Tentação Obscura: Um Pacto nas Sombras

Prólogo (Sallie Mathews)

— Hijo da puta. — Exclamo alto, passando as mãos sob o meu rosto, sentindo a dor se alastrar por toda a região.

Seu olhar gélido e sombrio recai em mim, dos pés à cabeça sem vacilar por um segundo sequer. Sua mão vem de encontro ao meu pescoço apertando com os dedos. Engasgo com a falta de ar, segurando suas mãos desesperadamente em busca por socorro que eu sei que não vira.

— Olha só pra você! Praga, você é uma maldição  na minha vida.— suas unhas vermelhas sangue, pontiagudas tocam meu rosto, arranhado completamente a bochecha esquerda. — Sallie, você é tão ruim que sobreviveu até a tentativa de aborto.

Mantenho meus olhos fixos ao seu rosto, enquanto eu corpo se movimenta de um lado ao outro, batendo seus saltos de quinta mão, na madeira gasta do chão, sua roupa esgarçada da mesma cor de suas unhas me fazem parar toda atenção ali. Na mulher que deveria ser minha mãe.

— Já está na hora. — a voz de Simon, meu irmão mais velho, ecoa adentrando o ambiente mofado em que estamos — Ainda não acabamos Sallie, você irá pagar pelo que fez e sabe que não sairá barato.

O por que estou aqui? Essa pergunta alerta várias vezes em minha cabeça enquanto vejo os sorrisos de satisfação nos lábios dos dois. Estar pendurada aqui, não é nada! Nada comparado ao que vivo diariamente, puxo minhas mãos tentando me soltar dos fitilhos dos meus braços. 

Sem sucesso.

Imersa ao teto para piorar totalmente a  minha situação, com os pés em uma cadeira para manter minha altura e não ficar totalmente suspensa, essa cena daria uma ótima cena de suicidio e eu não tenho dúvidas de que esse é o que eles querem. 

Minha morte.

Devem estar se perguntando, o porque você vive isso Sallie? A reposta seria que não tenho escolha.

Deslizo minhas mãos por cima da na glock 9mm, simulação como seria atirar com ela, o jeito confortável para atirar e ela reduz a elevação do cano permitindo a recuperação mais rápida da mira, e as sequências de disparo rápidas.

Até que ser filha de matones locais tem suas vantagens, já que morar em Capurganá, Chocó na Colômbia, já faz isso por si só, você aprende a viver da sua forma, despertando a vontade de sentir novas adrenalinas.

Puxo o ar com força, prendendo o cabelo, analisando cada passo que ela dará, meu quarto totalmente escuro me ajuda a ter a plena clareza de que dos pequenos aos grande planos que fiz questão de planejar darão certo. Mamãe.

Totalmente vidrada ao notebook, aproximo  lentamente a câmera pequena sob seu armário de armas, prontas para ela despachar de forma paralela limpando qualquer barra e sua cara da polícia.

Mas dessa vez não, mamãe, mexo meus dedos rapidamente, digitalizando pelo notebook o lugar de encontro para vender essas armas antes do meio dia. A casa vazia e totalmente acabada é o local perfeito para isso, o local que chamo de lar. Em questão de minutos inúmeras propostas chegam, me fazendo sorrir satisfeita com a quantia generosa que irá chegar na minha conta.

Vendida, para o quartel de Medellín.

Afasto o notebook de geração ultrapassada, relaxando minhas costas sob a cama, me permitindo descansar.

Horas depois.

— Está tudo aqui? Como conseguiu isso? — O homem alto chamado Hector pergunta, pegando todas as armas já separadas na sala.

— Tenho meus meios. — Murmuro sem emoção, rodando a pistola na minha mão despreocupada.

— Quais? — sua voz sai grossa. — Como conseguiu? — pergunta novamente e eu passo a língua entre os lábios, deixando claramente que fui eu que retirei todas as armas, deixando meu nome para quando voltarem saberem que fui eu.

— Tenho meus meios! — Bato o pé. — Irá querer ou não? Tem mais gente na fila. — Falo irritada, com seus olhos presos aos meus.

— Claro que sim. — sinto a pancada na minha cabeça, não vendo mais nada.

(…)

Abro os olhos lentamente, avistando um grande portão de ferro, deslizando minhas mãos no bolso da minha calça gasta, sentindo um papel nele, o puxo deslizando as pontas dos dedos, abrindo.

“Você é uma ameaça, aproveite a sua estadia, Sallie" 

Olho ao redor sem saber onde estou, vendo um único nome Colégio San Carlos.

VOLTAMOS, mais uma apresentada com sucesso 🔥

Capítulo escrito por biazisx, uma salva de palmas para essa maravilhosa.

Voltamos na quinta com mais um, beijinhos

(Sallie Mathews)