Eu estava perdida em meus próprios pensamentos, tentando absorver o significado da profecia e do meu papel nela, quando o labirinto pareceu ganhar vida própria mais uma vez. As paredes se contorceram e mudaram, transformando o ambiente ao nosso redor. Cambaleei enquanto tudo se expandia e contraía, meu equilíbrio ameaçado pelas mudanças abruptas. Ele se aproximou de mim, segurando meu braço para garantir que eu não me afastasse.
Quando a transformação finalmente cessou, nos encontrávamos em uma nova câmara. Era menor do que a anterior, mas não menos impressionante. As paredes estavam adornadas com mais símbolos, cujo significado eu não conseguia compreender. No centro da câmara, em um pedestal de pedra, repousava um livro. Ele parecia antigo, com uma capa de couro desgastada e páginas amareladas pelo tempo.
Nos aproximamos do livro com cautela, sentindo a energia que emanava dele. Ele estava claramente ali por algum motivo. Aeon foi o primeiro a estender a mão e tocar o livro, ele o abriu com cuidado e começou a ler as palavras que estavam escritas nas páginas amareladas. Seus olhos passavam pelas linhas enquanto ele absorvia o conteúdo.
"Este livro," começou Aeon, "é um registro antigo, uma coleção de conhecimentos que remonta a tempos imemoriais. Ele fala das almas escolhidas."
Ele explicou que as almas escolhidas não eram selecionadas por acaso, mas sim pelo próprio Véu, que representava o equilíbrio em Elysium. O Véu escolhia essas almas com base em características específicas, como empatia, compaixão, coragem e a capacidade de resistir à corrupção. Essas almas eram destinadas a servir como guardiãs do reino, mantendo o equilíbrio entre as forças de luz e escuridão.
"Mas algo deu errado," continuou ele com um olhar sombrio. "... no livro diz que as almas já não eram mais necessárias, pois a escuridão nunca iria voltar." Ele suspirou profundamente e, logo em seguida, prosseguiu dizendo: "Clara, você é a conexão entre o Véu e essas almas, a única coisa que o livro menciona e que é de sua responsabilidade restaurar o equilíbrio. "
Eu estava paralisada, a realidade da situação pesando sobre mim como uma pedra. Era difícil aceitar que eu era a chave para restaurar o equilíbrio em Elysium, uma responsabilidade que eu nunca pedi. Mas, quando olhei para Aeon, percebi que não havia outra escolha. Não podia permitir que a escuridão consumisse o reino e as almas que nele habitavam. Com um suspiro, eu concordei.
"Farei o que estiver ao meu alcance."
Ele sorriu, "Estou ao seu lado."
Com isso, começamos a procurar uma saída do labirinto. Caminhamos pelo terreno, seguindo um caminho sinuoso que nos levava mais adiante. À medida que avançávamos, as paredes do labirinto pareciam se mover e mudar, como se estivessem nos conduzindo. As estrelas acima lançavam uma luz suave que iluminava o caminho à nossa frente, revelando símbolos misteriosos no chão que indicavam a direção a seguir.
Logo, chegamos a uma abertura circular no labirinto. Era como uma passagem secreta que nos conduzia para fora das paredes confusas. Ao passarmos por ela, nos encontramos em um amplo jardim, repleto de flores exóticas e árvores majestosas. A lua brilhava no céu noturno, banhando o jardim em sua luz prateada. O ar estava impregnado com um aroma doce, e os sons da natureza enchiam nossos ouvidos.
No tranquilo jardim sob o brilho da lua, enquanto nos recuperávamos de nossa busca através do labirinto, notei uma presença familiar no jardim. Uma figura surgira entre as flores e as árvores, e meu coração deu um salto quando reconheci. A alma de cabelos ruivos estava entre ali, e ela me fitou com olhos que pareciam conter um universo de segredos. Uma sensação de reconhecimento profundo e inexplicável percorreu minha espinha. Parecia que já a conhecia de algum lugar.
Enquanto eu a observava, as palavras do poema ancestral e a profecia ecoaram em minha mente. "Almas escolhidas..." sussurrei, mais para mim mesma do que para os outros. Era como se o jardim, as estrelas, o labirinto e essas almas estivessem todos conectados de alguma maneira.
A alma de cabelos ruivos estava claramente confusa e assustada, suas palavras carregadas de incerteza quando ela questionou. '' que lugar e esse? Como cheguei aqui? ''
O ambiente ao nosso redor pareceu congelar no tempo, como se o próprio tempo tivesse parado de repente. Minha visão começou a ficar turva, e uma sensação de tontura me envolveu. Parecia que eu estava sendo puxada para longe, como se estivesse perdendo a consciência.
Meus olhos se fecharam involuntariamente, e minha mente se tornou um turbilhão de imagens confusas. Era como se eu estivesse em um sonho vívido, mas, ao mesmo tempo, sabia que era realidade. Fragmentos de memória e visões relâmpagos passaram diante dos meus olhos, já não conseguia ouvir a voz preocupada da garota ruiva...
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A morte é o começo
Novela JuvenilEm um mundo onde a morte não é o fim, mas sim o início de uma jornada inimaginável, "A Morte é Só o Começo" nos transporta para uma realidade única e misteriosa. Quando a jovem Clara Walker sofre um acidente fatal, ela desperta em um reino além da c...