"Tudo sobre você me dá arrepios, e eu nem te conheço. "
O ambiente aos poucos se acalmava ao passar dos minutos. O salão era preenchido somente por alguns parentes e umas pessoas que meu cérebro não recordava muito bem.
O cômodo enorme já estava quase vazio, com pessoas indo para lá e para cá pegando seus pertences para finalmente irem embora.
As canções de jazz e clássicas foram encerradas já alguns minutos atrás quando o meu pai deu um ponto final para a festa e senti que sim, foi um aniversário e tanto!
Meus olhos forçavam fechar e meu corpo já estava mole por causa do sono em excesso.
Esfrego o meu olho esquerdo com cautela para não estragar a maquiagem que foi se apagando ao rodar do baile.
- Pai. - Chamei a sua atenção tocando em seus braços firmes e esticados. - Estou indo dormir. - Bocejo, pôndo a mão na boca antes de cumprir a ação.
- Vá, querida. Eu irei acompanhar os poucos convidados até a porta e vou dormir depois. - Explicou ele, se virando para mim.
Roberts olhou para os fiapos soltos de cabelo no topo de minha cabeça e em seguida pairou seu olhar sobre meus olhos.
- Feliz aniversário mais uma vez, minha filha. Estou extremamente orgulhoso de você. - Seus olhos insistiam marejar enquanto pousava sua mão em cima da minha cabeça, bagunçando os fios que nem por uma salvação se safariam de seu carinho extravagante. Vamos chamar o meu pai de bebê chorão.
Sorrio sem mostrar os dentes.
- Agora vá dormir. Boa noite. - Ele dispensou, tirando suas mãos de mim e voltando para a famíla.
Subo as escadas e adentro o meu quarto escuro, tomado completamente pela noite.
Me sento na beira da cama e me livro rapidamente dos sapatos que machucavam um pouco meus pés. Esfreguei a traseira do meu pé, em busca de alívio e relaxamento no mesmo.
Levanto-me da poltrona indo em rumo ao banheiro e deixando meu corpo tomar o controle da situação.
Eu estava em frente ao espelho, olhando o meu reflexo invertido no vidro.
Deslizo a ponta dos dedos no colar de safira que aquela mulher que eu nem ao menos sei seu nome me deu. Ele foi o primeiro presente a ser usado por mim e que eu realmente fiz questão de usar. Até mesmo o presente de meu pai não foi tão especial quanto... Esse.
Não entendia o que exatamente me causou essa vontade de tanto usá-lo. O colar em si não tinha nada demais, portanto, uma voz dentro de mim clamava para que eu o usasse logo.
Logo me perdi no abismo daquelas pedras delicadas e em cada detalhe prata muito bem trabalhada. Parecia que a mulher misteriosa havia o comprado no céu e me trouxe.
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Adelina | ⚢
RomanceESSA OBRA É UM DARK ROMANCE No século XVIII, o majestoso reino de Virgyl testemunha o nascimento de Ophellia, uma bela e encantadora princesa. Porém, sua vida é ameaçada pela invejosa Morgana, uma bruxa disfarçada que busca aproveitar os poderes de...