CAP. 62

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"Ah, não."

O fio da espada foi em direção à minha mão esquerda.

No momento em que o golpe foi desferido, o tempo parecia fluir tão lentamente, como se uma palma enorme o segurasse.

Naquele breve e longo momento, Canna percebeu.

Talvez em alguns segundos.

Eles vão cortar meu pulso.

Ficarei aleijado pelo resto da minha vida.

"Não se preocupe, vou viver muito, está tudo bem, não chore.

Canna cerrou o punho. Deu força ao fechamento das pálpebras.

Eu nunca fecharei meus olhos. Houve um som atrás.

Nos últimos minutos da minha vida, quando uma morte chamada "espada" me esperava, continuei seguindo sua mão esquerda!

E quando meu fim estava cada vez mais próximo...

-Ah!

No momento seguinte houve um som

Ah ah!

A espada ficou presa em um ângulo estranho!

-Agh...

Canna, muito assustada e confusa, levantou lentamente a cabeça.

Uma ponta de flecha está presa nas costas da mão de Casil!

-Aah!

E no mesmo momento, outra flecha voou por cima do ombro de Casil.

-Principe!

Só então o cavaleiro afastou Canna. E ele pegou o corpo de Casil. -Ah.

-Sua Alteza! Como vai você?

O cavaleiro rapidamente empurrou Casil nas minhas costas. Ele olhou na direção de onde a flecha havia sido disparada.

-Quem é você! Não se esconda, covarde, mostre-se!

Com suas palavras, o inimigo saiu das sombras.

Não, ele não iria se esconder desde o começo.

O som de passos pesados.

Ouvi passos calmos.

Apesar de todo o caos, ele caminhava com muita calma.

Uma sensação estranha tomou conta de Canna e estreitou os olhos.

Estou errado?

Um brilho prateado opaco era visível na escuridão.

-Como assim.

Não, não pode ser.

Isto não é de forma alguma uma ilusão.

Finalmente, ao se aproximar, o luar iluminou o rosto do homem.

E naquele momento, o cabelo prateado brilhou distintamente. Olhos azul-azulados com um sorriso casual.

- Foi o príncipe quem fez isso?

A voz de Silvien Valentino foi ouvida.

Ele se aproximou, sorrindo descuidadamente.

Continuando a passar por Isaac, atordoado e atordoado, passando por Lord Benicia, ele se aproximou de Cannes.

Mas seu olhar se voltou para o outro lado.

...

-Como pensei. O príncipe teve uma participação nisso.

-Você...

-Faz muito tempo que não te vejo, Alteza.

-...

Quando o cavaleiro ficou sem palavras, o som de um gemido saiu da boca de Casil.

Ele olhou para Sylvien, tremendo de medo.

- O que você está fazendo! Como você ousa cometer traição!

-Traição?

Sylvien baixou a cabeça, surpreso.

- Como pode você, cidadão do império, ter um caráter tão bestial?

Então ele sorriu com ternura e olhou para Canna.

-Porque minha esposa obviamente foi sequestrada.

-...

- Eu vim salvá-la.

O ar ficou frio.

Casil e seu cavaleiro, Azeik e Balix pararam de respirar.

Esposa? Esposa?

Esposa de Silvien Valentino?

O rosto de Casil se contorceu ao perceber seu fracasso. Será que aquela bobagem, dita anteriormente pela mulher, acabou sendo verdade?

-Acho que é só uma desculpa! Duque Valentino, você se atreveu a atacar um membro da família imperial! Você acha que Sua Majestade perdoará tal coisa?!

-Sim.

Sylvien assentiu sem sequer se preocupar.

-Acho que ele vai perdoar.

-Desculpa, o que?

"Eu ataquei os sequestradores para salvar minha esposa. Por falar nisso.

Sylvien suspirou.

O sorriso malévolo e infantil parecia cansado.

-Quem poderia imaginar que esse homem rude e nu não era outro senão um príncipe?

Com essas palavras, o rosto de Casil ficou vermelho.

-Você acha que Sua Majestade vai perdoar isso?

-O que você está fazendo?

-Aquele que está exilado pelo estupro da Baronesa.

As pálpebras de Casil tremeram fortemente.

-Desta vez você está tentando sequestrar e matar a duquesa.

-...

- Não tenho ideia de como dizer isso ao imperador.

Casil não disse uma palavra, como se lhe tivessem cortado a língua.

Neste momento, ele sentia que deveria ser responsável por suas ações.

"É difícil acreditar que Sua Alteza o Príncipe seja filho de Sua Majestade.

O cavaleiro murmurou ameaçadoramente.

-Mas como você ousa atirar um arco no próprio filho do imperador!

-Eu não sabia.

Sylvien riu cinicamente.

-É uma noite escura, não é?

-Você chama isso de desculpa?

Então Sylvien baixou a cabeça.

