Capítulo 5

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Vagner desde menorzinho sempre foi o garoto que eu amei, a gente sempre criou planos e desde sempre éramos muito próximos.

Sempre percebi os olhares do pai dele pra mim, mas eu sempre achei que era natural, eu era uma criança e não entendia a maldade.
Conforme eu fui crescendo, era mais nítido esses olhares e eu passei a ter medo de ir na casa do Vg.

Eu sou adotada, minha mãe me abandonou com a faxineira e Dona Ana me assumiu e me criou, já passei por muita necessidade, mas não por falta de amor.
Com tempo ela adoeceu, acabamos descobrindo muito tarde que era a famosa trombose, minha mãe acabou perdendo a perna. E por não aguentar depender dos outros, se suicidando.

Victor Carlos, mais conhecido como Vitin. Me assumiu como sua mulher, o mais nojento disso tudo é que eu não tive escolha. Eu era uma criança de 12 anos. Não entendia nada sobre o mundo.
Vagner ficou revoltado, nunca aceitou isso. E eu não tinha muito o que fazer, era muitos abusos, violência física. Eu era tratada como uma empregada. E durante a noite eu era estrupada, se eu não gemesse ou não tivesse reação, eu apanhava até dormir.

Foi assim até meus 19 anos, quando eu me declarei pro Vagner e a gente começou a se envolver escondido. Até o pai dele descobrir e jurar ele de morte. Hoje o Vg se tornou um grande filho da puta e eu não reconheço mais ele. Mas às vezes eu o vejo, bem lá no fundo ele ainda existe.

Eu vivo a 3 anos aqui na Rocinha, onde o Leleto abraçou a gente e deixou que ficassemos aqui.
Tenho medo de ser descoberta, de não poder ser feliz novamente. Quero a sorte de uma vida tranquila, não quero viver com medo.

Th: Tô entrando em, espero que não esteja pelada. - Thiago entrou no meu quarto com os olhos fechados.

Letícia: Que que você quer Th? Isso é invasão de privacidade. - brinquei rindo.

Th: Quero saber como você tá, Vg disse que te contou o que ele vai fazer. Sei que é difícil pra você, mas você tem que entender o lado dele.

Letícia: Eu entendo, só tô com medo e se acontecer alguma coisa que não seja a que vocês estão planejando? - falei cutucando o lençol da cama.

Th: Relaxa que o Vagner sabe o que faz, ele não é mais criança. Sabe que pra cada reação tem uma ação.

Letícia: É pra cada ação tem uma reação. - falei gastando ele.

Th: Isso mermo, foi isso que eu quis dizer. Eu te amo e te considero como irmã mais nova, eu sinto muita falta da Dona Ana mas vejo ela em você. Nossa mãe tem muito orgulho de tu, assim como eu também.

Letícia: Eu também te amo, mas não tenho certeza se ela se orgulharia do macaco branco que você se tornou.

Th: Isso é inveja, seu sonho é ser linda igual a mim. - deitou do meu lado e me abraçou. Vai trabalhar amanhã? - confirmei fechando o olho. Te levo então.

Letícia: Vai ter que levar a Patrícia também, pega meu celular e manda mensagem pra ela. Avisa que você vai pegar ela na entrada. - ele confirmou e foi mandar a mensagem.

Eu simplesmente apaguei, estava muito cansada hoje e queria dormir pra acordar melhor amanhã.

Th: Boa noite irmã, dorme bem. - beijou minha testa e virou pro outro lado.

O LimiteOnde histórias criam vida. Descubra agora