Catarina Veríssimo

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A luz acaba, o fogão se acende a base de lenha, a água começa esquentar para um chimarrão, e lá fora… a noite desce, a na escuridão do Sul, a cavalo Pedro chega em um novo lugar, de longe vendo luz de lampiões, descendo de seu cavalo ele chega até um galpão, e escorado na parede um gaúcho, todo de preto e com o chapéu cobrindo seus olhos.

Pedro:— Boa noite.

Desconhecido:— noite.

Pedro:— tô meio perdido… tu sabe dizer mais ou menos onde estamos?

Desconhecido:— aqui é o tal Rincão do ouro.

Pedro:— a bom, tem algum quarto ou pousada por essas bandas? Preciso duma noite de sono.

Desconhecido:— isso eu não sei te dizer, mas tem um cara aí que ganhou umas carreira e vai dar um bailão aí.

Pedro:— mas é aqui mesmo que vou passar uma noite então, noite.

Desconhecido:— noite.

Pedro vira as costas e começa entrar pela porta, mas antes de dar mais um passo é chamado por aquele homem novamente, e ao olhar para trás o desconhecido estava uma mão em cima do revólver de sua cintura.

Desconhecido:— te aprochega aqui, te achei muito parecido com esse cartaz de procurado que tem aí do teu lado… esse aí que tá valendo sete mil vivo ou morto.

Ao olhar para a parede, Pedro vê um cartaz de procurado com seu rosto, mostrando que as notícias foram rápidas, ele olha rápido para o homem e troca de lado o palito em sua boca.

Pedro:— Tu tem razão, é bem parecido, mas igual não é! Esse cara aí usa o palito pra esquerda, e o meu é sempre para a direita.

Desconhecido:— é… olhando bem não te tiro a razão.

Pedro entra rápido no galpão, e o gaúcho fica olhando confuso para o cartaz, a noite passa, Pedro fica no bailão até dormir no balcão, bem de manhãzinha ele acorda com uma dor de barriga, parece que o leite com manga fez efeito, rapidamente pedro corre pelas pessoas dormindo no chão e nas mesas e entra no banheiro, nesse mesmo momento a porta do galpão é chutada com tanta força que assim que bate na parede racha um de seus vidros, as pessoas levantam a cabeça acordando com o barulho, e dando um passo a frente com uma das botas mais bonitas feitas detalhadamente, usando dois revólveres na cintura apoiados por um guaiaca de couro e ouro, um chapéu com o símbolo do Rio grande desenhado a mão com extrema perfeição, ao seu lado dois capangas irmãos, armados com escopetas, uma mulher, dona dessas regiões, a segunda gaudéria… Catarina veríssimo.

Catarina:— alguém viu um tal de… Pedro de Alcântra?!

Sua voz ecoava pelo galpão, um dos gaúchos meio dormindo e bêbado responde sua pergunta.

Bêbado:— Alcântra? Hahaha! Alcântra só existe um nesse mundo… Guria!

Catarina enche os olhos de raiva, e aponta um dos dedos para o homem.

Catarina:— em 30 anos de vida, nem um piá de bosta me chamou desse jeito!

Ela vira as costas e olha para os dois capangas.

Catarina:— matem todos aqui, Pedro não se encontra.

Catarina sai para fora do galpão, os dois capangas engatilham suas armas e sem dó abrem fogo contra todos dali, a força das balas jogavam todos para trás, alguns morreram caindo por cima das mesas, garrafas de Rum lá longe estouraram com os tiros, assim que terminaram os capangas viram as costas e saem do galpão, e é nesse momento que Pedro saiu para fora do galpão, colocando as duas mãos na cabeça vendo todos aqueles corpos do nada, Pedro é um taura que não goste de dívidas, então pegou dinheiro dos bolsos dos cadáveres e pagou o balconista que já havia morrido, logo ele sai para fora do galpão, e o acompanhando pela bunda um rabo de papel.
Pedro saia do galpão e pessoas se reuniam em volta do galpão, assustados com os sons de tiros logo pela manhã, com medo de ser reconhecido Pedro sai do lugar, se afastando um pouco ele vê uma prenda sentada sozinha em uma mesa ali perto, Pedro já afastado de todos decide se sentar com ela.

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