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Capítulo Três: Perda e Dor


Hermione Granger largou o livro quando percebeu que havia lido a mesma página pela quarta vez nos últimos dez minutos. Perto dali, sua mãe consultou a última edição do British Dental Journal. "Você está bem, querido?"

Foi necessário um esforço de vontade para Hermione sorrir. "Estou bem, mãe. Só estou cansado. Vou subir." Ela amava a mãe e o pai, mais do que nunca, mas a atenção ininterrupta dos dois desde junho a estava deixando louca. Cada vez que ela piscava, sua mãe ou seu pai perguntavam se ela estava bem, e isso levava Hermione ao limite.

Ela entendeu o porquê e ficou emocionada por eles a amarem tanto, mas isso ainda a estava levando ao limite.

O dia em que ela acordou na ala hospitalar e encontrou Luna soluçando ao lado de sua cama foi o dia em que ela pensou que seu coração iria se partir. Ela não tinha nenhuma memória depois que foi atingida pela maldição no Departamento de Mistérios, a não ser uma sensação de queda e uma dor terrível e ardente. A dor ainda a acompanhava quando acordou, dois dias depois — uma sensação como se alguém tivesse pegado uma marca em brasa e passado em seu peito.

Mas o que realmente chamou sua atenção foi a forma magra e pálida de Luna Lovegood sentada ao lado de sua cama, curvada com o rosto enterrado nas mãos. Ela procurou por seus outros amigos, mas eles deviam estar nas aulas, nos testes ou no grande salão.

"Luna?" ela perguntou com a garganta seca.

Luna sentou-se e, pela primeira vez que Hermione conseguia se lembrar, a expressão normalmente serena da garota desapareceu, substituída por um rosto devastado pela tristeza e pela dor. "Olá, Hermione," ela disse estupidamente. "Você deve estar com sede."

Ela pegou um copo de água da mesa na cabeceira da cama e manobrou o canudo dobrável para Hermione bebericar. No início, Hermione ficou irritada por ser tratada como uma inválida, até que tentou se mudar e percebeu que, para todos os efeitos, ela ERA uma inválida.

"Onde estão Ron e os outros?"

Luna olhou para ela vagamente por um momento, como se estivesse ouvindo outra coisa, e estremeceu. "A Sra. Weasley levou Gina e Ron para casa mais cedo. Neville está no Salão Principal jantando. Nós nos revezamos sentados com vocês."

"Onde está Harry?"

A expressão de Luna quebrou novamente, como se tivesse sido atingida de repente. Com uma voz frenética e estridente, ela disse: "Ele está gritando, Hermione! Ele está gritando e gritando e está sofrendo tanto que não para de gritar." Ela se inclinou novamente, segurando a cabeça como se estivesse em agonia.

O som dos gritos de Luna atraiu a atenção, mas não de Madame Pomfrey. O próprio Professor Dumbledore entrou na Ala Hospitalar e bastou uma olhada em seu rosto abatido e abatido para perceber do que Luna estava falando. Lágrimas brotaram de seus olhos quando ela disse, "Harry?"

O antigo mago foi até o pé da cama dela e colocou a mão gentilmente nos ombros soluçantes de Luna, mesmo enquanto uma única lágrima de cristal escorria por seu rosto.

"Harry nos deixou para a próxima grande aventura", disse Dumbledore, e para espanto surpreendente de Hermione, a voz do velho realmente falhou no final. "Sirius caiu através do Véu da Morte, e sem perceber o que era o véu, e por causa de seu grande amor por seu padrinho, Harry o seguiu."

"Ele está gritando!" Luna lamentou. "Não é uma aventura, ele está gritando! Ele está sofrendo."

"Durma, criança", disse Dumbledore, e com essa simples palavra Luna afundou na cadeira e teria caído se o diretor não a tivesse levitado na cama ao lado de Hermione.

Broken Chains -Harry Potter/Star Wars ( Tradução )✓Onde histórias criam vida. Descubra agora