vinte

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O raio de sol que entrava pelo vidro da janela do quarto aquecia a pele nua das costas de Luiza. Encontrava-se deitada de bruços sobre o lençol de seda branca. Sua respiração pesada soprava alguns fios de cabelo que caiam sobre o rosto bem desenhado.

Os fios de cabelos castanhos se espalhavam pelo lençol e pelas costas nuas da mulher. Apenas seu quadril era coberto por parte do edredom branco deixando parte de suas pernas descobertas.

Um suspiro pesado ecoou pelo quarto e Luiza se remexeu na cama. Sua mão tateou o colchão ao seu lado sentindo o espaço vazio. A mulher bufou frustrada e abriu os olhos se arrependendo em
seguida ao sentir sua córnea queimar com a claridade do quarto.

Suas pálpebras se fecharam novamente e a morena
fez forças para virar seu corpo de barriga para cima
na cama deixando que agora seus seios empinados e de auréolas carameladas fossem banhados pelo sol.

Sentiu cada pedaço de seu corpo doer com o simples movimento e ao invés de reclamar, a mulher sorriu com as lembranças da noite anterior que invadiram sua mente. Seus dedos subiram até seus olhos e os esfregaram para então voltar a abri-los.

Suas íris se acostumaram com a claridade. A mulher olhou para o lado e não encontrou Valentina, apoiou os cotovelos no colchão e ergueu a cabeça olhando ao redor de todo o quarto em busca da morena. Nada. A única companhia que tinha dentro daquele cômodo era a rosa branca que acabara de avistar sobre o travesseiro de Valentina, reconheceu ser uma das rosas do jardim nos fundos da casa.

As mãos de Luiza pega a rosa com toda a delicadeza e leva até seu nariz aspirando seu perfume enquanto um sorriso singelo toma seus lábios.

Luiza se levanta da cama arrastando com ela o lençol que agarrava na frente do corpo cobrindo seu corpo. Sentiu seu corpo doer em locais específicos e parou de frente para o espelho. A mulher encarou o espelho e sua boca se abriu chocada com o que avistou no vidro.

Três manchas roxas espalhadas por seu pescoço.

Desceu o tecido do lençol revelando seus seios e abdômen, seus olhos se arregalaram vendo mais manchas roxas sobre seus seios e as marcas das unhas de Valentina por seu abdômen.

— Filha da - cortou sua fala e respirou fundo fechando os olhos - da mãe. - Voltou a abrir os olhos e olhou mais uma vez as marcas em seu corpo.

Logo mordeu o lábio inferior em um sorriso animado. Juntou todo seu cabelo em apenas um ombro deixando livre um lado de seu pescoço revelando claramente a mancha roxa em seu ponto
de pulso. Levou seus dedos até o local e negou com
a cabeça ainda sorrindo.

— Valentina... - diz para si mesma e suspira saindo da frente do espelho e caminhando até o banheiro.

[...]

— Bom dia flor do dia. - Diogo entra na cozinha e
cumprimenta Valentina que preparava uma bandeja
com café da manhã. - Humm, o que é isso ai? - o homem se aproxima da bandeja e tenta pegar um dos biscoitos do pote.

— Nem pense! - Valentina adverte e bate em sua mão.

— Ai - acaricia o local agredido e olha para amiga
com falsa tristeza em seu rosto - Egoísta! - Valentina dá de ombros e volta a picar algumas frutas.

Diego observava a amiga concentrada no que fazia com um semblante intrigado.

— Vai, me conta - o homem escora na bancada de
mármore, pega uma banana e começa a descascar - Pra quê tudo isso ai? - ele morde a fruta.

— Nada de mais. - Valentina dá de ombros e vira de
costas para o amigo enquanto pega uma jarra de suco na geladeira.

— Ah, meu Deus!! - o homem grita e leva a mão até a boca. Valentina se virar rapidamente para o amigo
assustada.

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