36_ Ela traiu ele.

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Minha mão trêmula segurava o envelope, enquanto meu coração acelerava mais e eu olhava diretamente para Damon que me observava com atenção.

Já tínhamos chegado em casa naquela altura. Ambos estávamos no meu quarto, comigo sentada numa ponta da cama e Damon na outra só esperando que eu abrisse o envelope e lesse o que tinha lá dentro.

Eu estava dividida naquela situação. Uma parte de mim não queria ver o que tinha naquele contrato, com medo do que eu poderia descobrir sobre o casamento dos meus pais. E a outra parte queria descobrir o que tinha ali, mesmo sabendo que poderia mudar totalmente a visão que eu tinha deles.

ㅡ Tem certeza que quer abrir? ㅡ Damon perguntou quebrando o silêncio. Engoli em seco, me sentindo ainda mais dividida.

O que eu poderia descobrir naquele bendito envelope? Era o medo que me deixava dividida...

No entanto, sabia que iria ficar ansiosa e curiosa se eu não abrisse e visse isso que tinha lá. Querendo ou não, já estava nas minhas mãos o envelope.

ㅡ Tenho. ㅡ Respirei fundo abrindo o envelope de uma vez, puxando o papel branco que tinha ali.

Respirei mais uma vez quando minhas mãos tremeram ao ler a primeira frase presente ali.

Ruby Cass e Eliot Jhonson ㅡ Falei o nome dos meus pais, sentindo o Damon se aproximar de mim e tocando em meu ombro. ㅡ Esse contrato, segundo as famílias Cass e Jhonson, os unem por emergência. O contrato de casamento não pode ser quebrado, porque junto ao contrato, se quebra o juramento de lealdade das duas famílias e os bens subposto aos descendentes.

ㅡ Então... ㅡ Interrompi o Damon.

ㅡ Tem mais ㅡ Engoli em seco de novo, voltando a ler. ㅡ Condição 1; Não pedir divórcio. Ruby Cass não tem direito nenhum de pedir divórcio, pois tudo pode acabar respingando no descendente que está prestes a vir.

Espera... O que? Preste a vir?

ㅡ Como assim? ㅡ Damon questionou ao meu lado. ㅡ A sua mãe já teve um filho antes do casamento?

ㅡ Não! Quer dizer, não sei. Aqui não diz quem é. Que eu saiba a data só bate com a idade do Connor... ㅡ Murmurei, olhando de volta pro papel. ㅡ Condição 2; A esposa não deve revelar a ninguém de quem é o filho, pois o contrato é totalmente sigiloso e rígido.

Arregalei meus olhos levando a mão na boca, sentindo minha mão tremer ainda mais.

ㅡ O Connor não é filho do Eliot! ㅡ Entreguei o papel ao Damon, sentindo um nó se formar na minha garganta pelo tanto de informação que eu estava recebendo em poucos segundos. ㅡ Eu não vou aguentar. Ler para mim, Damon.

ㅡ Tem certeza, Roxy? Não quero que fique mal.

ㅡ Tive a certeza que o Connor se livrou de um karma agora. ㅡ Ergui meus ombros, tentando me manter o mais forte possível. ㅡ Continua.

Ele assentiu passando a língua pelos lábios, olhando para o papel e começando a ler.

Condição 3; Elijah não deve saber da existência do filho. Eliot vai criá-lo como filho, assim como os próximos filhos que estão por vim dentro do casamento com total lealdade... ㅡ Meu queixo caiu, assim como o Damon que parou de falar e arregalou os olhos no mesmo momento que eu.

Meu corpo ficou rígido sob o colchão macio da minha cama, no mesmo ritmo que uma lágrima caiu sobre a minha bochecha absorvendo o que eu tinha acabado de descobrir.

Tudo parecia embolar na minha cabeça. Eram muitas informações tudo de uma só vez revelando um segredo que nunca passaria pela minha cabeça. Minha mãe se casou com o Eliot por um contrato. Ela já estava grávida do Connor naquela época. Meu tio falecido, Elijah, era o pai do Connor que não sabia disso.

Casando-se com um BilionárioOnde histórias criam vida. Descubra agora