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As lágrimas inundavam a face de Marina, como ele pôde? O próprio irmão, a própria mãe, ele não tinha coração algum, mesmo possuindo o primeiro coração de Carter, ele não tinha sentimentos.

— Desculpe querida, mas ele estar vivo meio que estraga meus planos para nós!

— Nós?

A voz da jovem saia meio melancólica meio raivosa, ela queria ataca-lo e arrancar o seu coração de dentro do peito, mas sabia, sabia que se fizesse agora, perderia e toda a tripulação e seus pais iriam pagar.

— Maltom, o terrível Maltom está em meus domínios finalmente! Adorava as histórias sobre você, confesso que achava demais as lendas, mas eram boas!

A pequena criança se soltou dos braços do homem e correu em direção a Marina, abraçou ela com tanta força que por alguns segundos o fôlego lhe faltou.

— Estou aqui pequena, não se preocupe! Estou aqui!

A tripulação mantinha-se em silêncio, não iriam atacar ou ousar falar algo sem que o capitão desse ordem, Maltom estava ali e se estava ali ele daria as ordens, e até agora, o silêncio era gritante.

— O que é isso meus amigos? Até parece que matei alguém, venham, desçam desse pedaço de madeira velha e comam comigo! Aposto que não é todo dia que recebem um convite do próprio mar!

Maltom foi o primeiro a descer, após ele Selene desceu e os homens foram o seguindo, a filha deles apenas observava, não havia planos, não havia meio de escapar, então o que os salvariam dali?

Por um momento ela se arrependeu de ter atendido o chamado do mar, ter seguido o sonho de estar em um navio e ser capitã assim como seu pai, se não fosse esse desejo idiota, não estariam onde estavam.

— Venha querida, vamos comer! — Selene ajudava a filha a se levantar — Sei que vai pensar em algo, mas no momento, precisa ser fiel a seu poder!

Marina se juntou a tripulação e todos se sentaram em uma grande mesa de pedra, a comida servida era de arrepiar os pelos do corpo, haviam pés, mãos, coração e cérebros por toda parte.

— Não acham que eu iria desperdiçar a comida que cai dos navios não é?! Minha mãe ensinou que não devemos nunca desperdiçar o alimento que nos é dado e felizmente existem muitos navios que não são preparados para tempestades!

O estômago dela se revirou com aquilo, só de se imaginar comendo carne humana a ânsia vinha forte.

— Bom, devem estar se perguntando o motivo de tê-los trago aqui! E é mais simples do que imaginam, eu sou o próprio mar e Marina tem um poder incrível, podemos fazer um belo acordo!
Nos casamos e nos tornamos os mais poderosos do mundo ou eu posso arrancar o coração dela e a obrigar a me obedecer, levando em conta de que morrer não é uma opção para ela!

Marina revirou seus olhos enquanto ele falava e por mais que sua proposta soasse tentadora dentro dela, seu cérebro ainda gritava que ele tinha que pagar pelo que havia feito a Carter e isso fazia a raiva e a tristeza crescer ainda mais dentro dela.

— Acho mesmo que depois de tudo que o tem feito a mim, minha tripulação e principalmente a Carter, vou aceitar algo tão doentio? Pois pode matar todos que estão nessa mesa, eu prefiro a morte a estar ao lado de um ser como você!

— Mas você não pode morrer querida, como irá viver a sua eternidade com k peso de saber que você mesma mandou que eu matasse a todos que estiveram aqui por você?

— Se diz tão poderoso e não consegue entender uma vírgula do meu poder! Eu posso morrer, quando eu quiser morrer, quando escolher acolher a morte, quando ela deixar de ser um medo para ser uma amiga!

Depois da Tempestade Livro 2 O Pirata Onde histórias criam vida. Descubra agora