Monster - BoruSara.

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- Tá, vou tentar falar com ela - disse Namida, enquanto tomávamos o café da manhã.

-Ai sim hein. Quero saber o final dessa história. – Chocho falou, tocando no ombro da garota –

-Eu também quero. Amanhã quero as duas de mãos dadas como dois pombinhos apaixonados. – falei e Namida revirou os olhos, jogando um papel em mim –

Continuamos conversando por um bom tempo, até a sirene tocar, avisando-nos que era a hora de irmos para as celas. Peguei o café da manhã de Boruto e resolvi esperar as garotas para irmos juntas até o corredor do medo.

Eu tinha que conversar com Boruto sobre as coisas que ficavam rodeando minha cabeça. Sei que era um assunto pesado para se tocar logo na parte da manhã, mas não tinha outra opção. Eu queria saber dessas coisas o mais rápido possível para poder ajudá-lo.

Entrei rapidamente no quarto de Boruto, assustando o mesmo, que deu um pulo enquanto saia do banheiro.

-Meu Deus! – colocou a mão no peito, encostando-se na parede, o que me fez sorrir –

O garoto tinha os cabelos molhados e usava roupas leves. Hoje estava um dia mais quente. Ele respirou fundo e olhou para mim, perguntando silenciosamente o que diabos era aquilo.

-Desculpe. – falei ainda sorrindo – Gosto de assustar as pessoas.

-Muitas pessoas. – comentei andando em sua direção e entregando-lhe sua refeição – Aqui.

-Então terá mais uma. Você é muito idiota. – falou e eu sorri largamente enquanto fechava os olhos – Obrigado. – ele pegou a marmita de minhas mãos e saiu da porta do banheiro, sentando-se ao chão no centro do quarto –

Fui até ele e sentei-me em sua frente, vendo-o descascar uma banana devagar.

-Uhum. – resmungou –

-Tenho algumas perguntas para fazer, ok? – ele deu de ombros – Não quero ser intrometida.

-Desculpe por isso. – ele sorriu, mordendo a fruta novamente – Ok. Primeiro... Você tem alguma outra habilidade? – perguntei e ele negou –

-Não que eu saiba.

-Beleza. Eu ouvi dizer que quando você chegou aqui matou várias pessoas, é verdade? – ele assentiu – Você lembra-se disso?

-Quantos anos você tinha? Você os matou com a telecinese, não é?

-Seis. Sim. – sorriu, estalando os dedos – Em um estalar de dedos.

-Antes disso você ficava aonde? – ele olhou para o teto com uma cara pensativa –

-Em um lugar bem pior.

-Ok. Algo sobre esse lugar que queira me contar? – ele colocou a casca da fruta dentro do pote, pegando um iogurte e abrindo o mesmo –

-Era horrível. – falou, bebendo o iogurte. Ok, ele não estava confortável para falar sobre aquilo –

-Certo... Sabe, às vezes eu sentia um desconforto quando estava em sua presença... – mudei de assunto – Você sabe que isso acontecia? – ele assentiu –

-Todos têm esse desconforto. – falou –

-Você sabe o porquê? – ele negou, tomando mais um gole do iogurte –

-Não. – falou –

-Certo. Uma pena. – ele assentiu –

-Sim, eu poderia desfrutar muito disso. – cruzou as pernas – Agora eu tenho perguntas para você. – levantei as sobrancelhas e coloquei a mão no peito –