━────── •"Jardim"-Cap.9• ──────━

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 "Já se passaram algumas semanas. Mas nem o Fred, nem o Idam se reconciliaram, será que isso nunca vai acontecer? Tenho medo..." Reflete Hiru, escondido dentre as estantes da biblioteca, enquanto olha para Fred. O mesmo está procurando por livros sobre a família de Zion.

 Hiru pega um livro sobre botânica e sai em direção ao corredor principal. Ao caminhar por alguns minutos, ele passa em frente à sala da coordenação, que está vazia por ser domingo. "Dês do dia em que eu fui descoberto, tenho que ir à coordenação todos os dias, o professor Mark é muito mais gentil do que aparenta, mas eu ainda tenho medo de falar com ele. Ele tem um rosto muito imponente, fora que ele nunca sorri".

 Hiru chega no corredor das portas e chama a porta de Fred. " Quando entrei para a classe "A", me ofereceram o quarto do menino que me empurrou lá no refeitório e, de alguma forma, ele ficou sabendo, de qualquer modo, eu recusei, me sinto muito mais seguro no quarto do Fred. E também, eu não quero tomar o quarto de outra pessoa, mesmo que ele tenha me empurrado". Já dentro do quarto, Hiru senta-se no pé da cama de Fred, se aconchega no carpete, e começa a ler seu livro, enquanto anota algumas coisas no caderno que ele acaba de tirar debaixo da cama.
Barulhos de metal batendo podem ser ouvidos do quarto ao lado. "O que será que o Idam está fazendo? Ele fica trancado no quarto dele durante muito tempo, e sempre faz o mesmo barulho. Ele só sai para comer e ir à aula".
De repente, pode-se ouvir um alvoroço vindo do lado de fora. Hiru, curioso, se levanta e vai ver o que está ocorrendo. Ele coloca apenas a cabeça para fora, mas já consegue ver uma multidão reunida em torno de um folheto flutuante. Ele não consegue ler o que está escrito. "Sem chance de eu me enfiar no meio disso aí." Hiru dá os ombros e entra novamente no quarto. Mau ele sabe que, dentre todas aquelas pessoas, está Fred. Ele pega um dos folhetos, se espreme na multidão e entra em seu quarto.
"O senhor Fred está todo descabelado, ele parece estar muito animado, está falando sobre um torneio, não sei o que tem de legal em um torneio. As pessoas só se machucam.
Opa, agora ele está com um rosto confuso depois de ler o folheto. Devo perguntar? Será que é rude perguntar? Eu deveria perguntar? Não sei, melhor não. Ou talvez, eu deva, não perguntar é muito mais rude. Eu acho... Alguém me ajuda!"
Fred olha para o rosto de Hiru, ele fica mais nervoso. "Por que ele está me olhando desse jeito!? Será que eu fiz algo errado? Eu sabia que deveria perguntar!
A não, ele está dizendo que precisa de um grupo de cinco pessoas para participar. Ele me convidou, eu disse não. Está tentando me convencer. Por mais que eu não goste, estou devendo uma para ele, bem, duas."
Fred pula de alegria ao Hiru aceitar entrar no grupo. "Ele está feliz, que bom. Mas... onde ele vai encontrar os outros três membros? Será que vai convidar o Idam?
Ele saiu correndo. O senhor Fred é um pouco estranho, simplesmente sai correndo do nada". Hiru volta a suas anotações, lê e anota, lê e anota, tudo da mais calma forma. Até que ele para e pensa. "Espera, um torneio? EU NÃO SEI LUTAR! O que eu faço!?" Ele se joga no chão, quase chorando, e entra em baixo da cama.
  "E agora, o que eu faço? Se pelo menos tivesse alguém para me ensinar a lutar, ou algo do tipo".
Alguém bate na porta.
Hiru: - Pode entrar...
É o professor Mark. "Com licença", diz ele, antes de entrar.
Mark: - Ahn? Hiru, onde está você?

