Capítulo 11

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Todos haviam presenciado aquela cena de beijo, Ana mesmo se sentiu presa naquele momento, como se estivesse lembrando de como havia se entregado a Mestre, o amor no começo sempre era assim, cheio de faíscas que acabavam pegando fogo.

Mas o que estava por vir, nenhum ser humano ou não humano imaginava, uma forte onda cresceu e logo tomou o navio, era como se as do mar estivesse com raiva do que estava acontecendo ali dentro, os marujos se afogavam a cada investida que ela dava dentro do navio e a única coisa que Marina pensou ao se afastar de Carter foi na pequena em sua cabine.

Mais que depressa a jovem correu atravessando todos que estavam em seu caminho e abriu a porta, ali estava ela deitada e encolhida chorando, claro que Marina não a culpava, o mar pode ser traissoeiro e perverso as vezes. A jovem a pegou no colo e saiu da cabine que já começava a encher de água, mais cedo ou mais tarde teriam que abandonar o Estrela Negra, porque o mar parecia dar atenção apenas a ele.

Os navios que estavam próximos deixavam seus tripulantes curiosos, afinal o que foi que esses temidos piratas fizeram para enfurecer tanto o mar? Não teriam essa resposta muito cedo, porque não iriam arriscar perder seus navios para ter uma boa história para contar.

A verdade era que o mar queria pegar apenas duas pessoas ali, mas sabia que com o dom de Marina ele poderia falhar, então fez o que qualquer um faria, usou uma fraqueza ao seu favor, ao derrubar Marina longe com suas garras de água salgada puxou a pobre e pequena menina dos braços dela e e desapareceu, assim como as ondas chegaram, sumiram da mesma forma.

—Marina?

Carter sabia que a jovem jamais poderia morrer, mas poderia sim se machucar e não ousaria deixar isso acontecer novamente, havia jurado a si mesmo que dessa vez iria proteger a sua pessoa amada como não pôde proteger sua mãe.

—Estou bem! Eles levaram ela! Precisamos seguir em frente! 

—Vamos encontra-la, mas não podemos por em risco a vida dos outros piratas! 

—E como faremos isso sem um navio?

—Usaremos um barco de fuga! Ele sabia que iria nos atrair no momento em que pegou ela! Assim que estivermos longe o bastante do navio ele irá afundar nosso barco, nos levando direto para seu esconderijo! 

—Okay! Vamos preparar tudo! 

Marina deixou Carter conversar com Mestre, afinal ele havia prometido a seu pai que defenderia Marina e não deixaria nada ocorrer a ela, mas ao mesmo tempo enquanto conversavam viram um navio se aproximar, depois de todo esse ataque teriam uma batalha?

O navio se aproximava rápido, talvez tivessem visto o que o mar estava fazendo e pensaram que seria uma boa hora para ataque, Mestre não sabia, mas colocou seus homens em posto de batalha, pois cada homem ali tinha uma boa estratégia para ataques repentinos, eles sabiam como atrair seu inimigo.

Limparam o convés deixando apenas Ana, ela ficou de costas como se não estivesse vendo o que estava para acontecer e no instante que o navio se aproximou alguém jogou a prancha e fez uma ponte para conseguir atravessar para dentro do outro navio, mas para mestre não foi bem como o esperado, pois as pessoas que adentraram o navio eram apenas Maltom e Selene.

—Estao tentando atacar seu antigo capitão seus ratos?

Marina subiu as escadas ao ouvir sua voz familiar, mais que depressa pulou no pescoço de seu pai, como ela sentira falta dele, de ouvir suas sábias palavras, de poder dormir escutando as histórias de sua mãe, o único problema era que agora ela temia que algo acontecesse com eles.

—O que fazem aqui?

—Estavamos voltando de viagem! Fomos levar seus irmãos para a "escola" de treinamento, quando os homens avisaram que algo estava atacando vocês! 

—Pai...

—Sua mãe ficou com medo de você ter se descontrolado! Então viemos ajudar! O que estava acontecendo?

Selene continuava em silêncio, queria observar o navio e matar a saudade, mas seus olhos tomavam outra atenção, ela pairou observando Carter e o jeito que olhava sua filha e enquanto Marina contava tudo o que acabara de acontecer pulando apenas a parte do romance entre eles, ela percebeu que a filha trocava olhares com o rapazote a cada palavra dada.

—Terminou toda a história Marina? Porque o mar ficaria tão revoltado a ponto de levar uma criança que obviamente é importante para você? Não esqueceu nada?

—Mamãe!

—Vamos Marina! Não se conta uma história pulando os fatos que fizeram ela ocorrer!

—Eu e Carter vamos nos casar e o mar não gostou disso!

Maltom soltou uma alta risada, como se sua filha tivesse dito algo muito engraçado, o que fez é claro a menina fazer careta e abraçar seu próprio corpo.

—Como se o mar fosse uma pessoa...

—Ele é pai! É o irmão doido de Carter, ele jurou que eu seria dele e que meu destino era estar com ele, mas então por conta de uma aposta tola eu e Carter nos apaixonamos e ele não gostou nada disso! 

—Ual... Tantos anos no mar e nunca descobri que ele era um mal amado invejoso...

—Estavamos indo encontrar ele para buscar o coração de Carter que ele roubou, mas algo aconteceu e o coração peludo que estava dentro dele começou a se tornar um coração humano, voltou a bater e...

Carter foi em direção deles e abraçou a menina, porque ela falava tão de pressa que as vezes se engasgava, talvez porque esperava a aceitação do pai ou até mesmo esperava que seu pai estivesse orgulhoso dela.

—Você aconteceu Marina! Minha filha você não vê? Se o mar roubou o coração dele e agora ele está batendo niavemmte, significa que ele não quer só você e sim que se sente ameaçado pelo seu noivo! Vamos ajudar vocês nesta nucas!

—Nós vamos? Selene querida você está grávida e...

—Calado Maltom! Vamos ajudar nossa filha e depois poderemos voltar a nossa sem graça e calma vida em terra firme! 

Marina não poderia estar mais feliz, seu coração batia cada vez mais rápido e não só pelo fato de seu pai não ter matado Carter, mas pelo fato de que participaria de uma aventura ao lado dos dois, e esse era seu sonho desde que começará a ouviu e entender as aventuras que eles contavam.

—Ah já ia me esquecendo de algo, o irmão dele mandou a morte aqui para roubar a alma dele, então vamos resgatar minha pequena e alma de Carter!

Carter queria poder dizer que faria bem mais que isso, mas não queria assustar Marina, não queria mostrar que as vezes ele agia pelo ódio, raiva ou até mesmo a vingança, mas de uma coisa ele sabia, pegaria de volta sua alma e junto seu dom e esse seria o fim de seu irmão, faria ele pagar pela morte da mãe.

Claro que de início ele havia se aproximado de Marina, porque desde que ela entrara no navio ele percebera o mar se remexendo de forma diferente e por isso sabia que Marina o levaria para o esconderijo do irmão, por isso fez a aposta e começou com suas provoacões, mas ele não tô há ideia de que acabaria apaixonado e seria domado tão facilmente.

—Vamos vencer ele juntos Marina! Eu você, Carter e seu pai! Vamos mostrar o que uma família estruturada pode fazer! 

Depois da Tempestade Livro 2 O Pirata Onde histórias criam vida. Descubra agora