear o número deles.

Adriane riu, todo o conceito de Valentina ser perseguida por ser exatamente quem ela era há três dias era muito divertido para ela. Ela também estava tentando imaginar a assistente nervosa perambulando por cada ligação com as emoções que ela acabara de descrever, a imagem não cabia muito bem, Valentina a cutucou e entregou-lhe o chip de memória para colocar no computador.

_Claro, você lembra quem eles eram para que eu possa bloquear também no meu número residencial?

_Sim, ela foi muito rude quando eu disse que você não atenderia ligações hoje, era uma mulher chamada Rebeca Diniz.

Valentina caiu na gargalhada.

_Você está falando sério?

Karla acenou com a cabeça, sem saber o que havia de tão engraçado nisso.

_Oh, não se preocupe em bloquear o número dela, se ela já ligou tantas vezes e você foi rude e agressiva com ela... ela já está no carro, vindo até aqui para chutar a sua bunda por não permitir que ela falasse comigo.

O medo tomou conta do rosto de Karla enquanto Valentina teve que olhar duas vezes para processar que na verdade era raiva o que ela viu no rosto de Adriane, a mulher era realmente protetora.

_Ela não vai realmente machucá-la. Bem, devo dizer que não permitirei que ela machuque sua nova amiga...
- Valentina brincou.
_Não há nada acontecendo entre vocês duas, está?!

Adriane revirou os olhos enquanto Valentina sorria, Karla endireitou a postura, um pouco desconfortável.

_Eu sou hetero, na verdade. Não que haja algo de errado em ser gay...

Ambas as mulheres voltaram sua atenção para a tela do computador para esconder seus sorrisos enquanto a morena nervosa tropeçava ainda mais.

_Quero dizer, é só não para mim. Eu... eu não tive exatamente nenhuma experiência com isso... com... mulheres, mas tenho quase certeza de que não faria muita diferença ter tal experiência em relação à minha sexualidade.

Valentina se endireitou e se virou para Karla, puxando Adriane pelo ombro para olhar para ela também.

_Agora, só direi isto uma vez, e é baseado em experiências passadas. Se houver namoro entre no meio do trabalho, mantenham profissional.

O queixo de Karla caiu e balançou algumas vezes.

_Mas eu...

_É hétero...
- Valentina terminou por ela.
_Sabemos disso, apesar de não ter experiências anteriores com pessoas do mesmo sexo e que mesmo que você fosse, por acaso, curiosa, tem quase certeza de que ainda seria hétero... nós 'sabemos'.
- Valentina sorriu novamente e voltou para o computador.

Através Dos Seus OlhosOnde histórias criam vida. Descubra agora