∆•°Fyodor Dostoiyevsk°•∆

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Sim, esse capítulo é sobre o senhor ratazano, vai ser importante no futuro (pelo menos é o que eu planejo)

Três capítulos em uma semana uau 😮
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Eu não sou um homem frio, eu sou simplesmente uma pessoa que não merece amor.
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Pov. Fydor

Nem sempre morei em São Petesburgo, na verdade, só me mudei depois dos meus 10 anos.

Desde pequeno, éramos só eu e minha mãe. Sim, meu pai ainda era vivo, mas, sinceramente, nunca cheguei a me importar com ele. Na verdade eu sinto um pouco de raiva dele.

Lembro-me vagamente de morar numa vila, modesta mas muito simpática, e havia um jardim; ah que lindo jardim. Saía de casa cedo, só para passar o dia todo observando os animais que se escondiam por ali, a maioria sendo coelhos, ratos e esquilos.

Mamãe saia para trabalhar, mas não tinha problema, a vizinhança me conhecia e cuidava de mim. Éramos todos amigos ali, ou eu pensava que éramos.

De noite nós dois nos deitavámos em nossa cama (dormiam eu e minha mãe na cama de casal), e minha mãe me contava histórias sobre como o amor era lindo e como amava esse tipo de coisa romântica. Nunca realmente entendi isso, mas minha mãe falava tão animada...oi talvez fosse apenas a animação de uma mulher de vinte e um anos.

Ela também me cantava um música, The One, lembro-me da melodia toda, e apenas um trecho da letra realmente me chamava atenção.

"In the instant that you love someone
In the second that the hammer hits
Reality runs up your spine
And the pieces finally fit"

Minha mãe cantava como um anjo, o que me fazia questionar se ela era real ou só uma miragem de minha cabeça. Mas acho que miragens não sofrem, e minha mãe sofreu, muito.

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Como disse, nunca cheguei a amar meu pai; que me atirem pedras por tal erro grotesco. O máximo que sentia era admiração por ele fazer minha mãe feliz. Até aquele início de maio.

Lembro-me com clareza do que aconteceu naquele dia, apesar de não lembrar que dia era.

Estávamos eu e minha mãe, brincando de esconde-esconde, a porta fez barulho; alguém batia nela. Minha mãe atendeu, achando que eu não estava vendo, mas eu estava -dava para ver ela andando, já que eu estava dentro do armário da cozinha.

Um homem, que quando pequeno batizei de "Mensageiro da Morte" informou à minha mãe que meu pai estava morto. Ele foi frio, talvez tivesse outras pessoas para visitar, e isso me fez raiva. Sim, raiva. Não, eu não estava triste, estava com raiva.

Meu pai nos abandonou quando eu tinha dez anos.

E minha mãe teria que cuidar de nós dois sozinha.

Minha mãe começou a soluçar, seu rosto ficou inchado e os olhos marejando lágrimas. Eu estava irritado, apenas isso, irritado com meu pai, irritado com o tal mensageiro; simplesmente irritado.

Fui até minha mãe e a abracei, não estávamos brincando de esconde-esconde agora. Ela me abraçou, o abraço mais forte que ela me deu, e disse que iria ficar tudo bem.

" Está tudo bem ficar triste, mon beau chaton. Eu também estou triste, a mamãe está triste; e está tudo bem!"

∆°•°Freedom and Solitude°•°∆Onde histórias criam vida. Descubra agora