•°•Freedom•°•

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É, o dia chegou.
Eu devo admitir que não estou pronta pra escrever isso, mas vamos lá.
Quero agradecer a todos que ficaram até aqui lendo, que votaram comentaram e acompanharam a história até aqui.
Tenho que agradecer principalmente a tagawa_ e cqueenmath, amo vcs monas maravilhosas💞💞💞
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17 de novembro

Já haviam se passado dois meses. Amanhã seria o último dia da Decay of Angels na cidade. Dois meses que pareciam ter passado voando, e, ao mesmo tempo, demoraram uma vida toda. Se alguém dissesse a Fydor de dois meses atrás que ele iria se apaixonar por um artista de circo, ele provavelmente te chamaria de esquizofrênico.

Mas ali estava ele, deitado no chão junto de Nikolai, os dois olhando para o céu e dizendo o que pensavam. Não estava chovendo dessa vez, uma coisa rara já que quando estavam juntos sempre caía pelo menos uma gota.

— Dostoy -chamou Nikolai o tirando de seus pensamentos- Por que nunca perguntou sobre meu passado?

— Bem, se você nunca falou sobre eu não acho que deva tocar nesse assunto.

— É uma história complicada, sabe? Só Sigma sabe dela. Mas...acho que posso contar para você.

***

1920, Moscou

Era isso, ele estava trancado no quarto de novo. Aquela já havia sido a quarta vez naquelas duas semanas.

— Nicolas! -gritava seu pai enquanto batia na porta- É melhor você se arrumar logo, antes que eu vá quebrar essa porta!

Um silêncio pairou, Nikolai se recusava a responder. O homem estava perdendo a paciência, mas logo saiu do local, seus sapatos caros fazendo barulho quando em contato com o chão.

Nikolai respirou aliviado, não queria que sua mãe visse aquilo de novo. Ele abriu a porta, observando a saída do pai pela porta da frente. Seu olhar era nebuloso, chegando a assustar, o garoto tremeu perante ao ato. Ele olhou para a parede ao seu lado, a pintura de sua mãe ali.

Bernartte era uma mulher linda, seus cabelos brancos presos em uma trança no ombro esquerdo. Seus olhos azul e verde, graças a heterocromia, brilhavam com a luz do Sol. Seu sorriso dava destaque às suas covinhas, que sempre eram elogiadas por todos. Ela era linda. E diziam que Nikolai era igual a sua mãe.

— Bernartte, minha cara, por que me abandonou aqui?  -questionou encarando a pintura- Você dizia me amar e sonhava em me conhecer, então por que não está aqui ao meu lado?

Ele ficou em silêncio, sabia o motivo. Sua mãe morreu quando ele nasceu, e eles nunca se viram, mas presumia que ela o amava mais que seu pai. Sendo sincero, seu pai só o amava por ele parecer com sua mãe.

Ele o "amava" por se parecer com sua mãe. Ele não o amava, ele amava ela. Mas seu pai era um monstro.

Ele iria se casar com uma tal de Anna, em cerca de três meses. Mas ele não estaria vivo até lá.

Ele pegou um fósforo que guardava no bolso, se direcionou ao quarto novamente e jogou-o em uma pilha de roupas e restos de animais. Ele sorriu ao ver seu suposto cadáver pegando fogo.

∆°•°Freedom and Solitude°•°∆Onde histórias criam vida. Descubra agora