2. Dia Um

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Eram sete da manhã quando Padre Jeon abriu as portas da igreja, a missa começaria as oito e meia, como ele sempre gostou de ser muito pontual, assim que abriu a porta e deixou a casa de Deus aberta para aqueles fiéis que ali quisessem entrar e falar com o todo poderoso, ele se retirou para a sacristia onde ainda teria que preparar as coisas para a comunhão daquela manhã.
Como de costume, Chico apareceu em meio de seus preparos e roubou sua atenção.

- Chico! Já lhe falei que não é pra subir nas prateleiras da sacristia.

Ele diz ao tirar o gato de uma das prateleiras onde ficavam dispostos alguns cálices. Assim que é colocado no chão Chico parte em disparada para frente da igreja e só em pensar em Chico subindo no altar e danificando as coisas santas que ele julgava ter lá, o pobre padre sai atrás de seu felino.

- Chico...Chico volte aqui. Mas onde esse gato se meteu?

Assim que sai detrás da parede que divide a sacristia do altar ele nota uma cabeleira negra vagando próximo ao confessionário. Ele então se dirige até lá e observa a tal pessoa entrar do lado onde era designado para que ele ficasse ouvindo e acalentando os corações de seus fiéis.

- Chico...

Ele chama mais uma vez e se põe de frente para a pequena entrada do confessionário. Assim que ele coloca a mão na pequena portinhola alguém sai de lá e da uma trombada com seu corpo.

- Aii..

A pessoa resmunga e além do resmungo humano o padre também ouve um resmungo de seu felino. Não foi uma batida muito forte, a questão é que a pessoa que estava dentro do confessionário acabou batendo com a testa em seu nariz, oque lhe causou dor e provavelmente causou a pessoa em questão.
Ao parar de alisar seu nariz e olhar para a figura em sua frente ele vê o tal garoto de pele pálida e cabelos negros, aquele que ele mal sabia quem era, mas sabia que era um pobre garoto órfão. Ele lhe olhava assustado enquanto fazia carinho nos pelos negros de Chico.

- Você está bem?

Ele pergunta ao garoto.

- Ee..estou sim..mil perdões Padre é que ...eu...eu vi esse gatinho entrando no confessionário e eu quis tirá-lo da li. Desculpe mesmo.

O garoto fala tudo isso de cabeça baixa e bochechas coradas.

- Está tudo bem criança e obrigado por tirá-lo de lá, Chico anda muito serelepe ultimamente.

O garoto da uma risada baixinha, risada essa que não passa desapercebida pelo
Padre.

- Porque a risada criança?

- Ah, pela forma que o senhor chamou o gato.

O padre ri soprado e o garoto lhe acompanha.

- Mas o nome dele é Chico, ele é meu gato.

O garoto finalmente lhe olha.

- Oh, sério?

- Sim.

- Não sabia que o senhor tinha um gato.

- Pois é, eu diria que eu o adotei, mas acho que foi o contrário.

Mais uma vez o Padre ri e é acompanho pelo garoto, só que dessa vez ele repara em tal sorriso. O garoto a sua frente possuía olhos muito bonitos, negros como a noite, os cabelos ainda mais escuros do que ele via de cima do altar, em sua derme pálida existiam algumas sardas bem clarinhas, os lábios eram rosados e volumosos de fato, e quando ele sorria suas bochechas esmagavam seus olhos os deixando em duas meias luas e expondo o dente tortinho bem na frente.

- Padre o senhor está bem? Padre?

- O...ooi criança perdão. Oque dizia?

Ele é desperto de sua pequena analise pelo garoto a sua frente.

A Noite Do Diabo - JikookOnde histórias criam vida. Descubra agora