Capítulo 17: Plutão

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Notas da autora: Oi! :) 

Sejam todos bem vindos aos últimos momentos de Drops of Jupiter. Estamos nos encaminhando para o final e, para isso, eu chamei essa semana de #DropsWeek. Não é um evento, apenas uma motivação pessoal para que eu feche esse ciclo. O penúltimo capítulo sai no decorrer da semana, e encerraremos na próxima segunda, provavelmente. 

Espero que estejam gostando da história, e que entendam as motivações para como as coisas correram até aqui. Obrigada a quem me ajuda, motiva e comenta. Tudo isso tem sido incrível.

TW: uma pequena parte desse capítulo contém descrições breves de eventos que remetem ao luto. Não há nada visceral, mas caso isso te traga gatilhos, de alguma forma, não leia. Cuide-se. 

Boa leitura. <3

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"Um romance congelado."

Em 2006, Plutão deixou de ser um planeta.

Bem, ao menos, deixou de ser considerado como um.

Não existiam dúvidas em relação à sua capacidade de orbitar ao redor do Sol, só que havia algo sobre seu tamanho e movimentação que não exatamente o classificavam no mesmo lugar dos grandões, bonitos e visíveis a olho nu.

As coisas pararam de funcionar como deveriam? Plutão realmente parou de ser um planeta?

Não. Mas, ele perdeu-se em perspectiva.

E, por mais inconcebível que pareça a comparação, talvez seja isso que acontece com o amor.

Em toda sua vida, Helô sempre soube que o amor se apresentava de várias formas, jeitos, tamanhos e intensidades. A maneira de expressá-lo é diferente para diferentes relações, assim como os planetas são diferentes entre si, mas todos orbitam ao redor do mesmo objetivo. Da mesma estrela.

Só que pode ser confuso quando, por conta de algum fator, esse amor se mostre tão intenso e inexplicável, tão diferente, tão único e singular, que se perca em precedentes, em perspectivas. E não demora muito até que se faça loucuras por ele. Boas e ruins.

Levaram alguns anos até que Plutão finalmente enlouquecesse a União Internacional de Astronomia.

Levaram alguns anos até que o amor de Stenio e Helô os enlouquecesse por completo.

E, bem, agora eles estavam aqui.

Helô pensa, honestamente, que tudo que aconteceu nesse verão estava projetado para levá-los exatamente a esse ponto. Mas, na verdade, as coisas já estavam escalando há mais tempo do que ela pode contar – ou, pode contar perfeitamente. Talvez as incertezas em relação ao futuro os tenham feito negligenciar as conversas que precisavam ter no presente. Talvez, eles já fossem uma bomba em ato de explosão no momento exato em que colocaram os olhos um no outro, de volta à Lagoa.

Entretanto, agora, enquanto faz suas malas cuidadosamente, tentando não pensar nos acontecimentos das últimas semanas, Helô reflete que já não existem mais razões pelas quais girar em círculos mentais.

Porque acabou.

E, como disse, ela já sabia que isso aconteceria.

Sabia, mesmo quando, em algumas noites roubadas em que tudo que realmente importava era ficar consciente do peso do corpo dele sobre o seu, ela imaginou que poderia ser diferente.

Ou quando tudo que ela realmente queria era fugir com ele, entrar no mar e fingir que eles seriam engolidos pelas águas e levados à outra dimensão. Uma em que fossem apenas os dois, e as coisas não parecessem mais complicadas do que realmente são.

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