Mirabelle Alexandra Romano, uma menina de 17 anos que está sendo abusada pelo padrasto após a morte de sua mãe também abusiva desde os 3 anos de idade. Ser intimidada no dia a dia e espancada em casa, sua vida não poderia ficar pior. Mas de repente...
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MIRABELLE'S POV
Assim que estávamos no ar, olhei em volta e tudo parecia caro. Do chão aos assentos, ao teto, tudo gritava 'rico' e eu não pude deixar de ficar boquiaberta com tudo. Tudo estava tão brilhante que tive medo de tocar em alguma coisa.
— Você gostou princesa? — Perguntou Antônio.
— Sim, é muito bonito. — falei olhado pela janela e observei as nuvens brancas e fofas. Comecei a pensar em como minha vida mudou tão rápido.
Devo ter ficado muito perdida em meus pensamentos porque senti alguém colocar a mão em cima da minha. Eu imediatamente me afastei e olhei para cima e vi Antonio e Vincent olhando para mim em estado de choque, confusão e preocupação.
— O que foi isso? — perguntou Antonio, olhei para Vincent e vi que ele estava esperando que eu respondesse.
Nunca gostei de contato físico, principalmente quando não é iniciado por mim. Isso basicamente acontece quando você apanhava todos os dias da sua mãe e do seu padrasto.
Nunca poderei contar a eles o que aconteceu comigo.
Eles não vão me querer mais e vão me expulsar. Quero dizer, quem quer uma menina prejudicada e abusada como filha e irmã? Assim que souberem, ficarão enojados e me odiarão e então me jogarão em um orfanato.
Eu estremeci quando uma mão foi acenada na frente do meu rosto. Olhei com os olhos arregalados para a pessoa que estava acenando com a mão e vi que era Vincent.
— Você está bem querida? — Ele perguntou em um tom que parecia... preocupado? Mas por que ele estaria preocupado? Ele me conheceu há uma hora.
quando olhei em seus olhos tentando detectar que seu tom de preocupação era mentira, não consegui ver nada além de honestidade e pânico.
— Sim estou, só não gosto de contato físico. — Murmurei esperando que eles acreditassem em mim. Não parecia que sim, mas não disseram nada o que me deixou feliz.
Ele se inclinou para frente e agarrou minha mão pequena e macia em sua mão grande e áspera e deu-lhe um pequeno aperto tranquilizador.
— Você deve estar confusa, pode nos perguntar o que quiser ok? — Ele disse suavemente como se não quisesse me assustar.
— Então... humm você comia muitos vegetais quando era criança? — Eu perguntei, mas quase imediatamente meus olhos se arregalaram com o que eu disse.
Olhei para os dois e vi que ambos estavam tentando conter o riso. Não durou muito, pois os dois começaram a rir, apertando a barriga enquanto as lágrimas caíam de seus olhos. Eu apenas fiz beicinho para eles e esperei que eles terminassem sua sessão de risadas.
Depois que eles se acalmaram, Vincent disse.
— Faz muito tempo que não dou uma risada tão boa. — ele riu de novo — Mais respondendo sua pergunta, eu comia muitos vegetais, nosso pai nos obrigava a comer ou então levava nossos brinquedos.
