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- Você gostou da noite? - Bruna disse assim que entramos em seu apartamento, eu a seguia e agora esperava ela fechar a porta.

- Sim, sentia falta de ficar contigo. - Disse e a garota sorriu. - E você?

- Gostei, mas eu ainda não tô gostando daquele jeito que a garçonete te tratou. - Bruna estava com ciúmes.

- Bruna, para de ver coisa onde não tem. - Disse me aproximando dela e vejo-a revirar os olhos.

- Ela ficava de graça com você, tipo da pra ver que nós duas somos um casal, sabe? - Bruna disse irritada e eu sorri a encarando.

- Eu não sei o que me deixa mais emocionada, você com ciúmes ou você falando que somos um casal.

- E não somos?

- Se você quiser que sejamos, eu sou a favor.

- Volta pro problema, ouça. - Bruna disse colocando sua bolsa no balcão que havia ao seu lado, agora suas mãos se mexiam sem parar. - Ela ficou perguntando as coisas só pra você, te deu piscadinha.

- Eu não vi piscadinha nenhuma. - Disse a interrompendo enquanto sentava no sofá, a garota andava atrás de mim e parou em minha frente.

- Para de se fazer de sonsa, ela praticamente se jogou no seu colo, meu deus, era tão forçado. - Marquezine disse. - Juro, ela abaixando pra pegar as coisas do seu lado, ela colocando os pratos na mesa olhando pra você, ela fazendo gracinha pra você rir, sugerindo prato, pelo amor de Deus, eu quem chamei você pra um encontro.

- Se eu te falar que eu não notei nada disso você vai ficar brava?

- Eu não acredito, Catarina para de graça.

- Eu tô falando sério. - Disse olhando para a garota. - Eu realmente não notei, eu tava tão feliz de sair com você de novo, ainda tô, você entendeu. - Disse e Marquezine bufou enquanto foi pra cozinha. - Meu bem? - Gritei tentando a chamar.

- Você é uma chata. - Bruna disse voltando com um copo de água.

- Eu?

- Você. - Bruna disse sentando do meu lado e colocando as pernas sobre as minhas. - Fica falando essas coisas aí, papinho furado.

- Ah, sim, com certeza. - Disse fazendo carinho sobre as pernas da garota. - Você não acredita em mim, mas eu tô de consciência limpa que tô falando a verdade.

- Ela era bonita, você não notar é impossível.

- Marquezine, meio que eu tô pouco me fudendo pra ela.

- Porra, Catarina, para de jogar papinho, fala sério.

- Eu tô falando sério.

O silêncio ficou no ar, Bruna parecia pensativa, deixei-a no seu momento.

- Você não pode não ter percebido nada.

- Não, eu não percebi e nem queria ter percebido. - Disse pra garota enquanto fazia massagem nos seus pés.

- Isso é jogar sujo.

- Quer que eu pare? - Disse e ela negou enquanto sorria. - Se você tivesse falado que tava incomodada eu pedia pra trocar quem estava atendendo nossa mesa.

- Eu achei que você tava gostando.

- Bruna, pouco me importa quem me quer, desde que você me queira eu já tô feliz. - Disse e não voltei meu olhar pra garota, mas eu sabia que um sorriso convencido estava em seus lábios.

- Catarina. - Bruna me chamou firmemente e eu não olhei, seus dedos encontraram minha bochecha e viraram minha cabeça, assim nossos olhos se encontrarem. - Você tá falando de verdade ou tá só falando por falar? - Bruna disse e eu continuei em silêncio, eu sabia o que sentia por Marquezine, mas tinha medo de admitir pra ela e acabarmos de novo.

- É, é de verdade. - Disse e sorri sem mostrar os dentes, tentando esconder a vergonha que eu estava sentindo. - Você é especial, você é diferente, você é única.

- Meu amor, você é a coisa mais bonitinha com vergonha. - Bruna disse e encheu meu rosto de beijinhos, eu me sentia bem, na verdade, muito bem.- Cata, eu quero que a gente dê certo, do fundo do meu coração.

- Eu também. Quero um dia ser sua mulher.

- Você já é minha mulher, exatamente perfeita pra mim. - Bruna disse e seus olhos brilhavam, eu queria me enfiar em um buraco, não sabia como reagir com aquela mulher falando coisas desse tipo pra mim. - Cata, eu quero te levar pra todos os lugares que fazem parte de mim, quero te levar pra conhecer as crianças da ONG que apadrinho, quero que você conheça meus amigos, quero que conheça meus pais, quero te ter na minha vida. - Enfiei minha cabeça no pescoço de Marquezine, mas não conseguia parar de sorrir.

- Não levamos a sério o lance de ir devagar. - Disse rindo e ela levantou minha cabeça. - Mas eu não me importo nem um pouco, eu sou feliz contigo, eu quero estar contigo em tudo que você me permitir, quero te ver ser essa mulher foda que você é, quero registrar essa sua beleza, quero te levar para os lugares que você ainda não conhece e quero conhecer aqueles que você quer me apresentar, quero tudo contigo.

- Você é muito preciosa, cacete. - Marquezine disse e selou nossos lábios. - Da pra acreditar que a gente foi tão imatura e ficou longe?

- Eu não sei como consegui, amo infernizar você. - Disse e comecei a fazer cócegas na garota, nossos risos se completavam e travamos uma briga entre cócegas.

Flyer - Bruna Marquezine.Onde histórias criam vida. Descubra agora