Capítulo 9 - Disforia.

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Acordei bem cedo, já tinham se passado 5 semanas desde que eu tinha machucado meu pé, e três semanas que eu havia tido minha primeira vez com Namjoon, as coisas desandaram e estavam estranhas entre nós, ele tirou uma pausa e viajou pra ver a mãe e não entramos mais em contato. Eu sofria muito, mas não podia de forma nenhuma deixar aquilo claro, Jimin, Yunjae e Tuilla sabiam como eu estava apaixonada, eram os únicos. Era o dia de examinar o pé, e eu estava terminando de arrumar minha bolsa pra ir ao médico quando Suga bateu na porta do quarto.

— Bom dia, está pronta? Tuilla está esperando pra vocês irem ao médico.

— Ah sim, estou. — Digo pondo a mochila nas costas.

Até eu notei o vazio na minha voz, Suga me olhou preocupado mas não disse nada.

Fechou a porta do quarto e meus olhos se encheram de lágrimas. Eu as contive e respirei fundo.

Yunjae entrou no quarto enquanto eu limpava as que de teimosia haviam caído.

— Tá tudo bem?

— Não sei dizer.

— O que está acontecendo? Quer conversar?

— Não.

— Ok, vamos ver como estão as coisas?

Ela sorriu numa tentativa de me animar. Sorri de volta e me levantei, meu pé não doía mais.

No hospital o médico mandou ter alguns cuidados, mas sem restrições. Eu me sentia nova. Saindo do consultório ouvi Yunjae falando ao telefone, porém ela desligou rápido e deu um sorriso amarelo. Não questionei nada. Entramos no carro e fomos pra casa.

Em casa Yunjae veio conversar comigo no quarto.

— Maya, PD me disse que recebeu uma denúncia sobre você.

— Denúncia?! — Arregalei os olhos colocando a mochila na cama.

— Sim, há umas semanas atrás você que trouxe um homem pra casa.

Arregalei os olhos

— Que?

— Sim, me pediram pra averiguar, e se for verdade infelizmente seu contrato será rescindido, pois uma das cláusulas era essa. Não trazer ninguém de fora pra casa.

Mas e se não era de fora? Conta?

— Pedi ao Minu pra olhar as câmeras, mas ele disse que no dia em questão as câmeras não funcionaram por conta de uma queda de energia durante a madrugada.

Fui tomada de uma angústia imensa, como não tínhamos pensado nas câmeras? Aquilo foi tão arriscado. A gente se abraçou, se beijou...

— Mas eu não trouxe ninguém pra casa! Eu juro. Eu saí pra jantar com o Namu. E ele veio me deixar aqui e foi embora. Não era um homem de fora. Era o Namu. Eu te contei.

— Eu acredito em você, mas vou ter que averiguar ok?

— Ok .

Ela saiu do quarto e tive um ímpeto de ligar pra Nam. Ele atendeu e a frieza na sua voz me fez estremecer, porém falei sobre o que conversei há pouco com Yunjae.

— Yunjae saiu agora do meu quarto dizendo que recebeu uma denúncia de que eu havia trazido um homem pra cá.

— E o que eu tenho com isso? — Respondeu ele friamente.

— Foi do dia que... você sabe.

— Não não sei, e não me importo, preciso desligar estou ocupado.

E desligou. Fiquei incrédula ouvindo o som de bipe e depois encarando o celular e sem perceber as lágrimas tomaram meu rosto, uma dor sem tamanho tomou meu coração e eu chorei, chorei descompassadamente, o que estava acontecendo? Eu me perguntava toda hora. O que tinha acontecido naquele curto espaço em que nos despedimos depois de fazer amor e agora que ele foi ver a mãe.

DOIS AMORES - Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora