Encostei-me no armário do colégio, aguardando que a Chloe reunisse seus pertences. O corredor da escola exibia fileiras de armários de aço desgastados, com tonalidades de cinza desbotado, marcados por adesivos e pequenas anotações deixadas por alunos ao longo dos anos. A luz fluorescente, um tanto fria, iluminava a passagem estreita, contrastando com as sombras que se formavam nas curvas do corredor.
Os sons característicos de uma escola ecoavam ao redor: risadas de estudantes, passos apressados, portas se abrindo e fechando. Cartazes coloridos nas paredes anunciavam eventos escolares, projetos artísticos e conquistas dos alunos. O chão de linóleo, desgastado pelo constante fluxo de estudantes, revelava uma paleta de cores que contava a história do local.
Enquanto esperava, observava o vai e vem dos estudantes, cada um imerso em suas próprias conversas e preocupações. O aroma característico de livros, papel e lanches recém-consumidos permeava o ar, criando uma atmosfera peculiar e inconfundível de instituição de ensino.
Chloe apertava a alça da mochila com firmeza, frustração estampada em seu rosto.
— Como alguém pode fazer isso comigo? - desabafou ela.
— Calma, Chloe. Às vezes, gostar de alguém é um processo. Talvez ela só precise de mais tempo. - Tentei acalmá-la, compreendendo a complexidade das relações.
Consciente de que a construção de laços leva tempo, Chloe mencionou que ela e sofia tiveram uma boa conversa durante a festa.
Ao adentrarmos a sala de química, os detalhes se revelavam. As mesas, dispostas em duplas, sustentavam livros, cadernos e, claro, uma energia peculiar de estudantes inquietos. Jason e Flyn compartilhavam uma mesa próxima à janela, Eddie e Sofia concentrados em suas anotações na mesa ao lado, enquanto Alex e Zoe trocavam risadas distantes.
A sala era impregnada pelo cheiro característico de produtos químicos, um lembrete constante da natureza das aulas. As paredes, adornadas com gráficos e tabelas periódicas, testemunhavam as inúmeras lições ministradas ali. O som da professora explicando a matéria e o arrastar de cadeiras conferiam uma trilha sonora peculiar ao ambiente, onde a aprendizagem acontecia entre risos e desafios acadêmicos.
Me sinto compelida a agir como uma cupido moderna, então, ao invés de me acomodar junto a Chloe, decidi rumar em direção à mesa onde Sofia e Eddie estão sentados, exibindo um largo sorriso.
— Oi, Sofia. Importa se eu me sentar aqui? Eu realmente quero bater um papo com o Eddie. - Despejo um sorriso amarelo, acompanhado da maior mentira que minha mente criou. — Pode sentar com a Chloe.
— Claro, sem problemas. - Ela junta seus materiais enquanto eu me acomodo ao lado de Eddie, observando-a tomar lugar ao lado de Chloe, que parece completamente perplexa, me encarando. Eu apenas lhe ofereço um sorriso.
— O que você quer falar comigo? - Eddie pergunta, rompendo o silêncio.
— Estou tentando unir um casal. - Sussurro, mantendo minha atenção na explicação da professora Lucy.
— Nós dois? - Ele indaga, e eu o encaro.
— Não, credo. Elas. - Aponto discretamente, e ele fica em silêncio.
— Savannah, já que vejo que está tão envolvida na conversa, que tal compartilhar conosco como os conceitos de equilíbrio químico se aplicam em situações do cotidiano?
Droga, droga!
— Ah, claro! Acho que podemos analisar isso considerando o exemplo do bicarbonato de sódio e do vinagre. Quando misturamos esses dois compostos, ocorre uma reação que libera dióxido de carbono, deixando a mistura efervescente. Mas, depois de um tempo, percebemos que a efervescência diminui. Isso acontece porque a reação alcança o equilíbrio químico, certo?
— Exatamente, Savannah! - Ela aprova com um sorriso. — E como você acha que essa ideia de equilíbrio químico pode ser relacionada a situações na vida real, fora do laboratório?
— Bem, acho que muitas vezes em nossas vidas, encontramos situações em que é preciso alcançar um equilíbrio, como nas relações, nos estudos, ou até mesmo nas decisões diárias. Às vezes, precisamos ajustar as proporções para encontrar a harmonia, assim como em uma reação química.
— Muito bem, Savannah! É incrível ver como você faz essas conexões. - Ela elogia, e eu respondo com um sorriso, aliviada.
Apesar de não apreciar a atenção voltada para mim, sou muito dedicada aos estudos, talvez porque sempre me esforce para obter bons resultados.
A Professora Lucy nos orientou a realizar o experimento conforme o que ela nos ensinou.
— Viu que seu amigo a sua paixonite estão te observando muito, né? - Eddie comenta, desviando o olhar na direção de Jason.
— Você sabe que ele está namorando, certo? - Respondo, suspirando enquanto misturo o líquido azul com o verde.
— Não sabia disso, desculpa. - Eddie fala, e eu o encaro.
— Sem problemas, são coisas do passado.
Todos testemunharam o episódio do meu relacionamento com Jason, éramos considerados o casal mais feliz do colégio.
— Por que ele não para de te olhar? - Eddie questiona, me deixando um tanto irritada.
— Eddie, por que está tão incomodado com isso? Inclusive, acho que vocês dois deveriam resolver as coisas. Não são mais crianças. - Concluo o que foi pedido, levantando a mão. — Professora, terminei.
Ela se aproxima da minha mesa para analisar, me liberando. Pego minhas coisas e encaro Eddie.
— Mistura esses dois e pronto. - Indico os líquidos e viro, saindo da sala.
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Conexões Inesquecíveis
RomanceSavannah, uma jovem de determinação ferrenha, tem uma clareza singular sobre seus desejos - ou pelo menos é o que ela gosta de acreditar -. Em sua curta jornada de vida, ela já enfrentou o esmagamento de seu coração pelo amor, não uma, mas duas veze...