23. Fim, Finn e compromissos

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O Blake estava sentindo um frio estranho na barriga enquanto atravessavam os corredores e pátios do castelo até os lindos jardins com algumas poças de chuva ainda recentes pelo chão, mas juraria por tudo nesse mundo que estava tentando ser sensato.

Nunca foi uma novidade o fato do garoto pensar demais e agora não estava diferente – certamente havia trabalhado nisso nos últimos anos e até que melhorou consideravelmente, transformando suas paranóias apenas na curiosidade saudável que outrora existiu. Mesmo assim fora impossível não se depreciar nos rios profundos que eram a mente de um adolescente com hormônios à flor da pele.

Ele era apenas um humano e era normal que, quando ameaçados, sentissem medos inexplicáveis, não? Todavia, por que Robin terminaria consigo numa data tão importante para todos? Conhecia muitíssimo o próprio namorado à ponto de saber sobre seu caráter e o quão babaca isso soaria, definitivamente não era do feitio do seu mexicano gentil – também listou rapidamente os motivos recentes para que tal medida fosse tomada e não encontrou nada, ufa.

Quando pararam num dos pontos de encontro mais visitados nos últimos anos ele soltou sua mão, ato que lhe desesperou um pouco mais.

Quando o grifinório finalmente olhou em sua direção depois de vários minutos silenciosos ele pôde perceber algo esquisito, suas sombrancelhas quase se tornaram uma graças à aquela visão.

Gatito, 'cê tá tremendo?

— Tremendo, quem está tremendo, Rob? — O olhar do corvino pousou inconscientemente nos arbustos decorados pela professora Pamona Sprout. Por tudo nesse mundo, que Merlin o livre de um dia (tentar) mentir olhando diretamente nos olhos de alguém.

— Isso é frio então, certo? — O mexicano perguntou de olhos cerrados, sacando muito bem o que estava acontecendo ali.

— Sim, é isso, apenas o frio de sempre, sem problema algum. — Como mentia bem esse cacheado, não? Mentia tão bem quanto o carinho de Severus Snape para com seu namorado (quase nulo, senão completamente inexistente).

— Você é um péssimo mentiroso, mi amor. — O Arellano soltou um riso anasalado e segurou suas mãos outra vez, acariciando tranquilamente numa tentativa de lhe confortar. — Você está nervoso, não é? Respira um 'titico, não é nada de ruim, bem, eu acho que não seja, isso vai depender muito da sua interpretação.

O mexicano suspirou quase cômicamente antes de continuar sua fala: — Você.. só precisa me ouvir, 'tá bom?

O corvino acenou em concordância, se sentindo estranhamente leve outra vez. Como não se sentiria? Os olhos brilhantes de paixão eram e sempre seriam definidos como calmaria e seu conforto; um lar mútuo.

O Arellano abriu a boca algumas vezes antes de bufar frustrado, seu namorado ansioso acompanhava cada mínimo movimento seu.

— Ah, que mierda, isso nem deveria ser tão difícil assim.. ou deveria ser? É o que mais penso, todos os dias, então por que não consigo dizer logo? — Cem vezes mais frustrado ele direcionou o olhar aos céus, os amaldiçoando gratuitamente.

Mesmo não entendendo o que estava acontecendo ali, o corvino se compadeceu. Sua curiosidade era quase infinita, sim, mas vê-lo assim, uma pessoa cuja sempre tinha uma resposta afiada na ponta da língua, totalmente enrolado nas palavras tomara sua preocupação antes de tudo. O Arellano deveria saber que sempre poderia contar consigo para tudo que acontecesse e independentemente do que fosse, pois eles sempre foram assim, não haviam motivos para hesitação. Então interveio, procurando as melhores palavras para apoiá-lo seja lá o que aquilo estava sendo.

— Ei, Rob, você sabe que não precisa agir desse jeito, sou só.. eu, somos apenas nós dois. – O cacheado lhe presenteou com um sorriso tranquilo e acariciou as suas mãos quentinhas antes de continuar: — Não entendo o que está acontecendo agora, mas você sabe que eu te amo, sim? Seja o que for que esteja tentando me dizer eu posso esperar, não estou com pressa alguma.

Banho de vinagre - Robin X Finney (Rinney e Harry Potter)Onde histórias criam vida. Descubra agora