Nota: Esse capítulo é totalmente inspirado numa história que vi no Tik Tok, no caso um cenário de romance entre a Y/N e o Capitão Price.
-Capítulo com narração diferenciada.
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[Nome] sempre detestou a ideia de estar casada. Selar um elo com apenas vinte e um anos, prometendo-se de corpo e alma a um homem qualquer a enjoava.
E agora, parada no conjunto de escadas que levavam ao quinto andar do complexo de apartamentos, quase desnua após ter sido jogada a força para fora de casa no frio de graus negativos da Suécia, ela se encontrou em prantos, em meio a tremores e ranger de dentes pelo ar gelado dali.
Não era a primeira vez que acontecia, e não seria a última. Encolhida, gemeu de desconforto enquanto buscava seu celular em sua pequena bolsa de pano — a única coisa que seu cônjuge havia permitido ser levado antes de arrasta-lá a força para fora, jogando-a na neve congelada e fofa. — . Ao não encontrar, se desesperou. A mania de ver as horas para ter uma pequena noção de quanto tempo faltava para ele chegar a desconfortou.
Era um caso complicado. [Nome], uma moça ainda jovem, mas com seu futuro selado a um homem abusivo. Ele, seu amor de adolescência, o homem que estava apegada desde aquela maldita tarde de outono. Tobias, era seu nome.
O magnífico homem que se autodenominava 'Papa Emeritus' ao longo dos anos na banda que havia feito. Ele sabia. Ela sabia.
Nunca, nunca poderiam ficar juntos. A diferença de idade era grande. A forma como viviam era diferente. Um pássaro livre, e um preso dentro de uma gaiola.
Ainda assim, eles tentavam. Lutavam por um futuro onde pudessem viver juntos, terem uma vida digna de um conto de fadas, onde ela seria a princesa indefesa e ele o príncipe encantado que a salvava da torre onde estava presa.
Sonhavam alto com aquilo, por mais inalcançável que fosse. A paixão gravada em ambos seus corações.
Irei morrer de hipotermia. — Ela pensou, se enrolando num canto da escada enquanto tentava ao máximo economizar calor corporal, que era quase como uma impossível tarefa.
Um som reconhecível da porta das escadas sendo aberta se instalou junto ao tão adorado tintilar das chaves. Rapidamente [Nome] se levantou do piso frio, impacientemente batucando os dedos no corrimão.
A figura emergiu da penumbra dos andares abaixo, fazendo-a tremer de felicidade.
— Tobias! — Exclamou, vendo-o quase que automaticamente olhar para cima. Ali estava parada, como uma planta em um vaso, sua amada. Suas roupas esfarrapadas, deterioradas pela neve, curtas.
— [Nome]? — Ele não pode deixar de questionar, subindo mais rapidamente para chegar até ela e colocar o casaco grosso e quente de pelos sobre seus ombros em uma quase desesperada tentativa de aquecê-la. — Ele fez de novo, não é, kärlek? — Tobias questionou raivoso, mas forçando-se a disfarçar o ódio e repugna na voz enquanto caminhava mais um andar acima na companhia feminina.
Não era necessário uma resposta. Era mais do que óbvio o que estava acontecendo ali.
Sabendo de sua atual situação e de seu medo de denunciar o homem que dizia ama-lá, Tobias sempre acolhia a [Nome] com o calor de um relacionamento real. Ele sempre esteve, e sempre estaria disposto a tratá-la como merecia, dando o carinho que nunca teve.
A mulher podia se sentir leve em seus braços mais musculosos, como sempre se sentia ao se encolher e ao se deixar ser abraçada por ele. Seu corpo se encaixava perfeitamente nos braços musculosos dele, o conforto que ela nunca sentiu de seu atual relacionamento.
O calor dele.
O carinho dele.
O amor que ele a proporcionava.
Ele a carregou para dentro do cubo do apartamento, a embrulhando em vários e vários cobertores quentes e aconchegantes. O crepitar das madeiras na lareira, fornecendo calor a ela.
— Quer falar sobre, querida? — O mais velho perguntou, se sentando no lado oposto ao dela, mas ainda próximo. Tobias tinha estampado em seu rosto, uma preocupação natural, a mesma preocupação de sempre. Não era incomum as idas e voltas de [Nome] a sua casa, tanto que ela até mesmo possuía um quarto lá.
— Não... — Ela respondeu, o tremor e o bater e ranger de dentes parando conforme o calor se espalhava na sala.
Era uma sala consideravelmente grande, com um grande sofá de veludo marrom e duas poltronas do mesmo material. No centro, uma mesinha pequena feita de madeira bruta escura, enfeitada com um vaso de porcelana presenteado por ela, feito a mão com cravos brancos.
Havia também uma estante de livros próximo a janela de vidro cristal, pintada em tons cremes, com livros e discos de músicas desorganizados. Talvez o mais importante fosse a decoração natalina na lareira. As meias fofas penduradas, os elfos de brinquedo postos ali.
E o quadro. A primeira foto que tiraram juntos, na perfeita e quase encantadora— como num conto de fadas feito pela Disney— tarde de outono. A mulher sorriu ao ver aquilo, soltando um riso anasalado.
— Você ainda guarda nossa foto? Faz quase uma década que tiramos isso. — Riu novamente, se movendo no sofá confortável e indo até ele, onde se deitou em seu colo.
— Por quê eu não guardaria? É especial, Kära. — Tobias riu em uníssono com ela, se curvando e plantando um beijo em suas têmporas. — Passe a noite aqui, amor...Quero que você melhore. — Disse em um tom amoroso, carinhoso.
A olhando com ternura, ele plantou mais um beijo, dessa vez, em seus lábios. O leve gosto de whisky, misturado com talvez o que parecia cigarro encheu o paladar de [Nome], que sorriu inebriada, como sempre fazia ao estar com ele.
— Prometo que ainda iremos nos mudar para a Califórnia...Moraremos juntos em uma casinha simples de madeira... — Ele continuou em sua fala gentil, espalhando beijinhos pelo rosto dela, a fazendo rir. — Mas sem cães. Eu prefiro gatos.
— Certo...Sem cães. — Riu novamente, levando as mãos ao rosto dele, o acariciando e o observando com brilho nos olhos. — Eu adoraria que isso se tornasse realidade... — [Nome], suspirando pesadamente, ajeitou os panos em cima de seu corpo, que pesavam como uma tonelada.
— E irá. Eu te prometo, amor.
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Nota: Finalmente pude lançar esse cap. Em minha fraca defesa, estou finalizando um one-shot do Shigaraki, então estou meio ocupada nos últimos tempos. :))
