Capítulo 10

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Ricardo Oliveira

Eu realmente estou reconsiderando demitir esses seguranças!

Toda vez é a mesma história e eu que tenho que aguentar o escândalo de Sthefany toda vez. Ela não aceita o fim do nosso relacionamento e agora resolveu me atormentar de todas as formas possíveis.

Começou indo às minhas empresas e exigindo falar comigo, ao negar ou quando não estava no local ela fazia um belo de um show. Depois que foi confirmado que ela não estava grávida, detalhe que eu fiz questão de acompanhá-la no exame de sangue e de ultrassom, seus escândalo se tornaram ainda piores.

Sua fixação no momento é ir até a Beautiful's e sempre fazer drama ou começar a quebrar as coisas quando a mando embora. Hoje foi dia de destruição, ela fez seu drama e eu ver que não cederia começou a tacar alguns banco e copos em minha direção e em menos de dois minutos ela estava fora da boate acompanhada dos seguranças.

Sthefany não percebe, mas a cada vez que faz isso só confirma mais uma vez que minha decisão estava certa e que quando um juíz ver tudo que ela faz dará ainda mais razão para mim. Assim que consigo organizar as coisas percebo que a apresentação de Vanessa já acabou e não estou vendo ela.

Ando cansado até o bar onde o barman chamado Henrique me serve um copo de uísque.

— Dia díficil, chefe? - pergunta já acostumado a ver minhas lutas diárias

— Você não tem idéia de como... - respondo tomando minha bebida

Henrique Sanchez é um jovem de descendência mexicana que buscou a Beautiful's para ter uma forma de bancar a faculdade de Psicologia. Se ele for tão dedicado a faculdade como é com o trabalho, sei que irá bem longe. Sua pele tinha um tom meio acobreado e tinha cabelos escuros e volumosos, além disso seu porte era grande graças aos exercícios que sabia que praaticava. Como ele conseguia, eu não tenho noção.

— Vanessa já foi? - perguntei ao perceber que suas companheiras desfilavam pelo salão

— Ela está nos quartos com um cliente, senhor - respondeu já percebendo meu cuidado com a ruiva. Minha sorte era que ele era bem discreto e não comentava nada, além de muito perceptivo - Damon Star - Disse antes que eu sequer abrisse a boca

Senti meu coração parar por um segundo para logo voltar a bater com força total. Por que ela estaria com ele de novo? Pr que iria expor seu filho? Nós dois sabíamos que Damon não era cuidadoso e que vivia usando e fazendo coisas erradas, então por que ela faria lago assim se é tão cuidadosa com o bebê?

No último mês ela fez todos os exames necessários, tomou todas as vitaminas e seguiu as recomendações à risca. E agora está com Damon. O que ela via nele afinal? Novamente parecendo ler meus pensamentos, Henrique deu a informação que precisava para ir até o local:

— Ela disse que queria conversar com ele e não confirmou se eles iriam ter relações, outro dia ela estava desconfiava que ele poderia ser o responsável por aquele assunto delicado

Percebendo sua forma sutil de me informar sem expor a colega, me fez perceber o que temia: Damon era o pai do bebê de Vanessa e eu não sabia lidar com isso.

Cheguei no corredor e os sons dos gemidos chegaram aos meus ouvidos, apesar dos quartos terem abafadores de som eles não fazem milagre. Não precisei andar muito para ouvir vozes alteradas e sentir meu celular vibrar com um aviso de emergência emitido por um dos quartos. Me aproximei do quarto indicado rezando para que não fosse ela e sim só uma das garotas que encontrou um cliente desagradavel.

Assim que cheguei na porta ouvi o só de objetos se quebrando e um choro baixinho, abri a porta sem pensar duas vezes e quase enfarte com a cena. Vanessa estava encolhida em um canto com a roupa rasgada e com algumas partes do corpo ficando roxas. Ela olhava aterrorizada para Damon que estava a sua frente gritando diversos xingamentos com um dos chicote que normalmente é deixado para os clientes que gostam de coisas mais pesadas. A partir de hoje esses tipo de objeto vai ser banido , eu tenho certeza.

