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Madrid, Espanha4 anos atrás

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Madrid, Espanha
4 anos atrás...
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Parte da tertúlia avançou rápido. Eu gostaria de poder me aventurar com eles. Os desgraçados acessaram a sociedade com uma agilidade proporcional e à altura do escalão de homens que a família Romero comandava. E Samantha jamais imaginou que a mãe possuía tamanha autoridade em Madrid. Mesmo essa parte de sua essência estando sempre oculta. Contudo, Janette era excelente.

E meu pai providenciou carros que poderiam ser descartados após o sequestro de Ruben Fiore. Não carros como o meu. Mas sim algo que usaríamos se fôssemos uma família de renda média. Naquele momento, com certeza já haviam sido incinerados, e restara somente carcaças em alguma área deserta ladeando as vias espanholas. Histórias que pessoas não relacionadas aos negócios da família Del Aconcci nunca descobririam. Isso incluía a polícia.

— Onde ele está? — Albern perguntou, sentado sobre a habitual cadeira de rodas, e oculto na penumbra da mansão do seu filho. O corpo virado para a cortina persiana, e os olhos observando por frestas o exterior.

— Janette disse que o trariam em breve. — Leonel conferiu o relógio de pulso. — Ansioso, pai?

— Você não?

— Estou incerto... — O primogênito uniu as mãos à frente do corpo, inclinando a cabeça devido à curiosidade. — Tenho muitas perguntas para o Fiore.

— Consigo imaginar.

Respostas curtas. Era o que Albern estava entregando a Leonel. Desconforto atingiu o mais novo na sala.

— Mas também tenho uma pergunta para você.

Albern ergueu as sobrancelhas, agora sim interessado. Girou a cadeira empurrando uma das rodas para o lado, de modo a ficar com o tronco em contraposição ao do filho.

— Nós temos tempo. Sua funcionária ainda deve estar cuidado desse probleminha, de qualquer forma.

— Janette é competente, não há com o que se preocupar.

— Eu não disse o contrário, disse?

Meu velho suspirou e umedeceu os lábios. Eu desacreditaria se o visse assim, intimidado por alguém que aprendera a equilibrar-se na estreita e frágil linha dividindo os extremos "vida" e "morte". Talvez, nem mesmo ele havia conseguido absorver por completo o fato de que Albern estava ali, na sua frente. Respirando e arquitetando mais planos maléficos contra os colegas do próprio filho. Caso seja adequado categorizar um ser humano naquele estado como vivo.

Sem dúvidas, eu também veria a situação como sendo pior e mais avassaladora do que uma notícia de seu eventual falecimento.

Era para Albern estar morto.

A falta de fé e coragem do meu pai também não ajudava muito. As coisas poderiam parecer melhores se Leonel estivesse interessado na luz da esperança.

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⏰ Última atualização: Sep 01 ⏰

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