Flyer - Bruna Marquezine.

14

A noite corria leve é muito divertida. Fred insistia em tentar "tornar Xolo um brasileiro", enquanto Moyo, eu e Bruna observávamos rindo da situação.

- Xolo, me passa essa garrafa, por favor. - Logo estava com a garrafa de meu vinho preferido em mãos. - Experimenta. - Estiquei a garrafa para a detentora dos olhos jabuticabas.

Marquezine levou a garrafa até a boca lentamente, então provando a bebida, me devolvendo um seguida a garrafa.

- Acho que existem melhores, meu amor. - Bruna disse baixo para mim que revirei os olhos, em seguida bebi alguns goles.

- Não acho, meu bem. - Disse no mesmo tom que Marquezine havia utilizado, era bom ter um bolha onde apenas eu e a garota estávamos. Nossos olhares se conectavam e pareciam formar um mundo apenas nosso. - Terá que me mostrar o que você acha bom.

- Pode deixar, vou te levar para tomar todas minhas bebidas favoritas.

- Duvido que eu vou gostar tanto de alguma como dessa. - Disse e ela ergueu uma sobrancelha.

- Não duvide de mim, meu amor.

- Tá gostando de me chamar assim, né Marquezine?- A garota assentiu. - Tá achando que eu sou sua?

- Coitada, Bruna não sabe nem da metade e já acha isso? - Fred disse embolado nas palavras, ok ninguém mais estava sóbrio naquele espaço. Xolo estava nitidamente bêbado e Moyo já estava dormindo no sofá.

- Fred, me conta isso aí. - Bruna disse e eu a empurrei.

- Para disso, Frederico, cuida do Xolo. - Disse brava e recebi risadas vindas do loiro.

- Eu vou é dormir. - Ele disse se levantando, logo após indo até o quarto.

- Caralho, que anfitrião de merda. - Disse me levantando, acordando Moyo e pedindo para que ela dormisse junta de Fred, para que Xolo pudesse usar o sofá. Não teria como alguém dirigir no estado que estavam. Xolo sem pensar duas vezes se jogou para dormir no espaço vago.

- Que mãezona. - Bruna disse e lhe dei dedo, a garota fazia carinho em Leon que não desgrudava dela por muito tempo.

- Vem cá. - Disse estendendo a mão para ajudá-la a levantar. - Você vai ter que dormir comigo, é a única opção.

- Credo, para de me assediar. - Bruna disse rindo e eu lhe dei um leve tapa no ombro. - Você vai ter que me emprestar um pijama. - A garota disse enquanto estava sentada em minha cama.

- Aí pai, me ajuda. - Disse fechando a porta, vou até meu guarda roupa e pego uma calça listrada de pijama que havia ali, junto de uma camiseta branca.- Veja se serve. - Disse para Marquezine que se levantou para ir ao banheiro, enquanto isso coloquei meu pijama e me deitei, a garota estava demorando demais para simplesmente vestir um pijama.

- Voltei. - Bruna disse após abrir a porta. - Ficou certinho, olha. - Ela deu uma voltinha e eu sorri concordando.

- Já sei que posso roubar suas roupas. - Disse e ela negou, Bruna estava mais linda do que o normal, ela estava sem maquiagem alguma, seus olhos se destacavam em sua pele, seus cílios naturalmente grandes, seus lábios minimamente rosados. Tudo nela parecia estar no local certo, da maneira certa.

- Então, senta. - Bruna disse sentada no meio da cama com suas pernas cruzadas em perninhas de índios. Fiz o que a garota pediu. - Eu tenho uma pergunta , não briga comigo.

- Não vou, tô alcoolizada e cansada. - Disse e ela sorriu. Marquezine estava nervosa, a pouca luz que entrava no quarto pela janela, por conta do poste, mostrava que suas mãos não paravam quietas um minuto, sempre que está possível Bruna molhava os lábios e o vai e vem do seu pé não tinha fim.

- Tá, talvez eu esteja nervosa. - Bruna disse e eu sorri calmamente, tentando lhe passar confiança, coloco minha mãe sobre a sua e deixo-a ali fazendo carinhos na morena. - Então, tipo, meio que as coisas vão ficar mais difíceis, sabe? - Na verdade eu não sei do que ela tá falando. - Vai ser mais complicado da gente se ver, logo eu e Xolo vamos ter que viajar para promover o filme, dar os toques finais, tudo isso. E essa é a parte que acaba nos tomando mais tempo. - Bruna deu um sorriso carregado de pedidos de desculpas. - E eu não sei como vai ser as coisas entre a gente.

- A gente pode continuar conversando, se você quiser, claro. - Disse a interrompendo.

- Eu sei, eu quero. Tô falando da gente se ver, sabe? - Ela disse olhando pra baixo, a garota ainda estava nervosa. - Eu gosto da sua companhia, ela me fez bem, ela me faz bem. - Não havia como conter o sorriso que havia em meus lábios. - E tipo, eu te dei o colar pra você sentir como se eu tivesse aqui, sabe?

- Acho que sim, não sei. - Disse e vi em sua expressão uma decepção, ela realmente não estava sabendo como fazia para chegar onde ela queria.

- Tá, como posso falar? - Ela disse para si mesma. - Catarina, eu tenho medo de que eu estrague tudo. Eu não quero estragar tudo.

-Você não vai estragar. Fale quando você se sentir confortável.- Disse olhando nos olhos da garota.

- Porra, esse é o problema, você me deixa confortável, você me deixa bem, muito bem. - Bruna disse me olhando. - Eu não quero que por egoísmo meu isso acabe.

- Juro, não vai acabar.

-  Você jura? - Ela estendeu o mindinho e eu entrelacei o meu. - Se você não gostar, a gente só vai deletar tudo isso. - Concordei e Bruna deitou a cabeça em meu ombro. A garota permaneceu ali por algum tempo, eu quem estou nervosa agora.

- Bruna? - Disse levantando a cabeça dela. - Você tá bem?

- Eu tô com sono. - Ela disse e eu assenti.

- Vem, deita aqui comigo. - Disse empurrando a garota levemente.

- Eu não te falei.

- Outra hora a gente conversa, pode ser? - Disse olhando para Marquezine que negou. A garota estava totalmente deitada, enquanto eu estava apoiada em meu cotovelo para olhá-la. Bruna mantinha seu olhar em mim, ele percorria meu rosto todo, podia sentir queimar onde o olhar da garota estava.

- Você não vai ficar brava, né? Mesmo. - Concordei.

- Outro dia a gente conversa então. - Marquezine se deixou levar pelo sono e dormir em pouco tempo, eu fiquei ali sentindo seu cheiro próximo a mim, mexendo em seus cabelos para lhe trazer conforto, sentindo a garota se mexer na cama e por fim me abraçar. Seu braço descansou em meu tronco e sua cabeça repousou em meu ombro, nossas pernas estavam entrelaçadas, sinceramente acho que fomos feitas para nós encaixarmos.