Hoje fazia 10 anos que Henry sumiu, ninguém sabia dele, nem mesmo sua família. Ele foi dado como desaparecido. Pat fez como sempre fazia, olhou a última carta que seu amigo escreveu e começou a ter lembranças, ele sentia falta de Henry. Claro, agora com 25 anos ele já tinha se envolvido com outras pessoas, mas nenhuma era o Henry. Por que ele tinha feito isso?
Ele foi interrompido com uma batida na porta da sua casa, antiga casa dos seus pais. Dês que seus pais morreram tinha sido só ele nessa casa enorme, ele já tinha pensando em se mudar várias vezes, mas de alguma forma ele estava preso nesse lugar. É como se guardasse memórias, era reconfortante. Ele abriu a porta sem expectativa ou algo assim.
Mas quando ele abriu teve um segundo de reconhecimento, pareceu anos. Era o Hen, eles se encaram como se fosse a primeira vez, o coração de ambos começaram a bater tão rápido que poderia explodir. Pat tinha tantas perguntas, e Hen tinha tempo para responder todas elas. Mas como começar a conversar com seu primeiro amor depois de 10 anos? Hen só sorriu e Pat fez o mesmo, isso era a coisa mais arriscada que eles conseguiam fazer. Depois de alguns minutos admirando Hen, que agora tinha o cabelo curto e um bigode o dono da casa falou:
-Você vai entrar
-Eu não tenho opção?
-Não
Depois de ambos entrarem na casa, Pat guiou Hen para a sala, mas era tudo tão estranho, ficava um silêncio muito alto. Por anos, Pat achou que Henry estava morto, ele não sabia nem o que falar, ele não esperava que seu amigo ia voltar, tava mais para primeiro amor do que amigo. Ele só pensou em oferecer algo para seu convidado surpresa.
-Você quer beber algo? Está com fome?
-Eu aceito uma água
-Claro, só vou na cozinha pegar.-Patrick disse isso saindo da sala
Agora Hen estava sentado sozinho em uma poltrona na sala, ele estava muito tenso, mas ele estava pronto para falar tudo. Ele sentia muita falta de tudo, da cidade, dos antigos amigos e principalmente de Pat, Hen se arrependia, mas ele não tinha outra opção.Era tudo tão complicado, quando ele fugiu ele sabia que não era um "adeus" e sim um "até logo". Seus pensamentos complexos de verbalizar foram interrompidos com a chegada de um copo de água e um pacote de biscoito.
-Obrigado.
Pat só acenou com a cabeça, ele queria correr mas suas pernas estavam moles, ele queria gritar mas sua voz tinha sumido, ele queria fumar mas seu isqueiro tinha acabado, a única coisa que ele conseguia fazer era se sentar no sofá, e assim fez. Ele viu Hen bebendo a água e seu coração começou a acelerar igual acelerava antes, ele não deveria sentir isso, mas era inevitável.
Ele tinha que falar algo, mas o que? Hen falou mais rápido
-Desculpa, eu gostaria de voltar para os dias que nós éramos felizes e não sabíamos.- um suspiro longo saiu da sua boca- Depois que eu saí eu só consegui deitar às 10 da noite, se eu não me engano foi em um terreno baldio que eu encontrei no meio da estrada, a lua estava cheia e minha vida não tinha sentido. E lá estava eu, voando por todos os espaços vazios que existiam dentro de mim.
-Henry, por que você me deixou? Quando você foi embora metade de mim sumiu.
-Depois de fugir eu me senti um merda. Eu sei que eu estraguei tudo, eu queria poder mudar tudo.- Henry puxou o ar, ele agora estava pronto para falar-Quando eu cheguei na sua casa todo machucado naquele dia meu pai tinha descobri sobre eu e você, eu não lembro como. Acho que algum amigo seu da época contou para ele que nos viu juntos, e meu pai surtou. Você sabe que ele não era uma pessoa fácil, eu só fiquei com medo dele descobrir que eu estava aqui e acabar sobrando para você. Eu tinha medo de você sofrer com isso, não queria que as consequências caíssem sobre você.Mas eu sei que te fiz sofrer, apesar de tudo. E eu peço desculpas por isso .
Os olhos de ambos soltavam lágrimas, queimavam como se fossem ácido. Eram lágrimas que estavam presas havia 10 anos.
-Eu não seio que responder. Foi muito difícil esses anos sem você, eu fiquei com muita raiva, eu não posso mentir. Eu me sentia abandonado, como se você nunca tivesse se importado comigo
Hen imediatamente interrompeu a frase do seu antigo amigo, como se sua vida dependesse disso, como se ele soubesse a anos o que falar. Talvez Hen realmente sabia, talvez ele já tivesse imaginado esse momento há anos
-Eu me importo com você, sempre me importei. Fugi com medo de você sofrer, eu nunca me perdoaria se você sofresse. Eu queria que tudo tivesse sido diferente, eu te amava muito na época. E a gente nunca teve a oportunidade de conversar
-O problema Hen, é que eu nunca te esqueci. Eu lembrei de você sempre, eu nunca esqueci
-Você acha que eu esqueci de você Pat? Você foi meu primeiro amor
-E você teve segundo?
-Não Pat, eu não tive. Sempre pensei que se eu tivesse outra chance eu iria te amar de novo, mas a verdade é que eu nunca parei de te amar.
-Você vai ir embora de novo?
-Nunca
-Eu ainda te amo, nunca parei. Eu tentei amar outras pessoas, mas eu acho que a gente nunca esquece do primeiro amor. O primeiro amor é sempre uma história que dá um filme, Hen.
Naquele momento não eram os homens que 25 anos que estavam conversando, eram os meninos de 15 anos, eram os garotos que se amavam. Então o Hen de 25 anos fez algo que o Hen de 15 anos nunca faria, beijou Pat sem vergonha. Beijou delicadamente, com as lágrimas salgadas que desciam tentando atrapalhar a união, mas não conseguindo.
-Eu posso ficar aqui?
-Pode Hen, pode.
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Henpat - um verão diferente
RomanceNão seria estranho o cara mais homofóbico da cidade se apaixonar por um garoto? Henry Bowers consegue entender essa situação *Nessa história eu altero a personalidade deles, espero que entendam. Boa leitura!!