Um pouco confuso, ele olhou inexpressivamente para o cavaleiro e perguntou.

- Claro, quem diria que era o príncipe quem iria matar a amante da família Valentino, a filha mais velha dos Adice.

-...

-E se eu não tivesse atirado a flecha então, minha esposa teria morrido.

Sylvien respondeu lentamente.

E ele riu.

- Isso não é desculpa suficiente para Sua Majestade?

O que mais pode ser dito?

Nem Casil nem o cavaleiro ficaram em silêncio.

-Nesse caso.

Sylvien passou por eles.

Canna se ajoelhou e levantou o corpo.

- Já é tarde, então discutiremos isso mais tarde.

Sylvien aceitou suas palavras com um sorriso suave.

- Com certeza, boa noite para você.

Somente quando Sylvien e Canna entraram na carruagem é que apenas um escapou dos lábios do homem.

-Uau.

Sentado à minha frente, ele relaxou o nó da gravata. O movimento foi um pouco nervoso.

Então houve uma respiração novamente quando ele começou a pentear o cabelo desgrenhado.

E só depois disso o homem começou a olhar atentamente para Canna.

-...

Porém, ele não disse nada. Ele observou silenciosamente a bagunça da garota.

Ele me olhou da cabeça aos pés.

Cabelo preto emaranhado. Além disso, na nuca e nos antebraços podiam-se ver as impressões das mãos que a agarraram.

Foi só quando ela viu o olhar dele que Canna percebeu sua aparência.

"Oh, eu me machuquei quando caí de uma árvore."

Eu estava tão distraído que nem sabia da minha lesão.

-...

Ele ficou em silêncio por um tempo. Claro, pensei que ele iria começar a fazer perguntas diferentes.

Canna ficou confusa porque Sylvien não perguntou nada.

"Como diabos ele sabia? ʹ

Talvez quando os homens viram o cavaleiro inconsciente, ele pensou em sequestro.

Mas como ele conhecia o lugar?

Sylvien atirou uma flecha, sem saber o que mirar no príncipe? Como ele pensou em lidar com essa situação?

E.

'Por que você me salvou? ʹ

Das muitas questões, esta é a mais importante.

'Por que Sylvien me ajudou machucando o príncipe? ʹ

Fiquei muito curioso. Verdadeiramente curioso.

Até agora, Sylvien ficou do lado do observador quando se trata de mim. Ele não se importava se eu estava vivo ou não.

Existe uma razão pela qual ele de repente me salvou?

Ele iniciou uma revolta massiva atirando em um membro da família imperial?

No entanto, é óbvio que

- sinto muito.

Eu tenho que me desculpar.

- Acho que haverá dificuldades por minha causa. Sinto muito pelos problemas trazidos a você.

-....

Sylvien não respondeu. Ele ainda olhava silenciosamente para Canna.

Mas seu olhar caiu ainda mais.

Canna olhou atentamente nos olhos dele e, por algum motivo, pareceu-lhe que havia falta de clareza na atmosfera reinante.

Talvez minhas mudanças não sejam suficientes?

Bom. Preciso me desculpar adequadamente, как.

Canna levantou educadamente as mãos acima dos joelhos e se abaixou.

-Peço desculpas pelo transtorno causado.

- ...

Isso não é suficiente?

Canna olhou para cima, deixando a cabeça baixa.

E senti a mão de Sylvien, colocada silenciosamente em meu colo.

As costas de sua grande mão se fecharam em punho. Uma veia grossa destacou-se um pouco mais acima.

- Levante a cabeça, senhorita Canna.

Sylvien disse muito baixinho.

- Por favor, levante a cabeça.

Sua voz soava muito suave, criando uma sensação de uma vida pacífica e despreocupada.

Talvez seu constrangimento tenha feito Canna enrijecer e seguir apressadamente as palavras de Sylvien.

Felizmente ou não, o rosto do homem estava calmo, como um lago sem ondulações.

Até um leve sorriso apareceu.

-Porque você está se desculpando?

-.... Obviamente.

Canna respondeu com cuidado.

"Porque você fez o que não precisa fazer por mim. Eu realmente sinto muito.

Nesse momento, Sylvien, que estava sentado ereto, mudou de posição.

Ele se recostou e cruzou as pernas.

O homem inclinou a cabeça e olhou para Canna.

"A senhorita Canna não me deve nada. Não há necessidade de se desculpar porque você não causou nenhum inconveniente.

-...Sim?

"Eu sei que existem indivíduos perigosos aqui como o Príncipe Casil, mas fui eu quem trouxe você até eles.

- ...

"Fui eu quem trouxe você para este lugar. E eu tive que cuidar da sua segurança e do seu bem-estar. Os cavaleiros não eram suficientes para proteger. Este é o meu descuido.

My Body Has Been Possessed By SomeoneOnde histórias criam vida. Descubra agora