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O dia estava lindo e, por isso, sugeri à Sofia que fôssemos para a área da piscina, onde teria treino do time de natação da UWC - que, agora, só tinham como integrantes alunos do primeiro ano, já que as pessoas da minha turma fizeram sua última participação no time semana passada -, apenas para podermos conversar enquanto fazíamos algo interessante.

- Eu também quero aproveitar o dia. Afinal, eu vim pra cá pra desfrutar desse lugar com você. Mas, sabe? Eu faria isso com bem mais facilidade, se você me transferisse esse relaxamento todo, me contando a ideia que teve! - ela dizia, enquanto sentávamos em uma das arquibancadas que rodeava a área da grande piscina de natação.

- Calma. Respira. - falei com a única intenção de irritá-la e deixá-la mais curiosa.

Ontem, depois da nossa rápida interação com Alexia, onde ela disse para esquecermos tudo o que ela havia dito, e apenas ignorá-la, Sofia e eu ficamos muito tempo conversando sobre. Não só do fato de não podermos ajudar, mas também da pena que sentíamos dela.
Depois de muito tempo, deixamos de falar sobre ela e fomos assistir à um filme. Mesmo assim, continuamos preocupadas.
Eu não queria que isso se repetisse hoje.
E, bom...Não iria. Não precisávamos ficar nos lamentando por não podermos ajudar, já que podemos...

- Leonor de Bórbon y Ortiz! Eu juro que se você não me contar agora...- Sofia aumenta um pouco a voz, apontando o dedo indicador no meu rosto, como forma de ameaça.

Fiz um tremendo esforço para não rir.

- É melhor diminuir esse tom, se quiser saber. -ameacei, e ela revirou os olhos, deixando os ombros cairem.

- Então me fala logo! - ela choramigou, agarrando meu braço.

Depois de muito tempo rindo, consegui me recompor.

- Ok...- pigarreei antes de prosseguir. - Ouvir você tentando convencer nosso pai, e ele negando...me irritou. Por um lado, era óbvio que ele não mudaria de ideia...por outro, ele precisava! Porque, é inviável ficarmos sorrindo, fingindo estarmos amando a presença daquelas... - parei de falar, fazendo uma careta.

- Exatamente! É inviável fazermos isso! E, nem se eu quisesse, iria conseguir fingir! Então, eu acho melhor você ter um bom motivo pra ter aceito isso...aposto que vou ficar de castigo pelo simples fato de ser alguém espontânea...- ela fez um drama no final.

- Mas não vai ser natural, se você já tá planejando não omitir suas expressões. - falei, mudando o rumo da conversa.

- Claro que vai! Não seria natural se eu...- ela se interrompeu ao notar o que eu estava fazendo. - Para de enrolar! - ela diz com impaciência, dando um tapa na minha perna; que eu revidei.

- Se me bater de novo, não vou te contar nada! - falei, sem conseguir omitir um sorriso.

- Leonor...- ela diz em um tom apelativo, enterrando o rosto no meu ombro. - Você me odeia? Conta logo!

- Enfim... seria inviável, mas não poderiamos fazer muito à respeito...foi então, que eu me consolei. Tinha uma forma de sermos receptivas, mas sem "forçar muito a barra": podemos ser simplesmente educadas com elas, sem estender muito as coisas. Falar com elas apenas o necessário... Não estariamos demonstrando que gostamos delas, ou que temos uma amizade, como nosso pai queria. Porém, passariamos a mensagem de que nos tratamos com respeito...nosso pai não vai ter motivos para reclamar...- dou uma pausa para olhar para as pessoas nadando na piscina. Quando me volto novamente para minha irmã,- tenho um sorriso nos lábios - e, a melhor parte...como diz o ditado: "Quando a vida te der um limão, faça uma limonada".

Sofia arregalou mais os olhos e dá um sorriso ansioso.

- E como exatamente seria essa "limonada'"? - ela perguntou, animada e curiosa.

Inimizades Entre Reinos- Princesa Leonor e Infanta Sofia Onde histórias criam vida. Descubra agora