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- Bom dia, namorada! - Disse depois de abrir meus olhos e deixei beijinhos por todo o rosto de Bruna, que resmungou. - Eu te amo, amo, amo. - Disse abraçando ela que me abraçou de volta.

- Me dá mais cinco minutinhos. - Bruna disse e eu me encaixei na garota, coloquei meu rosto em seu pescoço e passei a fazer carinho. - Gostei, vamos voltar a dormir. - Bruna disse nos cobrindo e com os olhos ainda fechados, eu não conseguiria voltar a dormir, mas fiquei ali, fiquei observando e sentindo o conforto da garota. Eu sabia que hoje era nosso último dia aqui e eu queria aproveitar pra ficar com ela, queria sentir que somos nós duas independente de qualquer coisa. Não quero pensar em voltar pra rotina louca e de não poder demonstrar afeto em público.

Eu tenho medo de quando a mídia souber da gente, tenho medo do preconceito prejudicar Bruna, tenho medo das pessoas em geral, normalmente elas não são amigáveis. Bruna sempre desconversa quando entramos nesse assunto, algo que eu não consigo entender se transmite medo ou tranquilidade, sei como a vida da garota foi tumultuada por conta de seu antigo relacionamento e já falamos sobre como ela não gostaria de viver isso nunca mais.

Além disso, tenho medo de comparações, provavelmente vão ter mil pessoas falando sobre mim, minha aparência, meu trabalho, sobre eu não ser o suficiente e tudo mais. Tenho medo disso me afetar e estragar nossa relação, sabe? Fazer eu acreditar que eu não mereço Bruna. Nunca conversei disso com a garota, não queria que ela tivesse que se preocupar comigo, não nesse quesito.

Marquezine estava prestes a retomar as gravações de uma série para a Netflix, ela estava animada para isso, mas entretanto as gravações são no Uruguai e no Brasil, Bruna me disse isso quase chorando, dizendo que sentiria minha falta quando estivesse gravando, eu abracei a garota e prometi que visitaria ela nesse período. Eu posso fazer as coisas funcionarem, Bruna também e nós vamos fazer.

Marquezine se remexeu na cama e virou de costas para mim, eu podia ver suas costas desnudas que tinham leves arranhões da noite passada, não havia jeito melhor para comemorar nosso início de relacionamento. Me levanto da cama e fecho a cortina, impedindo que entrasse sol no quarto, assim não atrapalhando o sono da garota. Passo a arrumar as coisas do quarto, já que logo estaríamos de partida, não havia sono em mim, nada melhor do que adiantar as coisas chatas.

O celular de Marquezine tocou, eu me aproximei e vi "Lua", era a irmã de Bruna.

- Amor, sua irmã tá te ligando. - Disse balançando Bruna que apenas virou de lado na cama e continuou a dormir. Meu coração estava acelerado, eu atendia ou deixa quieto? - Alô? - Disse assim que deslizei pra atender.

- Bruna? - Uma voz feminina falou do outro lado, parecia confusa.

- Bruna tá dormindo, tentei acordar. - Disse dando um risadinha.

- Espera, você é Catarina? - A garota disse como
se uma luz tivesse iluminado a cabeça dela, concordei. - Meu deus, oi. - A garota disse e acabamos por rir.

- Oi, atendi por causa de ser algo urgente, se quiser eu aviso ela e mais tarde ela liga. - Disse tentando ser simpática, precisava conquistar a família da minha namorada.

- Ah, sim, isso. - O sotaque carioca era presente. - Vocês vem pro Rio?

- Bruna logo vai, acho que esse mês ainda, mas eu não vou conseguir acompanhar.

- O pessoal aqui tá ansioso pra te conhecer, Bruna falou bem de você. - A garota disse me arrancando um sorriso.

- Assim que puder eu vou, é que meu trabalho acaba ocupando muito tempo, sabe?

- Bruna disse que você é fotógrafa, deve ser corrido mesmo, mas saiba que você é muito bem vinda aqui. - Ela disse e eu sorria como um criança. - Meus pais vão tentar parecer durões no começo, mas logo eles já param de graça, foi assim com meu namorado.

- Acho que no fim tudo se ajeita, né? - Disse e ela concordou.

- Você fazendo bem pra minha irmã é o que importa, se ela tá feliz, eu vou estar apoiando vocês. - Ouvi um grito do outro lado da chamada e Luana respondeu. - É a sua sogra, vou desligar, foi um prazer. - A ligação foi encerrada e deixei o celular de Bruna onde estava, voltando a fazer as coisas de antes e tentando entender da onde que eu havia tido coragem de falar com a garota. Estava dobrando as
últimas coisas quando sinto um abraço por trás.

- Bom dia. - Bruna tinha a voz rouca, isso me deixava louca. - Como estamos nessa manhã?

- Eu tenho que te contar uma coisa. - Disse nervosa e Bruna se assustou. - Sua irmã ligou, eu tentei te acordar, você não acordou, fiquei com medo de ser algo urgente, atendi, ela disse pra você ligar depois, eu e ela tivemos uma interação. - Disse rápido e Bruna riu.

- Sério?

- Sim. - Disse e a garota me deu um selinho.

- Eu te amo, tô orgulhosa de você sendo amiga da minha irmã. - Bruna disse tirando sarro e eu revirei os olhos.

- Marquezine, me dá um tempo. - Disse me virando novamente e Bruna colocou suas mãos em minha cintura, seu nariz começou a ser passado por meu pescoço.

- Então eu não posso fazer isso? - Eu neguei, Bruna passou a arranhar meu abdômen e beijar meu pescoço. - Nem isso? - Neguei novamente,
a garota agarrou meu seio. Um gemido escapou. - Você se faz de difícil, mas ama tudo que faço, Pacheco.

Flyer - Bruna Marquezine.Onde histórias criam vida. Descubra agora