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LEONOR

A máscara de confiança e frieza de Alexia fora, aos poucos, se desfazendo, dando lugar ao espanto e pavor.
E, embora eu soubesse que isso era errado...tinha um lado meu que odiava que isso estivesse acontecendo agora...
Tipo...eu estava estudando uma matéria difícil, me preparando para uma semana intensa e desgastante, e me esforçando para não sofrer com antecedência com...tudo, principalmente no que se dizia respeito ao que significava minha graduação, e o que viria depois...
Então, é só que...esse drama todo realmente precisava ser agora?
Mal nos conhecemos. Mal nos falamos durante esses dois abos...e eu sentia que estava mais envolvida nessa situação do que seus próprios anigoe...
E nem foi eu quem escolhi me envolver...

- Vocês não podem se dar bem! Vocês não podem ter uma boa relação famíliar! - Alexia fala, em desespero, parecendo cada vez mais frustrada. - eu sei que é mentira!

Revirei os olhos, soltei minha caneta na mesa, e a fuzilei com os olhos.

- Acredita no que você quiser, Alexia. Apenas pare de nos interroper. Estamos ocupadas, caso não tenha notado. - meu tom é frio, mas ela não parece notar isso.

- Eu sei que dá medo...mas, Sofia! Vai dar certo! Se nós duas nos unirmos...se, juntas, anunciarmos isso à imprensa...podemos nos ajudar, Sofia! - o tom de Alexia era de apelo.

- É sério...para! Já tá ficando irritante, e eu não tenho o dia todo...tenho coisas à fazer...- tento fazê-la parar, mas não adianta...

- Eu sei que você também é negligenciada e diminuida por sua familia, Sofia...não tem como ser diferente...- Alexia prosseguia.

Eu bufei, ao passo que Sofia continuou insistindo para que ela nos deixasse em paz.

- Você também vai ter provas semana que vem! A menos que a minha vida seja um dos conteúdos...não entendendo porque está perdendo o seu tempo aqui, e ainda atrapalhando os olhos. - Sofia diz, fria e grossa.

Enquanto minha irmã pronunciou essas palavras, Alexia se manteve sussurrando "não pode ser".
Seu espanto, agora, havia de transformado em completo pavor e, se não estivesse tão irritada, querendo estudar em paz, teria dado mais atenção à sua palidez e respiração pesada...
Entretanto, tanto eu quanto Sofia aó notamos isso após Alexia transformar seus sussurros em um grito falhado, que parecia dilacerar sua garganta.

- NÃO PODE SER! NÃO DÁ... - ela apoia as mãos na mesa em que minha irmã e eu estávamos. Foi com esse gesto que eu vi o quão trêmula ela estava.
Agora, sua voz mal podia ser escutada. - Vocês não podem se dar bem...porque...se isso for verdade...significa que eu sou a única que é odiada...eu sou a única...

A garota à nossa frente começou a chorar descontroladamente, com sua respiração cada vez mais prejudicada.
Fiquei alguns instantes sem saber o que fazer...
Eu estava me perguntando o por quê dela se recusar à aceitar algo que estava tão óbvio...
Ela sabia que minha irmã e eu não fingiamos uma relação falsa e, mesmo assim, escolheu continuar acreditando veementemente nisso...
Eu sabia que tinha algo relacionado com seus traumas, mas...Talvez por ser uma situação que me irritava, não liguei sua recusa à aceitar a realidade que minha irmã e eu vivemos, à recusa que ela teve de aceitar que Sofia não era a sua "única esperança de mudança de vida"...
Alexia se agarrou tanto à ideia de que minha irmã a entendia, por passar pelo o mesmo que ela, e que seria a única que poderia ajudá-la...que, enxergar a realidade, e deixar essa fantasia para trás...foi como abandonar o último fio de esperança que ela tinha...
Ela havia feito da minha irmã seu bote salva-vidas.
Havia se prendido tanto à isso que, agora, se sentia completamente desolada, desamparada e sem rumo...

- Alexia...respira...- me levanto, na intenção de ajudá-la.

Porém, ela se opõem à minha ajuda.

- Entendemos você...- minha irmã tenta, mesmo incerta com as palavras.

Inimizades Entre Reinos- Princesa Leonor e Infanta Sofia Onde histórias criam vida. Descubra agora