Explicações

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Eu sei que muitos de vocês devem estar imaginando um clichê romântico, onde eu corro para os braços de Ronnie na chuva, resultando em um grande beijo

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Eu sei que muitos de vocês devem estar imaginando um clichê romântico, onde eu corro para os braços de Ronnie na chuva, resultando em um grande beijo. No entanto, não sou uma mulher que se rende ao óbvio e ao fácil. Desprezo situações previsíveis. Talvez tudo isso tenha acontecido para injetar um pouco mais de adrenalina em nossas veias, neste jogo louco da conquista.

Ignorei seu bilhete e deixei o vestido onde estava, sobre a mesa. Peguei meu notebook de propósito, não para satisfazer minha vontade de dizer um simples "oi", mas para deixá-lo com aquela sensação de inquietação e triunfo antes mesmo de saber que eu não apareceria.

"Ronnie?" - mandei a mensagem, e demorou um pouco para ele visualizá-la. Em cerca de dez minutos, ele respondeu:

"Podemos nos encontrar?" - ele foi direto ao ponto, e eu comecei a reconsiderar. Não estava disposta a fazer as coisas do jeito que ele queria.

"Está tarde e preciso descansar para trabalhar amanhã, mas estou passando para avisar que você pode buscar o vestido no bar. Eu não quero presentes. Eu não preciso deles!" - Fui firme em minha resposta, deixando claro que não havia espaço para concessões.

"Você é difícil!" - Ronnie respondeu, e eu apenas reafirmei minha posição.

"Tudo bem. Amanhã eu pego o vestido no bar" - ele acrescentou alguns emojis de risos, mas eu optei por não responder.

No dia seguinte, eu estava pronta para minha corrida matinal quando Ronnie publicou uma foto em suas redes sociais. Ele estava no banheiro, usando uma regata preta e com o cabelo despenteado. Será que ele também estava indo para a corrida?

Coloquei meus fones de ouvido e segui em direção ao parque em um ritmo acelerado. Ele não estava lá naquele momento, pelo menos não que eu pudesse ver. Decidi concentrar-me em minha corrida, ignorando os outros corredores à minha volta. A cada passo, eu suava mais e mais, até que minha exaustão me obrigou a parar, ofegante, com as mãos apoiadas nos joelhos e o corpo curvado para frente.

Escutei vozes ao meu redor, como se estivessem competindo em alguma coisa. Olhei para o lado, ainda recuperando o fôlego, e vi alguns caras musculosos, incluindo Ronnie, que estava sem camisa e completamente suado, competindo para ver quem conseguia fazer mais repetições na barra fixa do parque.

– Meu Deus! - murmurei para mim mesma, antes de voltar meu olhar para a estrada, ignorando completamente a cena.

– Stace? - a voz dele me chamou, mas eu continuei minha caminhada como se não o tivesse ouvido.

Senti sua presença ao meu lado, correndo ao meu ritmo, então decidi parar e confrontar o problema de uma vez por todas.

– Você tem cinco minutos, então seja rápido - revirei os olhos e retirei os fones de ouvido, tentando não olhar diretamente para seus olhos ou seu corpo sem camisa.

– Não posso falar aqui. É público demais! - ele colocou as mãos na cintura e olhou ao redor, buscando privacidade.

– Falei que você tem cinco minutos e já se passou um deles - suspirei profundamente, mantendo minha postura firme.

– Tudo bem! Aquela mulher, nós não estamos juntos, eu... - ele tentou explicar, mas o interrompi.

– Espere um minuto. Como não estão juntos? Vocês estavam de mãos dadas, Ronnie! - minha voz estava nervosa, como se ele me devesse uma explicação sobre algo que não tínhamos entre nós.

– Ela é a mãe da minha filha! - Ronnie revirou os olhos e passou as mãos pelos cabelos. – Naquele dia, ela me pediu uma chance de tentarmos de novo, pela nossa filha, e eu, bem, eu tentei - ele fechou os olhos por um momento e pareceu refletir. – Droga, mas foi a pior decisão que já tomei, e me arrependo profundamente - ele cerrou os punhos e olhou diretamente nos meus olhos. – Não deveria tê-la levado lá, mas eu não sei...

