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- É, eu sei, eu vi. - Bruna estava no telefone, estávamos a algumas horas de voltar para casa, nossos últimos momentos aqui provavelmente serão caóticos. - Eu entendi. - Ela estava brava, eu me aproximei e tentei abraçar ela, recebendo um sussurro pedindo que desse um tempinho pra ela. Eu voltei a sentar na cama e observar Bruna andando de um lado pro outro na varanda. - Não, isso eu não quero, não ligo. - Bruna estava séria, seu empresário estava no telefone. - Tá, vai me avisando, eu vou dar um jeito. - A garota desligou o telefone e escondeu o rosto com as mãos, eu fui até ela e a abracei, agora sendo retribuída.

- Amor, desculpa. - Disse baixinho e ela não me respondeu, Bruna estava chorando. - Desculpa por isso.

- Você não tem culpa. - Bruna disse ainda afundada em meu pescoço. - Isso nem tá doendo, eu só não queria que fosse assim. Não queria que literalmente qualquer coisa minha virasse manchete.

- Amor, você é uma mulher foda, eles vão querer falar de você. - Disse fazendo carinho na garota. - Existem pessoas boas e ruins, a gente tem que lidar com isso, né?

- Só não queria que fosse assim, odeio esse tipo de jornalismo. - Bruna disse parecendo se acalmar, eu continuei meu carinho na garota. - Eles vão logo achar quem você é.

- Você se incomoda?

- Não, tanto faz, eu não sei. - Bruna me olhava aérea. - Queria que não falassem coisa ruim de você.

- Bruna, eu sei que vão falar, tá tudo bem. - Disse e Bruna negou. - Amor, isso não tá no seu controle, ok? Respira. - Disse segurando a mão da garota. - Eu te amo, isso não é nada perto da imensidão do nosso amor.

- Eu te amo, desculpa por ter isso tudo. - Bruna disse e eu neguei. - A gente pode deitar um pouco? - Bruna disse e assim fizemos, até praticamente nosso horário de ir embora, ficamos abraçadas conversando e nos fazendo carinho.

- Me disseram pra se eu quisesse postar um pronunciamento. - Bruna disse após alguns segundos quieta. - Eu não sei se eu gosto disso, não quero expor minha vida.

- Eles vão saber de qualquer jeito quem eu sou, não? - Disse e Bruna concordou. - Você não acha menos pior?

- Eu só tenho medo de tá sendo precipitada.

- Faça o que seu coração mandar. - Disse e Bruna riu.

- Ele tá mandando eu fugir pra bem longe. - Eu dei um beijo na sua bochecha.

- Não vai resolver nada, vamos pensar em relação a uma solução, ok? - Disse e ela assentiu.

- Você veria problema se eu falasse que você é minha namorada? - Neguei. - Tipo, falar namorada não tem problema?

- Por mim não, quem veria problema em seu sua namorada? Eu acho um elogio. - Bruna sorriu e pegou seu celular, a garota entrou no instagram e respirou fundo.

- Vou sentar ali, ok? Qualquer coisa me interrompe. - Bruna disse e eu concordei, a garota se sentou na poltrona que havia no quarto. - Eu te amo.

- Eu te amo. - Disse e mandei-lhe um beijo. - Fale o que seu coração mandar.

- Oi pessoal, normalmente eu não falo muito aqui, mas eu achei necessário hoje. Desde ontem, muitos sites de fofoca andam publicando sobre um suposto namoro que eu estou, quem me acompanha sabe que eu não gosto de expor muito essa parte da minha vida e vim aqui apenas por conta desse tipo de jornalismo. - Bruna disse e seu rosto mantinha a expressão séria. - Então, eu realmente estou em um relacionamento, sim é com uma mulher, caso seja do interesse de vocês eu estou muito feliz com isso. Gostaria de pedir pra que respeitassem a nossa privacidade, eu e minha namorada agradeceríamos muito se fosse possível que isso acontecesse. - Bruna me olhou rapidamente e eu fiz um joia com a mão. - Além da situação de que faltaram com respeito aos nossos momentos, também vi muitos comentários homofóbicos em relação a nós, sinceramente espero a admiração de vocês não dependa de quem eu me envolva, pois isso é totalmente irrelevante, além disso homofobia é crime, então antes de espalhar o ódio pensem bem. Agradeço por quem demonstrou apoio nas redes sociais, por quem me mandou mensagem, espero não ter que vir tocar nesse assunto novamente aqui, pois realmente acho que não seria necessário nem mesmo essa vez, mas infelizmente existe um jornalismo ao redor de pautas que não são jornalísticas. Obrigada pela atenção. - Bruna abaixou o celular e passou a mexer no mesmo.

- Bru? - Disse e a garota me olhou, ela estava distante, provavelmente sua cabeça estava pensando em mil coisas. - Tudo bem?

- Não sei, não sei se eu posto isso. - Bruna disse e bloqueou o celular, o jogando ao meu lado na cama e se deitando em meu peito. - Queria que pelo menos eu pudesse ficar contigo, grudadinha igual esses dias. - Eu deixei beijinhos pelo topo da cabeça da garota.

- Tenho uma ideia. - Disse e Bruna me ouvia atentamente. - Por uns dias, depois que eu acabar no estúdio, vou pra sua casa, assim podemos dormir juntinhas, o que acha? - Disse e vi Bruna sorrindo, algo que deixou meu coração minimamente mais leve.

- Pode ser, mas não quero atrapalhar. - Bruna disse e eu fiz carinho em sua bochecha.

- Meu amor, você não atrapalha, ok? Se quiser ir em casa, pode ser também. - Disse e ela concordou. - Só quero poder cuidar de você.

- Eu já sou grande pra cuidar de mim. - A garota disse e eu a mostrei a língua.

- Mesmo assim continua sendo meu amor e eu quero cuidar de você. - Disse e ela me deu um beijo. Ficamos ali juntinhas até precisarmos partir para casa.

Flyer - Bruna Marquezine.Onde histórias criam vida. Descubra agora