My Paparazzi • BILL KAULITZ (PAUSADA)

O recado

BILL KAULITZ

Pouco antes da corrida às 00h da madrugada, me encontrava em um galpão escuro, úmido e sujo, segurava uma faca em mãos apontando para um merdinha informante de uma organização rival, seu corpo tremia e seu rosto estava coberto de sangue e hematomas após uma sequência de socos acertadas por mim.

-Sabe porque eu sou tão temido pelos meus opositores? Porque eu sei como manusear uma faca e sei, por exemplo, que após acertar o seu abdômen, posso atingir alguma artéria muito importante, ou quem sabe, dependendo da posição, o baço, o fígado... - meu tom de voz era calmo, me divertia imensamente com aquela situação e pelo seu olhar horrorizado o medo corria pelas suas veias fazendo-o tremer ainda mais. Era uma cena que me proporcionava satisfação, ser temido pelos meus inimigos e ver isso em seus olhares covardes.

-Porra. - resmungou com dificuldades em respirar, seu nariz sangrava e tudo indicava que estava quebrado a essa altura. - Eu já lhe disse tudo!

Balancei a cabeça negativamente.

-Essa não era a resposta que esperava receber. - fechei o punho com a faca e ameacei o esfaquear, mas ele gritou antes.

-Tatsuke! Tatsuke está na cidade. Ele está juntando aliados. - eu dou uma risada irônica, já podia imaginar que a morte de Mitsuo naquela noite no Gin Palace em Roppongi o atrairia.

-Quem é aliado? Quem são os outros informantes? Quem é o impostor em nosso grupo? - questionei sem tirar meus olhos sérios do indivíduo mesmo sabendo que ele não abriria a boca para entregar ninguém, ele era um cachorro bem treinado.

Recebendo o silêncio como resposta eu apenas abri um sorriso e enfiei a faca em seu abdômen, a retirando em seguida, observei seus olhos saltados em surpresa e então se fecharem lentamente.

-Continua desconfiando que existe um traidor entre nós? - Tom indagou com curiosidade, ele me acompanhava nas torturas embora nem sempre torturasse.

-Descobriram os galpões muito rápido e a tentativa de assalto em casa... - parei um momento enquanto limpava o sangue da faca. - Estou certo de que não foi uma tentativa de assalto.

Meu irmão me fitou pensativo e me seguiu para fora daquele lugar nojento.

-Vou pedir para começarem uma investigação, apenas os mais confiáveis. - disse ele, confirmei e limpei minhas mãos ensanguentadas e até um pouco feridas pela força usada por mim em momentos de raiva. - Se Tatsuke está de volta, não é seguro continuarmos com as corridas, também não é seguro que você saia pelas noites sozinho como toda vez. Afinal, o que faz toda noite que não pode contar para seu próprio irmão gêmeo?

A expressão curiosa e preocupada estava em seu semblante, um sorriso de canto surgiu em meus lábios e então o olhei, pousando minha mão em seu ombro.

-Não se preocupe comigo, irmão. Posso me cuidar. - tentei o tranquilizar, tendo em mente que era impossível que alguém conseguisse algo contra mim. - Aquele merda não vai conseguir me pegar desprevenido, eu estou sempre em alerta.

-Da mesma forma, seja inteligente! A máfia mexicana está ligada a ele de alguma forma e nós sabemos o quão perigosos eles são. Não é seguro agir sozinho! - insistiu aumentando o tom de voz, minha mão apertou um pouco seu ombro e fiquei mais sério, controlando o máximo a raiva dentro de mim ao ser contrariado.

-Já disse que posso me cuidar. Eu estou sendo inteligente, não tenho medo do Tatsuke e muito menos dos mexicanos, eles procuram vingança, não irão me matar de imediato, seria muita piedade, eles vão tentar me torturar e espancar antes disso. Mas, para isso, precisam ser espertos o bastante para me sequestrarem, o que não são.