Capítulo Dezesseis

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- Eu achei que ficou... legal.

Momo inclinou a cabeça de lado, analisando a árvore, não que houvesse muita coisa para analisar. Nenhum dos enfeites combinava entre si - um jipe de glitter cor-de-rosa pendurado ao lado de um floco de neve e, diversos galhos abaixo, um globo de neve batendo numa meia de feltro e um tenebroso elfo de papel-machê. Pelo menos a árvore tinha vindo com seu próprio pisca-pisca, sem nenhuma lâmpada queimada.

Mina devia ter apertado algum botão do interruptor, porque as luzes cor de âmbar piscaram e de repente a sala foi banhada por um arco-íris de cores. Lâmpadas cor-de-rosa, azul, laranja e violeta piscavam dos galhos, como alfinetadas coloridas de luz.

- Isso é...

Mina jogou a cabeça para trás e gargalhou.

- Eu amei.

Para alguém que parecia ter um poço sem fundo de recursos de onde abastecer, Momo estava completamente à mercê quando se tratava de Mina. No sentido de que não havia cura para como ela estava se sentindo. No sentido de que, toda vez que Mina ria, parecia que ela era pega de surpresa pela própria alegria, e o coração de Momo derretia como manteiga. No sentido de querer fazer Mina rir com tanta frequência que a novidade da alegria até passaria em algum momento, mas nunca perderia o apelo. Momo estava à mercê de Mina, e não queria ser resgatada.

Ela segurou a manga de Mina, puxando com força conforme se ajoelhava diante da árvore.

- Vem cá. Desce aqui.

Sem reclamar, Mina se abaixou e olhou para Momo, erguendo uma das sobrancelhas como se para perguntar "o que é agora?"

Seguindo seu exemplo, Momo foi descendo na direção da árvore e se deitou de barriga para cima quando viu que tinha espaço para fazê-lo sem bater com a cabeça. Serpentear por baixo dos galhos mais baixos era um feito difícil, mas ela o fez sem esbarrar num único enfeite.

Ficar olhando de baixo para as luzinhas nos galhos não tinha a mesma graça de quando ela era criança, decerto porque aqueles galhos estavam meio que vazios, mas ainda assim era bom. Ainda mais quando ela apertava os olhos e as luzes piscavam como estrelas. E ficou melhor quando Mina se juntou a ela, aninhando-se e entrelaçando os dedos nos dela.

- Eles não fazem isso em Grey's Anatomy? - sussurrou Mina.

Momo riu baixinho.

- Sim, mas eu fiz primeiro. Eu fazia Yerin e Mingyu se enfiarem embaixo da árvore comigo. Minha mãe ficava louca, porque desarrumávamos o tapete sobre o qual a árvore ficava montada, e depois a gente espalhava agulhas de pinheiro pela casa toda.

- Nayeon e eu nunca entramos embaixo da árvore, mas eu me lembro de tentar subir nela uma vez.

- O quê?

- Bem, nós esquecemos de colocar a estrela do topo - disse Mina, que deu de ombros e esbarrou no de Momo. - Acho que eu vi aquilo como um erro que precisava ser consertado e Nayeon era menor que eu, então eu meio que... a coloquei lá em cima.

- E ela ficou bem?

- Claro. Eu jamais a deixaria cair. Além do mais, vovó pegou a gente no flagra assim que a levantei.

Momo riu, os músculos da barriga queimando ao tentar imaginar a pequena Mina colocando Nayeon no alto de uma árvore de Natal só por causa de um enfeite. A folhagem de plástico do galho mais baixo pinicou seu nariz, uma agulha solitária dando um jeito de entrar por uma narina.
Momo sentiu uma queimação suspeita no nariz e droga. Seria péssimo se ela...

Espirrasse.

O impulso do espirro a fez ir de encontro a mais um punhado de agulhas de plástico com o rosto e a boca. Pensando bem...

Presságios Do Amor - MimoOnde histórias criam vida. Descubra agora