VI- Você Não Atrapalha Nunca, Amor.

199 10 0
                                    


Por um instante minha vida
Se fez mais bonita
Quando você chegou
Lá onde as estrelas dormem
A gente tem sorte
De encontrar amor


Desde o pedido de namoro, que teve a importante participação de Cristian, a relação de Lucinda e Marino seguia cada vez mais sólida. Agora, depois de aprenderem com os erros do passado, ambos dialogavam sobre tudo. Eles estabeleceram um combinado: nunca deveriam dormir chateados um com o outro e deveriam sempre conversar sobre o que causava incômodo. Era claro que eles haviam amadurecido como casal.

Evidentemente, o relacionamento entre a gerente da cooperativa e o delegado, ainda era pauta entre os moradores da cidade. Todos comentavam que Lucinda estava mais sorridente e brincalhona e que Marino parecia muito mais comprometido com o trabalho. Também era notável a completa adoração que ele tinha pela mulher.

Se na delegacia, ele era sempre sério; com Lucinda, o homem de transformava:

- Eu quero os resultados dessa investigação na minha mesa até amanhã! Estamos entendidos? – Ele questionou aos seus subordinados. A voz grave e o olhar duro, completavam o visual intimidante:

- Sim senhor, chefe!

Marino trabalhava concentrado junto com seus colegas, quando uma batida à porta de sua sala, o desperta:

- Licença, atrapalho? – Lucinda diz, pondo parte do corpo para dentro, parada próximo à porta:

- Você não atrapalha nunca, amor – O delegado responde, deixando o que fazia de lado e indo até ela – Entra – Ele a puxa pela mão e dá na namorada um selinho rápido:

- Eu já tô indo pra casa e passei aqui para irmos juntos – A mulher sorri:

- Amor, eu queria muito ir com você, mas ainda tenho muito trabalho por aqui:

- Vai dar plantão hoje, é? Por que não me avisou?

- Não vou dar plantão, meu bem. É que chegaram uns APFs aqui e eu preciso organizar a situação, porque os presos vão pra audiência de custódia amanhã cedo:

- Entendi. Mas você chega pro jantar?

- Prometo que vou tentar!

- Tá bom, então – Ela sorriu e depositou um beijo rápido nos lábios dele- Ah, e antes que eu me esqueça, nada de levar chocolate de sobremesa pro Cris, hein? Ele tá ficando mal acostumado! E hoje é segunda-feira!

- Mas amor, ele gosta! – O delegado se justificou:

- É claro que ele gosta, Marino! – Ela riu- Ele é uma criança. Mas eu não quero o Cristian comendo besteira todo dia. Estamos entendidos? – A mulher perguntou arqueando a sobrancelha:

- Estamos! – O homem respondeu, levando as mãos em sinal de rendição:

- Ótimo! Agora deixa eu ir, que já atrapalhei muito o trabalho de vocês! – Despediu-se do namorado, beijando-o mais uma vez – Tchau , pessoal – Acenou para os demais policiais que estavam na sala e depois saiu:

- Quem diria! O delegado, um homem desse tamanho, completamente domado por alguém tão pequenininha como a Lucinda! – Um dos colegas dele zombou:

-Ê...que história é essa de "Lucinda?" Pra você, é DONA Lucinda – O delegado advertiu:

- Iiiiih, ó lá! Foi só a namorada sair, que voltou a ser o chefe carrasco! – Outro policial comentou;

- Bem que o povo na cidade tá comentando, que só a Lucinda consegue dobrar o delegado! -Mais um colega engrossou o coro de brincadeiras:

- Nossa, como vocês estão engraçados hoje, né? Mas vamos voltar ao trabalho porque eu quero terminar isso logo e ir pra casa!:

- A mulher mal saiu, e ele já tá com saudade! Ê ô ô vida de gaaadooo – A zombaria continuou.

Mais tarde, naquela noite...

- Ô de casa! – Marino falou ou entrar. Encontrou Lucinda, Anely e Cristian já sentados à mesa – cheguei em cima da hora, mas cheguei! – Disse indo te a namorada para beijá-la, depois cumprimentou o enteado e a cunhada:

- E o sorvete de sobremesa, Marino? Não trouxe? - O garoto perguntou:

- Hoje não, cara! Recebi ordens expressas de uma certa gerente, para não trazer! E você sabe que eu não sou nem doido de desobedecer a uma ordem da sua mãe, né? – Ele riu – vou só lavar as mãos e já venho pra jantarmos:

- Então, quer dizer que o delegado nunca vai desobedecer a uma ordem minha, é? – Lucinda perguntou, quando os dois ficaram à sós na cozinha. Cristian e Anely já dormiam e o casal terminava de lavar e guardar a louça do jantar : Bom saber! Deixou de lado a tarefa de guardar os utensílios e aproximou-se do namorado que terminava r de enxaguar um prato na pia – Então, se eu mandar você largar essa louça e me dar um beijo, você larga? :

- Sem pensar duas vezes! – O homem respondeu, virando-se imediatamente e enlaçando a mulher pela cintura. – Você sabe, que eu tô sempre ao seu dispor, não é? – Perguntou sedutor, enquanto emaranhava os dedos no cabelo dela. – Pra fazer o que você quiser:

- Então, agora, só me beija – Lucinda sussurrou, bem próximo ao lábio dele. E teve o seu pedido prontamente atendimento com um beijo que a esquentou inteira e a fez esquecer que eles estavam na cozinha.

Quando ela percebeu, estava sentada na bancada, completamente entregue as sensações que Marino despertava em seu corpo. Tomada por um lapso de razão, ela disse, sem desgrudar os lábios dos dele, que era melhor que fosse para o quarto:

- Já falei que te amo, hoje? Que você é uma mulher incrível e que eu tenho muita sorte por você ser minha? -Ele falava baixinho, enquanto sua boca passeava por cada parte do corpo da namorada:

- Hoje, ainda não! – Ela respondeu ofegante. Era difícil raciocinar enquanto os lábios dele atiçavam o seu ponto mais sensível:

- Pois eu te amo! – Ele interrompeu rapidamente o que fazia e ela quase chorou de frustração, mas não demorou muito, até que ele retomasse.

E mais uma vez. Eles tiveram a certeza, de que o que estavam construindo, seria para sempre .

* Nota da autora:

APFs: Auto de Prisão em Flagrante: documentos no qual constam as informações sobre a prisão em flagrante, no momento do crime ou pouco tempo após a sua ocorrência.


One Shots LurinoOnde histórias criam vida. Descubra agora