– Filha? - questionei, incrédula com a situação. – Eu mal te conheço, e já está tudo tão complicado que nem sei o que dizer - neguei com a cabeça. – Acho que agora está explicado, mas não justifica nada, e acho que podemos deixar as coisas como estão!

– Isso é sério? - Ronnie arqueou a sobrancelha, visivelmente frustrado, e eu assenti com a cabeça.

– Agora eu preciso ir, tenho muitas coisas para fazer hoje. Não se esqueça de pegar o vestido no bar! - me virei e saí o mais rápido possível.

(...)

Durante meu turno, compartilhei todos os acontecimentos com Mariah, e ela comentou como tudo parecia saído de uma trama de novela mexicana. Concordo plenamente!

Sendo uma segunda-feira, o bar não estava muito movimentado, especialmente naquele dia da semana. Por isso, Marco me deixou encarregada do fechamento, mas infelizmente, eu não havia levado meu carro para o trabalho, o que significava que eu teria que voltar para casa a pé. Felizmente, terminaríamos nossas tarefas mais cedo. Contei o dinheiro do caixa e comecei a fechar tudo com Mariah, para que pudéssemos ir embora.

—Ele não apareceu para pegar o vestido! — Mariah mencionou.

—Não quero levá-lo de volta para casa, então vou deixá-lo na despensa — reclamei, quando alguém bateu na porta de vidro do bar, que já estava com um aviso de "fechado". Era Ronnie!

Mariah me deu um beijo no rosto e caminhou até a saída, permitindo a entrada de Ronnie no local. Seu perfume estava tão forte que parecia que eu poderia mergulhar naquele aroma intenso. Seus cabelos estavam perfeitamente arrumados, e ele usava uma camiseta preta por dentro da calça, realçando o cinto na cintura. Meu olhar percorreu todo o seu corpo como se ele estivesse sendo observado em câmera lenta, e eu permaneci paralisada.

De repente, ele se aproximou tanto que eu podia sentir sua respiração, e seus olhos estavam fixos nos meus. Ele era consideravelmente mais alto, então eu tinha que olhar para cima. Ele se inclinou na minha direção e apoiou as mãos no balcão atrás de mim, criando uma espécie de cercamento. Meu coração batia freneticamente, e o som da minha própria respiração parecia ensurdecedor. Por um momento, parecia que eu havia esquecido como respirar.

—Eu vim buscar o vestido — ele disse de maneira séria. — Pegue-o para mim! Era quase como uma ordem, e eu só conseguia concordar e obedecer.

Com dificuldade, me virei de costas para ele, engolindo em seco, sentindo o calor do seu corpo próximo ao meu. Parecia que ele queria absorver o aroma do meu cabelo enquanto eu tentava me concentrar em encontrar a caixa no balcão.

—Você precisa se afastar! — falei com a voz trêmula, piscando rapidamente.

—Eu pego para você — Ronnie sussurrou no meu ouvido, colocando uma mecha do meu cabelo atrás da orelha e deslizando seus dedos pela minha pele, causando arrepios, até alcançar minhas mãos.

Fechei os olhos e mordi o lábio. Queria me virar e beijá-lo. Queria dizer que o desejava intensamente, que desejava sentir sua pele tocando a minha, mas resisti.

—Preciso fechar o bar! — sussurrei, da mesma forma que ele havia feito.

—Claro! — foi a última coisa que ele disse, passando a caixa por cima da minha cabeça e fazendo o barulho da porta se fechando ecoar. Ele havia ido embora.

O que tinha acontecido ali?


E ai, querem mais?

Fiquem atentos que na terça feira vem mais por ai!!! Beijos!!!

Tática Obsessiva - Ronnie RadkeOnde histórias criam vida. Descubra agora