Capítulo 8

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Amber Banks

Bato a porta do quarto e respiro fundo, sentindo a madeira nas minhas costas. Lidar com Linda Insuportável Gowin durante as aulas já poderia ser considerado uma tortura das piores, agora, enfrentar seu humor de pinscher raivoso todos os dias e dividir um espaço minúsculo no dormitório está me fazendo desejar uma ala solitária. Talvez, se eu a espancasse, pudesse ser enviada para lá.

Volto a encarar a porta do dormitório, balançando a cabeça em negativa, tentando não cair na tentação de estragar aquele rosto que, apesar de debochado, infelizmente, é bonito.

Giro a chave do carro de Kallel entre meus dedos e entro no corredor do dormitório masculino. Estou disposta a fazer um acordo com o diabo, apenas para não dever nenhum favor a Linda. E por falar em diabo, a placa de perigo na porta indica claramente que estou prestes a entrar no inferno pessoal de Akihiro Nakamura, o lugar onde Effie me deu instruções claras como água para ficar o mais longe possível.

O quão perigoso um procurado pela Yakuza pode ser é algo que estou prestes a descobrir agora.

A música alta não é suficiente para abafar os gemidos que vêm de dentro do quarto. Dou dois toques na madeira, mantendo a atenção no horário, pois a hora do toque de recolher se aproxima. Os gemidos se intensificam e eu soco a porta, fazendo o barulho chamar a atenção.

A música para abruptamente, e os gemidos são substituídos por resmungos descontentes. A porta se abre, e automaticamente minha respiração cessa. Sou incapaz de controlar meus olhos, que percorrem todo o corpo malhado, suado e atraente de quem acredito ser Akihiro.

A arma brilha em sua mão sob a luz baixa do quarto, e eu ergo o rosto para encontrar seus olhos cor de mel, fixos em mim. O suor escorre pelo peito e eu sigo uma gota até ela encontrar a calça jeans preta, com o botão aberto.

Ok, Amber, é só um rosto bonito e um corpo atraente. O de Kallel era bem melhor. Repito para mim mesma, mentalmente, até conseguir encarar os olhos de Akihiro novamente.

Um sorriso lupino se forma em seus lábios, e meu coração dá um pulo, sabendo que fui pega em flagrante.
— Garota, se puder nos dar licença, você atrapalhou um negócio aqui — a voz enjoativa resmunga de dentro.

Observo o rapaz se voltar para a garota, e apenas um olhar bastou para ela se calar. Quando se virou novamente para mim, ouvi o bufar descontente da garota.
— E então? — sua voz rouca estremece cada parte do meu corpo.

O aroma de sexo inebria meu cérebro, me deixando incapaz de formular uma palavra sequer. Culpo internamente a falta de transar, afinal, estou achando Linda bonita e atraente. Certamente, eu preciso me envolver com alguém, e tudo voltará ao normal, e eu voltarei de sofrer por Kallel.
— Snakers? — ele chama novamente minha atenção, e agora, seus dedos estão em meu queixo, forçando-me a olhar em seus olhos.
— Preciso de um favor, e ouvi dizer que você faz favores cobrando um preço — digo, finalmente, dando um tapa leve em sua mão.

Akihiro abre mais a porta e estende a mão, indicando que eu entre em seu quarto. Caminho de cabeça erguida, passando pela garota nua deitada sobre a cama e tentando ignorá-la.
— Termine sozinha, Victoria — ele diz, largando a arma sobre a cabeceira e sentando-se em uma cadeira de frente para a cama.

A garota revira os olhos e deita suas costas sobre os lençóis, abrindo as pernas como uma cadela e cuspindo na mão antes de levá-la até a sua boceta. Os gemidos voltam a ecoar pelo quarto e eu sinto meu corpo pegar fogo, apesar da minha mente negar impetuosamente o desejo que estou sentindo.
— Aproxime-se Snaker — ele diz.

Ele mantém os olhos fixos em mim, mesmo com Victoria oferecendo uma visão mais atrativa.
— Não faço mais parte deles — digo, sustentando seu olhar.

Tentação Obscura: Um Pacto nas SombrasOnde histórias criam vida. Descubra agora