O tombo

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 Por Stace:

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Por Stace:

Era apenas mais uma noite comum trabalhando no bar menos frequentado de Las Vegas, situado em uma área distante do centro da cidade. A noite estava fria e o local estava completamente deserto. Eu vestia a babylook do meu uniforme com uma saia de couro preta de cintura alta, sentindo o vento gélido contra minha pele exposta, enquanto aguardava ansiosamente minha liberação para ir embora.

Marco, meu chefe, estava terminando de fechar o caixa e liberar a única funcionária, além de mim, que estava lá naquela noite. Mariah era da Angola e estava investindo o pouco dinheiro que ganhava ali em seus estudos, o que era admirável. No entanto, eu não compartilhava o mesmo desejo de empreender no futuro. Uma casa e um carro eram suficientes para mim.

Eu estava cansada de ficar parada e me virei para ir até o balcão pedir minha liberação para Marco, mas o barulho da porta se abrindo e risadas altas de homens me fizeram olhar por cima dos ombros, já com as mãos apoiadas no balcão. Pela primeira vez, estava diante do homem dos meus sonhos, aquele que eu havia secretamente observado por um longo tempo, após ouvir conversas aleatórias sobre ele, seja na academia, na biblioteca, na loja de discos ou mesmo no próprio bar. Afinal, as mulheres também comentam sobre os homens que as interessam.

Ronnie Radke era como um sonho do qual você não quer acordar. Alto, tatuado e com um corpo escultural, ele era único. Seus olhos eram intensos, seus cabelos longos e lisos, e uma tatuagem na testa que, de alguma forma, o tornava ainda mais excitante.

–Stace?– despertei com a voz de Marco me chamando de volta à realidade, percebendo que Ronnie e os dois amigos que o acompanhavam me observavam, tentando entender se algo estava errado. Eu estava parada como uma idiota, encarando-os.

–Os rapazes precisam fazer o pedido deles. Você pode ajudá-los? – gesticulou Marco enquanto falava e soltou uma risada no final.

–Claro! Um momento… – respondi ao meu chefe e peguei a caneta e o bloco de notas no balcão para anotar os pedidos.

Mesmo ao caminhar em direção à mesa deles, meu coração parecia querer sair pela boca, e meu estômago estava em um turbilhão, mas eu demonstrava confiança, como se fosse algo corriqueiro.

–Posso ajudá-los? – perguntei com meu melhor sorriso. Os dois amigos de Ronnie me olharam com desdém, exceto Ronnie, que ainda examinava o cardápio.

–Finalmente! Queremos uma cerveja tradicional – disse o mais velho, revirando os olhos e fechando o cardápio que não lhe interessava.

–Não, eu vou querer um uísque desta vez – Ronnie colocou o cardápio na mesa e cruzou os braços, inclinando-se na cadeira enquanto me observava.

–Anotado! – respondi, sorrindo como uma boba, e me virei para voltar ao balcão e buscar as bebidas.

–Esse cara é tão incrível assim? – comentou Marco, revirando os olhos enquanto me ajudava a preparar as bebidas.

–Bonito, charmoso, gostoso... O que mais você quer ouvir? –  brinquei, e ambos rimos.

–Você pelo menos podia disfarçar melhor, né? – ele balançou a cabeça e pegou as bebidas com as duas mãos. –Deixe que eu levo isso aqui. Já está tarde, vá para casa!

–Você é demais, Marco! – brinquei e fui até o setor dos funcionários para pegar minhas coisas.
   
    Se eu pudesse ficaria mais para admirar Ronnie, mas eu estava exausta e precisava descansar.

(...)

Acordei com Sheily, minha gatinha, deitada em cima da minha barriga com uma expressão mal-humorada. Olhei para ela e ri antes de ganhar coragem para me levantar.

Decidi fazer meu melhor café, pois hoje estava determinada a retomar minha rotina saudável. A fisioterapeuta havia me aconselhado a voltar a caminhar após me recuperar de uma fratura no tornozelo, e eu pretendia fazer isso hoje mesmo. Levantei, tomei banho e deixei a cafeteira fazer seu trabalho. Vesti um macacão esportivo branco que realçava minhas curvas e destacava o escuro das minhas madeixas. Prendi meu cabelo em um coque solto e tomei meu café da manhã antes de sair para a caminhada.

Dei um beijo na cabeça de Sheily e peguei meus fones de ouvido antes de trancar a casa e descer os degraus que levavam à rua. Caminhei até o parque, onde as pessoas corriam, faziam exercícios nas barras fixas e as crianças andavam de bicicleta.

–Ótimo, vamos começar! – ajustei meus fones de ouvido e comecei a caminhar rapidamente ao som de "One Of the Girls" de Jennie e The Weeknd.

Observava ao meu redor enquanto a música tocava, e me peguei pensando se Ronnie apareceria no bar novamente naquela noite. De repente, algo chamou minha atenção: era ele, vindo na minha direção, distraído com o celular na mão.

Mirei meu olhar para ele e peguei meu celular, fingindo estar distraída, quando de repente...

–Me desculpe! – sua voz saiu desesperada quando ele me viu cair de repente, sentada no chão. –Deixe-me ajudar! – ele se abaixou e colocou seu celular ao meu lado, verificando se eu estava bem dos pés à cabeça. Seu olhar então se fixou em mim.

Não sabia ao certo o que estava sentindo, mas era uma mistura de excitação e adrenalina correndo pelo meu corpo. Meus pelos estavam arrepiados, e o vento que soprou em nossos rostos naquele momento fez com que seus cabelos soltos daquele coque desleixado caíssem sobre o rosto.

–Está tudo bem – respirei fundo, segurando sua mão para me levantar.

–Eu estava distraído com o celular e não vi você vindo. Droga, eu te machuquei? – ele coçou a cabeça e guardou o celular no bolso.

Eu já estava de pé, mas não conseguia tirar os olhos dele. Com os braços expostos em uma regata preta que destacava seus músculos e um short de tecido fino enfatizando sua masculinidade, ele era simplesmente irresistível.

–Não se preocupe, está tudo bem, de verdade – eu tentei passar segurança em minhas palavras, e ele suspirou aliviado.

–Então, tudo bem, e me desculpe novamente – ele virou-se para continuar sua caminhada, mas eu toquei em seu braço.

–Eu acho que te conheço – ri, fingindo reconhecê-lo por um momento, e Ronnie fez o mesmo.

–Pois é, eu também, mas não me lembro de onde a vi – Radke disse, colocando um dos fones no ouvido.

–Acho que você estava no bar ontem à noite, certo? – fui direto ao ponto, e ele riu baixinho, coçando a cabeça com timidez.

–Claro! A garota bonita do bar… – ele sorriu, e meu coração deu um salto. – Bem, me desculpe de qualquer forma, e agora preciso voltar ao trabalho – Ronnie fez um gesto apontando para o outro lado, e eu concordei com a cabeça.

–Foi bom te ver novamente – deixei escapar sem querer.

–Acho que sim! Até mais tarde! – ele se virou e continuou seu caminho.

Pela primeira vez, eu tinha conversado com Ronnie Radke, e com certeza faria dessa noite a segunda de muitas outras oportunidades. Eu estava determinada a usar minhas artimanhas.

Tática Obsessiva - Ronnie RadkeOnde histórias criam vida. Descubra agora