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Olá hackers...

Ativando sistemas e programando novas diretrizes para o software...

Capitulo dedicado a Alexia Costa, a sócia oculta do Kaleb.

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26 de setembro de 2022, segunda-feira | 10:24.

"Adoletá, puxa o rabo do tatu, quem saiu foi...?"

     Dentre todas as coisas que fiz na infância, brincar de pega-pega no lago foi algo que realmente me marcou. Na época, além de ser o mais novo do grupo, ainda tinha as pernas curtas e os reflexos tão bons quanto os de um caracol — fatos os quais, automaticamente, me transformavam na eterna mãe Cola. Não importava o que fizesse ou o quanto me esforçasse, nunca conseguia alcançar os outros garotos. Era irritante e insuportável, principalmente porque o Seokjin incentivava-os a correrem em círculos apenas para me deixar zonzo e muito cansado.

    Embora todas às vezes acabasse caindo no meio do gramado graças à fadiga e o mal-estar, jamais desistia de persegui-los, pois no fundo sabia que, uma hora, ou outra, seus corpos iriam chegar ao limite também, então, teria a chance de os alcançar e me vingar daquela palhaçada risonha. Entretanto, Jin sempre foi auspicioso, e quando percebia que eu finalmente estava prestes a apanhá-los, encerrava a brincadeira e nos enchia de argumentos inteligentes para mudarmos de jogo.

   O mais irônico é que isso continuou por muito tempo. Na verdade, só acabou de fato quando a tia Mei encurralou todas as crianças contra a parede e obrigou-as, uma por uma, a contar sobre o real motivo que nos fazia agir esquisito. Nas palavras dela, parecíamos um bando de encapetados tentando invocar o tigre do Cheetos.

    A parte satírica desta história é que aparentemente não aprendi a lição, visto que mesmo após anos me encontro mais uma vez preso neste exato looping de pega-pega. Desde o começo, os inimigos têm zombando da minha cara, fazendo-me andar em círculos enquanto mudam constantemente as suas direções a fim de me exaurir e desviar o foco das ações verdadeiras. Já não sei se estou fugindo ou caçando. É angustiante e quanto mais acelero os passos, maior é a distância entre a gente, só que infelizmente, isso não é no bom sentido. 

    Ser obrigado a falar sobre o Kalac não é uma tarefa fácil para mim, ainda mais pelas diversas coisas que agora também o englobam. Vidas, ligações, parcerias e até sentimentos; são milhares de pontos que não tenho condições psicológicas suficientes para enfrentá-los de frente.

— Pesseguinho, você vai acabar furando o chão desse jeito — Jungkook comenta, tranquilo, fazendo-me estagnar no mesmo lugar. — Posso?

    Mordendo o canto dos lábios, concordo com um aceno sutil e apoio o quadril no encosto da poltrona. Logo, o meu falso marido para à frente das minhas pernas e me abraçando delicadamente, solta uma lufada vagarosa de ar enquanto murmura que vai ficar tudo bem. Sei que nem de longe essa foi a sua intenção, porém acabo ficando ainda mais nervoso, e começando a hiperventilar devido à ansiedade, ralho baixinho e espraguejo os ancestrais do italiano azedo que, aparentemente, está tentando nos fazer mofar em seu escritório como forma de punição.

Projeto Kalac • JikookOnde histórias criam vida. Descubra agora