Madalena Gonçalves

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Pedro de Alcântra galopa na maior velocidade que consegue, chegando em uma vila rústica, ele para seu cavalo e ali mesmo desce, amarrando-o em uma cerca, Pedro põe a mão na cintura, ficando perto de seu revólver sem balas e de sua faca, ele puxa o chapéu para baixo, escondendo o rosto, e assim entra naquela vila, passando por várias casas, os gaúchos ali observam de canto, Pedro para ao ver outro bar, mas antes de entrar… uma mulher ruiva, um chapéu empoeirado, na cintura uma espada, segurando uma bebida, e no pescoço um lenço… um lenço Azul, Madalena Gonçalves, vira na direção de Pedro, seu corpo começa a tremer, ela usa tanta força na mão que estoura a bebida.

Madalena:— Você…

Pedro:— te encontrei… podemos convers-

Antes mesmo de terminar de falar, Madalena puxa sua espada, a espada com a lâmina mais afiada do Rio Grande do Sul, a relíquia com o poder de cortar qualquer coisa. Ela se agacha levemente saltando na direção de Pedro, o mesmo assustado só consegue dar um salto para trás, Madalena corta o ar, a lâmina de sua espada assobia a cada corte, Pedro puxa sua faca e se prepara.

Pedro:— calma! Eu posso resolve-

Madalena:— não a perdão para tu!

Com mais um passo Madalena ergue sua espada de cima para baixo descendo com tudo, Pedro levanta sua faca segurando a espada e logo após a direciona para o chão, no chão Madalena puxa sua espada para cima na intenção de cortar o peito inteiro de Pedro, mas o Alcântra dá mais um salto para trás e com sua faca defende-se da lâmina, os dois começam a trocar inúmeros golpes um contra o outro, Madalena é muito rápida e aplica diversos golpes, mas Pedro, com seus olhos pacientes começa a analisar cada movimento, bloqueando no mesmo instante, em volta dos dois pessoas começam a chegar e olhar tal duelo.

Pedro:— PARE! Você entendeu errado, eu não sou o assassi-

Madalena:— CALA BOCA! EU VOU TE MATAR DESGRAÇADO.

Pedro foi esquivar novamente dando um salto para trás, mas pisa em uma pedra solta criando desequilíbrio, tal ato foi visto por Madalena, a mesma levanta sua espada tapando o sol atrás de si, e enquanto chora desce a espada com tudo, todos ouvem o assobio criado por sua lâmina, mas de repente ele é quebrado… ao abrir os olhos, Pedro havia bloqueado mais uma vez sua espada, segurando sua faca tremendo, os dois começam a disputar força um contra o outro, Pedro tenta conversar com ela, mas a mesma parece surda e muda, está cega pela raiva, até que…

Madalena:— você não ouviu as lendas…

Pedro:— lendas?... Que?

Madalena:— a minha lâmina…

Pedro olha para cima, na direção de sua faca, percebendo que a espada de Madalena estava rachando completamente sua faca, mas agora é tarde de mais…

Madalena:— corta qualquer coisa!

A faca de Pedro vira migalhas, e Madalena desce a espada com toda sua força, todos ouvem o último assobio…ao olhar sangue no chão, a lâmina de Madalena estava ensanguentada… e ajoelhando no chão…. Pedro de Alcântra.
Um corte que começa no lado esquerdo de seu rosto passando pelo olho e acabando no queixo, logo após inicia no peito e acaba na bexiga, Pedro segura seu rosto e sua mão enche de sangue, ajoelhado ele segura no chão com sua outra mão, Madalena o olha de cima para baixo, levanta sua espada e corre em sua direção, para acabar de vez com isso…

Pedro:— sua lâmina atravessa tudo…..

Pedro abre seu outro olho, ajoelha apenas com um joelho ficando mais posturado, põem as mãos no bolso e puxa…

Pedro:— corte isso aqui então…

Pedro do seu bolso retira o terço e aponta na direção de Madalena, a mesma freia a espada antes mesmo que pegasse no terço, Madalena começa a dar passos para trás, e solta a espada no chão, seu corpo treme de medo, e novamente lágrimas começam a emergir de seus olhos.

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