Capítulo 5

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Alguns dias depois, pela manhã o Conde Monteângeles foi notificado pela polícia para depor. O Conde, a princípio, ofereceu resistência, mas depois de alguns minutos de conversa, o Conde relaxou e concordou em fazer o depoimento. Os policiais ficaram em estado de alerta, com a pessoa dele.

– Algo me diz que ele é o responsável por isso. – O policial Reginaldo diz.

– Não diga besteira. Esqueça os tempos que você acusava os outros por instinto. – O delegado diz.

– Ele foi o único que resistiu. Logo... – Reginaldo diz.

– Fique em silêncio. E esperemos à presença do Conde Monteângeles.

Todos aguardaram a presença dele. O Conde chegou na delegacia às 10h47 e o depoimento foi marcado para às 11h. O Conde, acompanhado de seus dois advogados, estava triste e desolado. Provavelmente pela briga que teve com Ravi e com o ódio que ele sente.

Ao entrar na delegacia, o delegado o recebe na porta e o acompanhou para ir à Sala de Depoimento. O Conde não se expressou um segundo sequer, e o policial Reginaldo estava com um pouco de medo, mas conseguiu driblar esse sentimento de ser expresso. Após a entrada do Conde na sala, todos ficaram em silêncio. O delegado se sentou em sua cadeira, mas o Conde se recusou.

– Conde, sente-se. – O delegado diz.

– Não, obrigado. Estou bem de pé. – O Conde diz.

– Não me interessa. – O delegado diz. – Sente-se.

– É que... É que a minha bunda está ardente. – O Conde responde.

– Por quê? Ficou dando o seu cu pros seus empregados? – O delegado pergunta e ele, junto dos policiais, riem.

– Eu uso calças, delegado. – O Conde diz, muito triste.

– Você ofereceu seu rabo para o presidente da segurança pública municipal, isso configura como crime de vantagem indevida. – O delegado diz.

– Fiz de tudo para manter a minha honra, mas ninguém pode me impedir de fazer o que quero. – O Conde diz.

– Você só veio aqui para depor, nós iremos obter dados, até chegar no causador dessa dor. A dor de sua família, ao qual, zombas. – O delegado diz.

– Fiquei muito machucado, mas tenho 75 anos nas costas. Tenho minhas prioridades para o presente. E saiba, que não direi nenhuma palavra para o depoimento. Ninguém irá me forçar a algo que não quero. – O Conde diz.

– Saiba que oferecer o seu cu e negar depoimento à Polícia são dois crimes de mesmo valor. Bem pesado! – O delegado diz.

– Saiba que não serei preso por isso. E vocês deveriam me respeitar. Sairei desta delegacia e ninguém irá me impedir. – O Conde diz.

– Se sair desta sala, serás preso. – O delegado diz.

O Conde se aproxima do delegado, aponta um dedo em seu rosto e grita as seguintes palavras.

– Ninguém irá me prender por algo que não fiz. Não mereço ser suspeito de nada, sempre falei a verdade e sempre a fiz.

O delegado, muito irritado, ordenou que os policiais prendessem o Conde Monteângeles. Era notório o ódio que o delegado estava sentindo, mas de algum modo, conseguiu fazer com que aquele ódio não o dominasse por completo, pois a vontade dele era de dar umas pancadas no Conde. Os policiais tiveram a mesma impressão de que eu tive, enquanto relato a história.

O Conde foi preso, sim. Ofereceu muita resistência, mas os policiais não tiveram pena dele e o puseram na mesma cela que suas filhas. Elisângela estava sentada no chão imundo daquela cela, enquanto Aurora estava dormindo em um colchão bem deteriorado.

O Rebu: A Festa na PiscinaOnde histórias criam vida. Descubra agora