Inseguranças e paqueras são, ambas, consequências do amor. (+18)

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 Uma das principais regras para fugir de um assassino em um filme de terror é não olhar para trás. A maior dica é correr, mas correr muito, até o outro estado se puder. Não se deve cometer o erro grotesco de olhar para trás somente para atrasar seus passos e facilitar o golpe do assassino. É preferível que não grite também e tente ter a maior discrição possível.

Mas falar é fácil.

Tudo isso parece óbvio para quem lê pela primeira vez e, talvez, se não houvesse sangue quente correndo em nossas veias, seria fácil livrar-se de quaisquer problemas que surgissem com um estalar de dedo, tal como em um truque de mágica.

É fácil ser metódico imaginando uma situação, porém é impossível lembrar de tudo isso quando sua cabeça está intoxicada pelo medo.

Coreia não gritava, pois até mesmo quanto a isso tinha uma particularidade muito íntima : Tinha vergonha. Achava muito constrangedor ficar gritando e achava seu próprio grito muito vergonhoso ,mais que tudo, acreditava que seria drama demais. Quanto àquilo, pelo menos, era consciente.

Seu erro mesmo foi continuar olhando para trás para fitar o argentino em seu encalço. Uma parte dele ,muitíssimo exigente e desesperada, forçava-o a ficar continuamente checando o quão próximo o loiro estava. Seu coração estapeava freneticamente sua caixa toráxica e sua garganta já estava seca, por um lado tinha vontade de parar e encarar o loiro ,colocá-lo no lugar dele, mas por outro nem chegava a cogitar isso de verdade.

Em um ímpeto impensado, o coreano se enfiou nas saídas de incêndio e conseguiu correr escada acima, fazendo com que o loiro ficasse para trás só por um tempo.

Ouviu os passos dele retumbando atrás de si, ruindo contra o piso com um barulho pesado -horrível! - ,que o coreano sentia o impacto ir em sua garganta - BAM, BAM, BAM!-. Coreia subiu quatro lances de escadas até voltar a entrar nos corredor,disparando até parar em uma curva, esconder-se na parede e ,mais uma vez, espiar. Respirou fundo, tentando recobrar o ar ,que era escasso, e estava tremendo quando pegou no celular para tentar ligar para o Brasil.

Bruscamente, um som estridente de porta batendo com tudo na parede estalou no corredor, seguido por um barulho distante de celular chamando que se aproximava. Seu corpo tensionou no mesmo segundo e seu reflexo foi ,hesitante, espiar como um coelho curioso.

Por sorte, o loiro não o viu, estava mais preocupado em recuperar o fôlego, estava ofegante, curvado sobre si mesmo para recuperar o ar, as mãos nos joelhos.

- Eu só quero conversar! - o escutou gritar, irritado. - Maldición!

Brasil surgiu instantes depois. Cruzou olhares rápidos com o coreano no segundo que entrou, reconhecendo-o no ambiente, contudo, decidiu que não diria nada e se voltou ao loiro.

- Puta que pariu! (...) Que caralho foi isso ?! - Coreia o ouviu perguntar para o loiro. - Ô ,povinho lezo da desgraça.

- Eu só quero conversar com ele! - Argentina rebateu, agressivo demais. - Por que ele está fugindo ?! Que tonto!

- Porque você estava correndo atrás dele como um louco.

- E por que ele começou a correr ?!

Brasil o fitou ,incrédulo. Em resposta, bufou um riso desacreditado antes de ,com a entoação fria de desagrado,embora suave, devolveu a pergunta :

- Por que você começou a correr atrás dele ?

- Porque ele começou a correr! - Argentina explodiu como se fosse óbvio, impaciente.

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