19°.

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_Você está falando sério?
- Alexandre perguntou enquanto batia o pé no chão.
_Por favor, Simone, me diga que você está brincando?
- A mulher sacudiu a cabeça.
_E você concorda com ela?

_Eu não concordo totalmente com ela...
- ela explicou enquanto se apoiava na bancada e cruzava os braços sobre o peito defensivamente.
_Só não vejo por que não podemos pelo menos perguntar.

_Você quer perguntar a ela? Você a conhece há apenas dois dias, um dos quais a fizemos chorar.

_Você a fez chorar...
- Simone o corrigiu com força.
_Você e Luiza são tão parecidos que às vezes é assustador, vocês dois sempre têm que pressionar, tentando transmitir seu próprio ponto de vista e nunca levar em consideração o fato de que podem estar errados, você tentou culpar aquela garota, fazendo-a se sentir mal por ter machucado Luiza ao tomar a decisão mais dolorosa, mas surpreendentemente bem pensada, que uma garota de dezesseis anos poderia tomar.

Alexandre apoiou as mãos no balcão, deixando a cabeça pesada com a própria culpa. Ele sabia que tinha errado e estava tentando pensar em alguma maneira de se desculpar além de simplesmente dizer as palavras.

_Se ela conseguiu pensar tão profundamente aos dezesseis anos, tenho certeza de que agora é mais do que capaz de lidar com uma simples questão.

O homem se acalmou com algumas respirações profundas e seu tom baixou consideravelmente.

_Só estou com medo de que seja demais, muito cedo. Você viu como ela ficou abalada depois da nossa conversa esta manhã, ela ainda planeja conversar com a amiga que está brava com ela.
Quanto mais emocional... merda você quer fazê-la passar?

_Eu entendo, mas a decisão não é realmente sua. Como Valentina disse, Suzana vai conseguir o que quer. Depende de nós como ela conseguirá isso.

Alexandre tirou os óculos e passou a mão larga pelo rosto.

_Pergunte a Luiza primeiro, isso é tudo que peço e pelo menos espere até depois do jantar.

_Momento perfeito, como sempre...
- Simone entrou na conversa quando o casal mais jovem entrou pela porta da frente e tirou os casacos.
_Estamos quase terminando aqui, então por que vocês duas não vão lavar as mãos e podemos finalmente saborear a comida que não foi queimada ou acabou no chão.

Valentina corou e seguiu Luiza pelo corredor até o banheiro de hóspedes para lavar as mãos, fechando a porta atrás delas.

_O que você está fazendo?
- Luiza perguntou com uma risadinha enquanto a mulher de cabelos escuros segurava seus quadris por trás e começava a beijar seu pescoço.

_Eu teria pensado.
- Ela fez uma pausa, capturando os lábios de Luiza enquanto a virava para encará-la.
_Isso foi bastante óbvio.
- Valentina se abaixou e levantou a morena para sentar no balcão do banheiro, suas pequenas mãos apertando as madeixas escuras.

_Meus pais...
- Luiza argumentou sem entusiasmo enquanto abria as pernas para Valentina ficar entre elas.

A morena passou as mãos sobre o jeans apertado de Luiza até a parte externa das coxas de Luiza enquanto ela avançava e se posicionava.

_No momento estamos apenas nos beijando... você quer que eu pare?

Valentina perguntou provocativamente enquanto movia seus beijos pela coluna
do pescoço de Luiza e depois voltava para o queixo de Luiza, onde ela parou, tirou a boca sorridente e esperou que a morena encontrasse seu olhar interessado com sua resposta.
Luiza lentamente abriu os olhos e encontrou os lindos olhos verdes que pareciam ver dentro dela e ela não conseguia formar palavras. Ela queria que Valentina continuasse, que a levasse e continuasse a levá-la a noite toda até que ela estivesse exausta. Ela queria dar a Valentina cada grama que ela tinha na tentativa de ilustrar que ela era de Valentina, que ninguém nunca tinha chegado nem remotamente perto de fazê-la sentir o que a mulher de cabelos escuros a fazia sentir com o menor toque, o sussurro de sua voz, um simples sorriso, o mais leve dos beijos, ao mesmo tempo, ela só queria que Valentina a abraçasse e nada mais. Apenas enterrar a cabeça no peito de seu amante, envolta na segurança de seus braços, até sentir que seus corpos haviam se fundido e eram inseparáveis, inquebráveis juntos em comparação com seus eus frágeis e separados. Valentina viu o debate intenso nos olhos de Luiza enquanto suas mãozinhas caíam dos cabelos e percorriam a linha do queixo.

Através Dos Seus OlhosOnde histórias criam vida. Descubra agora