Capítulo 3

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Meus 15 anos.

Minha paixonite por Jason tinha ficado para trás, e durante três anos eu mantive meu coração intacto. Aquele episódio constrangedor e um tanto humilhante me fez decidir que não me apaixonaria por mais ninguém, mesmo que fosse o Harry Styles, eu me recusaria a passar por algo semelhante novamente. Sabia que cada pessoa é única, e não todas reagiriam da mesma forma que Jason reagiu. Mas, ainda assim, aquilo me magoou profundamente.

Encontrei Mary pelo caminho, e ela me recebeu com um abraço receptivo, como sempre. Era tão típico dela, amante de abraços e toques físicos. Mary sempre foi muito carinhosa, principalmente comigo. Ela fazia de tudo por mim, mesmo que eu não precisasse, pois a vontade dela de ter uma filha menina a tornava como uma segunda mãe para mim.

— Como pode estar crescendo tão rápido? Já tens 15 anos. - Mary falou durante o abraço.

— Vai ter que se acostumar. - Brinquei, nos afastando. — Onde está o Jason?

— Ele está em seu quarto. - Ela apontou para a escada, e eu assenti.

Curiosa sobre o que Jason queria conversar comigo com tanta urgência, subi as escadas. Ele tinha me mandado uma mensagem dizendo "Vem aqui em casa urgente."

A porta estava entreaberta, e ao dar dois toques, não obtive resposta. Decidi abrir a porta lentamente. Seu quarto refletia sua personalidade, com a cama centralizada, lençóis azul escuro e muitos travesseiros. As paredes eram adornadas com pôsteres de suas bandas favoritas, e em sua escrivaninha, havia algumas folhas que me despertaram curiosidade. Apesar de saber que era errado, a curiosidade falou mais alto, e peguei as folhas para ler.

"Minha Sav, eu sei que as coisas mudaram desde aquela época, sei que errei naquela história, mas você já me castigou demais. Você está me evitando, e todas as perguntas que lhe faço recebem respostas curtas. Já se passaram três anos desde o ocorrido, mas sinto algo que não sei explicar. É como se eu quisesse te beijar todas as vezes que te vejo. Talvez eu esteja apaixonado, e eu não sei o que fazer."

— O que você está fazendo aqui? - Jason aparece na porta, pegando os papéis em minha mão. — Não era para você ler isso.

— A Mary falou que você estava aqui, desculpe. - Ajeitei meus óculos, olhando para a janela. — O que estava escrito nestas folhas é verdade?

Eu queria saber se aquelas palavras eram genuínas, pois brincar com os sentimentos das pessoas não era justo, e eu sabia bem o que era passar por isso.

— Sim, mas não era para você ler. - Ele se sentou e colocou a mão na cabeça.

— Eu sei que foi errado da minha parte ler, mas te conhecendo, você não me contaria. - Sentei-me na cama de Jason, que era absurdamente confortável, parecia até uma cama de hotel.

— Eu ia te falar, por isso te chamei aqui.

Aguardei que ele falasse mais, mas aquilo foi tudo que ele disse. O silêncio tomou conta do quarto, e eu comecei a bater o pé no piso amadeirado. Esperei por uma reação dele, mas ela não veio, então me levantei e me ajeitei.

— Bom, eu tenho que ir. - Falei enquanto caminhava em direção à porta. Por um breve momento, Jason segurou meu braço e me beijou. Sem dúvida, aquele foi o melhor beijo da minha vida, como em uma das jogatinas de Verdade ou Desafio. Era um beijo suave, ele colocou suas mãos em minha bochecha e depois desceu para minha cintura, seu toque me arrepiava. Foi uma mistura de emoções, e eu não queria parar de beijá-lo.

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