IV- Quebrados

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Aviso: Esta fic tem relação com as fics I e II. Recomenda-se a leitura prévia.


A outra metade,

É defeito,

Você vai saber,

De qualquer jeito.

Naquela noite Marino despertou com sede. Olhou para o lado e a imagem que viu o fez sorrir: Lucinda dormia serena na poltrona próxima à sua cama e mesmo para ela, que era pequenininha, aquele espaço parecia muito apertado.

Fazia uma semana desde que Marino sofrera o atentado. Durante todo esse tempo Lucinda esteve com ele. Ela estava lá, quando ele finalmente saiu da UTI e foi para o quarto; estava lá todas as noites, depois que Cristian adormecia, para fazê-lo companhia. Nesse período, os dois puderam conhecer mais características um do outro. Coisas como: comida preferida; filme e livros preferidos. Naqueles dias, eles conversaram apenas sobre assuntos banais. Marino sabia, mesmo que Lucinda não dissesse claramente, que ela estava aguardando sua recuperação completa para que eles pudessem conversar, sem mentiras dessa vez:

- Lucinda – Ele chamou baixinho. -Lucinda... – Repetiu:

- Que foi? – Ela acordou sobressaltada – Você tá com dor? – Aproximou -se da cama – Quer que eu chame uma enfermeira? :

- Eu tô bem! – Ele a tranquilizou – Só tô com sede. Você pode buscar um pouco de água para mim?:

- Claro! – Ela disse e foi buscar o líquido – Aqui:

- Obrigado! – O homem disse – Eu tava te vendo dormir – Ele disse sorrindo e depositando o copo vazio no móvel ao lado da cama – Cê tava toda encolhida na poltrona, deve tá com o corpo dolorido:

- Que nada! Bobagem! Eu tô bem!:

- Quer deitar comigo? – Ele perguntou – É uma cama de hospital, mas é grande o suficiente para nós dois:

- Quê isso! Imagina! Onde já se viu? Deve ser até proibido! – Ela riu:

- Nunca ouviu dizer, que o proibido é mais gostoso? - Ele arqueou uma sobrancelha, sedutor – Vem, deita aqui, tô com saudade do seu cheiro.

Mesmo relutante, ela cedeu. Com cuidado, para não machucá-lo, deitou-se,  aconchegando a cabeça na curva do braço dele que não estava machucado. Gentilmente, ele a puxou mais pra perto. Até que ela estivesse com a cabeça repousada em seu peito:

- Eu te amo tanto, Lucinda. Espero que você nunca se esqueça disso. – Ele sussurrou e pode sentir os lábios dela curvarem-se num sorriso:

- Eu já perdi as contas, de quantas vezes você disse que me amava, só essa semana. Olha que eu vou acreditar, hein delegado!? – Ela brincou:

- É pra acreditar mesmo! Eu vou falar quantas vezes forem necessárias! Te amo tanto, Lucinda! Tanto!:

- Também amo você, delegado!- Ela olhou para cima, para encará-lo e deixar um beijo rápido em seus lábios – Amo muito! Mas agora, é melhor a gente dormir, porque amanhã é o seu dia de alta e nós precisamos acordar cedo. Lucinda despertou devagar, mas sobressaltou-se quando viu Anely parada em frente à cama com um sorriso bobo no rosto:

- Anely, do céu! Quer me matar do coração?:

- Desculpa, Lu! Mas é que eu entrei, vi vocês dois aí, tão bonitinhos dormindo, que não tive coragem de acordar! – Nesse meio tempo, Marino também acordou e espantou-se ao dar de cara com a moça:

- Bom dia, cunhado! Vim buscar os pombinhos!:

- Iiiiih, que história é essa de "cunhado"? Que eu saiba, ninguém me pediu em namoro... – Lucinda brincou:

One Shots LurinoOnde histórias criam vida. Descubra agora