Flyer - Bruna Marquezine.

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Já estávamos dentro do carro, faltando apenas alguns minutos pra chegar no apartamento de Bruna, nossas mãos se encostavam timidamente, a garota e eu estávamos sentadas lado a lado.

- Fica em casa, depois você vai. - A garota disse em meu ouvido e eu respirei fundo, eu realmente queria, mas havia medo em meu ser. Estava com medo de deixar Marquezine me ter por completo e depois, novamente, ficasse estranho nossa relação.

- Você tem certeza? - Disse e ela concordou, então deixei a emoção falar mais alto, assim descendo com a garota quando chegamos na porta do prédio da garota, subindo com conversas e pequenos contatos.

- Eu vou colocar outra roupa, ok? - Bruna disse assim que fechou a porta e eu concordei. - Você já conhece a casa, fica a vontade.

- Obrigada. - Disse e a garota foi pro quarto, deixei minha jaqueta na cadeira, retirei meu tênis e me deitei no sofá. Fechei meus olhos e respirei fundo, eu estava feliz.

Marquezine fazia falta.

Coloquei meu braço sobre meus olhos e aproveitei aquele momento tranquilo. Passei a pensar em como em tanto tempo não havia achado alguém como Bruna, nunca havia me sentido assim, era estranho. Eu me sentia em um romance adolescente, me sentia ao mesmo tempo nervosa e tranquila. Não faz sentido.

Sinto cócegas em meus pés e não pude conter a risada.

- Da um espaço. - Bruna disse e neguei, a garota então se deitou sobre mim, colocando sua cabeça em meu ombro, sua respiração estava em meu pescoço e seus braços me aconchegavam da maneira que dava. Abracei a garota e passei a fazer carinho em seu corpo, estávamos em silêncio, mas estávamos em paz.

- Você tá com sono? - Disse e ela concordou com a cabeça. - Quer que eu vá?

- Fica, por favor. - A garota disse após erguer a cabeça e me olhar, seus olhos estavam iluminados.

- Bruna. - Disse e ela se deitou novamente.

- Se não quiser tudo bem, mas se quiser tudo bem também.

- Você não acha que nosso combinado de ir devagar tá dando errado?

- E você tá se sentindo mal? - Neguei - Nem eu.

- Então nossa conversa não valeu de nada?

- Valeu, mas as vezes falar e fazer são diferentes. Se isso te fizer mal, eu não quero. Eu me afasto.

Eu me afasto.

- Não tá me fazendo mal, só que você quem queria ir devagar.

- Eu não queria que a gente voltasse como se nada tivesse acontecido, estamos indo no tempo das coisas, não?

- Faz sentido, mas você me fala qualquer coisa.

- Você também me fala, qualquer coisa que eu possa fazer pra te fazer bem eu faço.

- Qualquer coisa? - Disse e senti Bruna concordar com a cabeça. - Um beijo seu me faria bem.

- Você beijou aquela loira de farmácia na minha frente. - Bruna disse me encarando e eu revirei os olhos. - Não vou te beijar, não hoje.

- Então você não faz qualquer coisa pra me ver bem.

- Para de ser dramática.