Hiru coloca uma de suas mãos para fora da cama.
Hiru: - Aqui...
Mark: - Hm... O que está fazendo debaixo da cama?
Hiru: - Tô me escondendo - diz Hiru chorosamente.
Mark: - De quem? Ou o que... ?
Hiru: - Do torneio, eu não sei lutar...
Mark: - Ah, mas você não entrou no torneio, não é.
Hiru: - Bem, eu fui convidado á entrar...
Mark ajoelha no chão.
Mark: - Foi o Fred, não foi?
Hiru: - Não! Sim... Mas ele não tem culpa, eu não sei dizer "não"...
Mark: - Tá, do jeito que aquele menino é, ele já fez a sua inscrição. E do jeito que você é, não vai querer magoar o Fred, droga.
Hiru coloca a cabeça para fora do lençol da cama. Mostrando seus olhos cheios de lágrimas.
Hiru: - O que eu faço?

Mark pensa por alguns minutos, até que ele tem uma ideia, seus olhos brilham em euforia. Em sua cabeça, apenas ecoa o pensamento: "Vou treinar um elfo! Que oportunidade! E ainda vou estar exercendo minha profissão atual. Esse é o melhor dia de todos!"
Percebendo o brilho nos olhos de Mark, Hiru fica com um pouco de medo, mas se sente seguro em perguntar. "Por que o senhor está me olhando desse jeito?" Mark se surpreende, ninguém nunca o fez ter um sentimento que passava de sua barreira de indiferença desde quando ele trabalhava em outra instituição.
Mark tenta esconder sua euforia, mas não obtém sucesso, pois fica com uma estranha expressão.
Hiru nunca mais vai perguntar nada para ninguém.

Mark: - *cof* *cof* Certo, vamos para os jardins atrás da escola. Ninguém vai lá, vai ser um ótimo lugar para me mostrar a real potência da sua mana.
Hiru: - A real potência da minha mana... ?

Mark praticamente arrastou Hiru até os jardins da escola.
Os jardins eram um campo aberto fora da estrutura da escola, mas agora, esquecido, não passa de um pantano irregular, com uma quantidade imensurável de plantas carnívoras. Mark olha com uma expressão de nojo, enquanto Hiru olha para jardim maravilhado. Ele nunca havia visto um pantano na vida, muito menos plantas carnívoras, apenas nos livros que ele lia na biblioteca.

Mark: - Está muito pior do que eu pensava. Eugh! Vou ter que chamar algum mago para tirar essas plantas carnívoras.
Hiru: - Como assim, tirar!? Isso é incrível! Olha o tamanho daquela planta!

Hiru se aproxima de uma das plantas carnívoras, esta que é de proporções incríveis. Mark tenta impedir Hiru com uma magia de flutuação, mas é ineficaz em Hiru. Mark pensa, "Eu esqueci disso! Magia comum não funciona em elfos, tudo que eu tentar será devorado pelo mana dele! Tenho que correr!" Mark começa a correr desesperadamente na direção de Hiru.
Enquanto Hiru se aproxima da planta, a planta faz o mesmo na direção de Hiru. Ao estender a mão, a planta abre a boca cada vez mais. Então, de repente, quando Mark estava quase encostando em Hiru, a planta engole Hiru inteiro.

Mark: - Não! Planta maldita! Cospe o Hiru agora!

Mark começa a invocar uma magia de fogo, ele recita:
Mark: - Ardebit sicut flamma cordis Cerberus!

A planta abre a boca, Hiru está inteiro. Ele grita, "Não faz isso! Eu estou bem!" Ele desce da boca da planta.

Mark: - Ahn!? Como assim!? Eu achei que ela tinha te engolido!
Hiru: - Não se preocupe, ela só estava me protegendo.
Mark: - Protegendo? De que?
Hiru: - De você, ela disse que você tem uma cara suspeita.
Mark: - Hm...
Hiru: - Há! Me desculpe! Eu não quis dizer isso!
Mark: - Não se preocupe, já estou acostumado.
Hiru: - NÃO, POR FAVOR ME DESCULPA.
Mark: - Você não disse que podia falar com as plantas.
Hiru: - Você não perguntou.

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