A primeira vez que o senti eu tinha apenas 15 anos, havia acabado de menstruar, pensei que eram dores de cólica e decidi me deitar mais cedo, mas as dores não paravam.
Agonizante.
Quente.
Inebriante.
Eu poderia usar estas palavras para descrever o que senti ao me transformar após longas horas rolando na minha cama e suando frio, era como se a rua e a floresta de Forks me chamassem, eu só precisava sair.
Abri minha janela para respirar, tudo que eu precisava era de ar puro e gelado, sem nem mesmo me controlar andei na ponta dos pés para a porta de entrada no primeiro andar.
Passei pelo quarto do meu irmão, o ronco dele era como um tambor na minha cabeça, abaixo das escadas vi meus pais cochilando no sofá enquanto a tv ainda passava algum filme de época que eles estavam assistindo, cheguei ao lado de fora com sucesso e apenas corri, eu não sabia onde ir, não sabia por quê correr, mas ainda assim o fiz.
Escutei quando o primeiro osso se partiu, graças a floresta ninguém me ouviu rosnar um grito estrangulado na garganta até o outro osso fazer o mesmo e mais outro, em questão de segundos já não era mais eu ali, minhas patas me colocaram de pé e meu focinho farejou tantos cheiros no ar, era dolorosamente bom estar assim, escutei minha calda farfalhar as folhas secas para longe e então tudo mudou.
Eu uivei em dor, isso era doloroso e ruim, meu crânio parecia que iria dividir em dois, meu corpo parecia aumentar para comportar mais e senti como se fosse explodir, minhas patas falharam e meu peso tornou quase impossível respirar, eu engasgava no chão da floresta com o ar porque não tinha ar o suficiente aqui para mim.
Minha mente gritava, rosnava, ordenava e então me chacoalhava, senti o cheiro metalizado de sangue antes do gosto me atingir, eu estava sangrando pelos ouvidos, focinho e boca enquanto me debatia para o parar.
Vai me matar! - gritei apenas para mais uma vez engasgar.
Então, tudo mudou novamente.
Silêncio.
Eu estava morta? Era possível, porque a paz foi recebida de forma tão bem vinda, cada minúsculo músculo do meu corpo relaxou, eu respirei fundo e me permiti fechar os olhos.
Até um arrepio me romper, em um salto eu estava em pé novamente e ao olhar pra lua eu podia saber apenas uma coisa:
Estava na hora de caçar.
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Conectada ao Alfa
FantasyRebeca é uma loba solitária e acredita estar bem assim, até conhecer o Alfa. Assassinatos sobrenaturais invadem e chegam a sua porta, será ela capaz de lidar? Agora com toda uma família nova para se preocupar e um Alfa para chamar de seu, ela é leva...