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DOMINIQUE ELISE

Acho que eu estava bem apresentável. Mas "bem apresentável" não era o suficiente para uma Walter, palavras da minha minha mãe. Eu estava me arrumando com Nailea por vídeo chamada, já que não iríamos juntas ao jantar da vovó. Ela ficou chocada quando recusei ser acompanhante dela pelo motivo de estar indo com o Vinnie. Nai seria a única da família que saberia de toda a minha farsa do bem.

— Por que não usa um colar de brilhantes? — ela sugeriu enquanto eu terminava de me maquiar.

— Vai ficar chamativo demais, não acha? Esse vestido tem muito brilho na parte de cima. — afastei-me um pouco do notebook para que ela pudesse ver melhor a minha roupa.

— É, tem razão. — ficou com a expressão pensativa. — Melhor um colar simples. Aquele que você tem com o pingente pequeno.

Abri uma das gavetas da penteadeira e peguei o colar indicado por ela, o colocando logo depois.

— Ficou bom. — sorri.

— Hoje não é o dia mais difícil do ano? — suspirou enquanto pincelava um pouco de blush em sua bochecha. — Eu daria tudo pra ficar em casa agarradinha com o Travis debaixo de um cobertor grosso e macio.

— Nem me fale. — suspirei.

— Também queria ficar agarradinha com o Vinnie. — perguntou sugestivamente.

— Não do mesmo modo que você, é claro. — ri. — Meu negócio com o Vinnie se resume a sexo.

— Sabe, eu estou surpresa que as coisas estejam no mesmo nível depois desse tempo todo. Você não parecia fazer o estilo sexo casual.

— Eu não diria no mesmo nível. Eu e Vinnie nos tornamos algum tipo de amigos. — dei de ombros.

— E o que isso significa?

— Que eu não o detesto e que o perdoei pelos anos de bullying praticados contra mim.

— Começa assim.

— O que começa assim? — revirei os olhos já esperando ouvir alguma bobagem.

— Nada, priminha. Não vamos deixar essa noite mais intensa do que ela já vai ser.

Assenti concordando.

— Já vai ser difícil demais ter que lidar com a Priscila surtando a noite inteira com a presença do meu pai e da Mary.

— Não deixe ela beber demais, ela fica bem venenosa bêbada.

— Dos tantos desafios e obstáculos da minha vida, ser filha de Priscila Waltee está em primeiro lugar.

Eu e Nai rimos juntas. Ouvi a minha campainha tocar e me dei conta de que seria o Vinnie.

— Acho que o namorado de alguém chegou. — Nai brincou.

— Até daqui a pouco. — mandei um beijinho para ela.

— Até! — mandou outro de volta.

Conferi minha maquiagem mais uma vez e fui atender a porta. Assim que abri tive que dar atenção ao pedaço de mal caminho vestindo um smoking na minha frente. Vinnie nem parecia o motoqueiro bad boy de sempre. Agora ele estava formal demais, com um smoking perfeitamente alinhado todo na cor preta e uma gravata borboleta.

Sorri, me aproximei dele passando minhas mãos por seu peito e entornando meus braços em seu pescoço. Ele sorriu também e segurou minha cintura, se aproximando logo depois para um beijo que durou alguns segundos.

— Você está impecável. — elogiei, ajeitando a gravata dele.

— Posso dizer o mesmo, doutora. — apertou de leve minha cintura. — Só falta um acessório.

Enemies with Benefits ᵛᶦⁿⁿᶦᵉ ʰᵃᶜᵏᵉʳOnde histórias criam vida. Descubra agora