— Vadia veremos se essa peste que você diz que carrega irá sobreviver quando terminar com você - Damon bradava enfurecido contra Vanessa

Damon estava descendo o chicote para acertá-la quando segurei seu braço e o corci. Ele cambaleou para trás se afastando. Meu sangue fervia de raiva só de observar seu rosto. Eu estava mais furioso que qualquer outra vez que o vi perto dela, Hoje eu ver ele a machucando eu esqueceria que ele era o irmão do meu melhor amigo e iria matá-lo. Ele irá a prender a nunca mais levantar a mão para uma mulher, ainda mais para minha mulher!

Sem dar tempo dele pensar ou se reerguer, parti para cima dele desferindo socos até que ele caíssem. Ele revidava, porém não sentia absolutamente nada e só via vermelho.

Ele havia machucado ela. Ele havia xingado ela. Ele pode ter feito ela perder o bebê. Ele tocou nela.

A cada motivo era uma sequência de socos. Só parei quando os seguranças me tiraram de cima dele. Olhei em volta procurando-a e a vi encolhida tentando se cobrir com medo de qualquer um. Tirei meu casaco e já estava caminhando em sua direção quando um dos seguranças me chamou.

— Senhor Oliveira - olhei em sua direção e o homem segurava o braço direito do garoto enquanto seu colega segurava o esquerdo e a cabeça de Damon pendia desacordado - O que faremos com ele

— Coloque para fora e ligue para Cherles, ele que arrume a bagunça do irmão - disse sem rodeios e até um pouco rude. No entanto, me preocuparia com isso depois.

Me aproximei da pequena mulher que se encolheu com a minha presença e coloquei o casaco sobre seu corpo, percebendo que ela se cobriu com ele rapidamente. Seu choro partiu meu coração, ele era dolorido e parecia que partes dela estavam sendo quebradas.

Vanessa não deveria chorar, ela não merecia isso. Não a garota que estava cursando Administração co tanto empenho, não a garota que sempre sorria e tentava ser calorosa com todos, mesmo quando não mereciam. Não a garota ousada que não tinha medo de fazer danças mega difíceis em cima de uma barra. Não a garota que atravessou um oceano buscando um sonho. Não a garota do sorriso brilhante que roubou meu coração.

Ainda com medo de ser rejeitado, me aproximei e a peguei no colo, ela se encolheu ainda mais, mas logo relaxou e encaixou em mim coo se fosse seu porto seguro. Sem me importar com quem iria ver a cena, a carreguei até seu quarto onde ao tetar colocá-la na cama e me afastar ela me abraço mais forte.

Sabia que ela estava vulnerável e estava buscando em mim algo que precisava depois da cena que acabou de viver. Não resistindo, me sentei ao seu lado permitindo que deitasse em meu peito deixando que tudo que sentia saísse sem medo.

Fazia carinho em seu cabelo macio e falava palavras de conforto para acalma-la até que ela reagisse de outra maneira.

— Tudo bem já passou, ele não está mais aqui, você está bem, seu bbê está bem... - repetia esse pequeno mantra que parecia tranquilizá-la

— Ele queria matar meu bebê - A ruiva disse depois de algum tempo ainda no meio do choro - Esse era o objetivo dele e eu acho que ele pode ter conseguido...

Ao ouvir sua frase meu coração se encolheu na mesma velocidade que minha furia crescia. A mulher voltou a chorar como se seu coração estivesse sendo partido, sua mão correu até seu ventre como forma de proteção.

Apertei seu corpo contra o meu querendo a proteger da possibilidade. Nesse momento tomei uma decisão: faria de tudo para mantê-la segura e feliz, para que nunca mais precisasse passar por nenhuma situação como a de hoje, e que ela teria esse bebê, nem que para isso eu mandassem os melhores médicos cuidarem dela. 

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