onze.

246 24 7
                                    

Longos minutos, ou talvez horas, já tinham se passado desde a morte de Roger. Todos do grupo estavam abalados com a morte do colega. Assistir o homem ser devorado por carniceiros enquanto gritava e agonizava em dor com certeza foi uma das
cenas mais pesadas desde o início de todo esse pesadelo.

Luiza segurava firme a mão de Clara enquanto seguia a trilha atrás de Rodrigo e Valentina que guiavam o restante do grupo. A pequena estava nitidamente exausta, não muito diferente do restante do grupo, sua mãozinha secou uma gota de suor que escorria por sua testa.

Era uma caminhada cansativa em um solo desregular e com diversos obstáculos. O grupo havia corrido por longos minutos querendo tomar a maior distância possível do bando de andarilhos o que ajudava no cansaço. Além disso tinha todo o desgaste psicológico e emocional que todos vinham
sofrendo desde a ultima noite na casa do BBB.

— Já está escurecendo. - Valentina afirma encarando o céu e a penumbra que se iniciava pela floresta. Acho melhor parar por aqui e descansar até de manhã. - a mulher para e encara o grupo que parou
logo atrás.

— Concordo. - Rodrigo diz. - Mas vamos achar um
local mais aberto para dar uma visibilidade melhor.
- o homem encara ao redor - Aqui a mata está muito fechada, se algum andarilho se aproximar podemos não ver ele a tempo.

— Certo, vamos. -A morena apenas concordou voltando a caminhada.

O grupo caminhou por mais alguns minutos até chegarem a um local que Rodrigo considerou mais
propício para ficarem. Realmente era melhor, o local não tinha toda a mata densa tampando suas vistas. Apenas árvores de troncos largos ocupavam aqueles metros quadrados.

O grupo se espalhou pelo local. Carol sentou entre a raiz de uma das árvores e então se permitiu chorar silenciosamente pelo ocorrido de algumas horas atrás. Natalie e Larissa confortavam a amiga enquanto acariciavam seus cabelos, secavam suas lágrimas e seguravam suas mãos tentando lhe passar forças.

Luiza se encostou em outra árvore, de frente para Carol. Clara sentou no solo próxima a carioca e observava atentamente a morena que chorava em
silêncio. Ela não tinha visto nada, mal tinha escutado o gritos desesperados do homem, mas sabia o que a Tia Carol tinha um pelo Tio Roger, ela podia observar pelo olhar que trocavam quando
conversavam ou estavam perto um do outro. Apesar de nova, ela entendia a dor da perda, ou talvez a dor do abandono. Doeu e ainda dói ter sido deixada pelos pais.

— Clara. - Luiza atrai sua atenção. - Toma um pouco de água. - A mais velha estende uma garrafa para a pequena que pega no mesmo instante bebendo um generoso gole.

A morena ajeitou todas suas coisas ali próximo a
criança enquanto observava Valentina um pouco mais a frente conversando com Sara, Yan, Igor, Diego, Rodrigo e Lukkas.

O grupo se dividia para fazer uma ronda ao redor
do lugar que ficaram acampados para se certificarem que não tinham andarilhos pela região. Valentina, Igor, Sara e Rodrigo ficaram encarregados da missão enquanto Lukkas, Diego e Yan ficariam no acampamento vigiando junto as meninas.

— Oi - Valentina se aproxima de Luiza.

— Oi - a morena terminou de guardar algo em sua
mochila e se levantou. - O que estavam conversando?

— Vamos aproveitar o resto de claridade para fazer
uma ronda ao redor e garantir que não há nenhum
andarilho por perto.

— E você vai? - Luiza pergunta preocupada. Valentina  apenas assente. - Pode ser perigoso Valentina, deixa isso com os outros. - a morena sugere.

— Eu preciso ajudar, afinal a ideia foi minha. - a menor dá de ombro. Luiza e desvia o olhar da mulher para o chão.

— Eu preferia você aqui. - diz em um tom mais baixo mas a morena a escutou claramente e foi impossível não sorrir com a confissão.

Fim dos tempos.Onde histórias criam vida. Descubra agora