Parte 5-Ódio à primeira vista

0 0 0
                                    

Desde o primeiro momento em que viu Nivan, Everly sentiu uma pontada de raiva, mas não por detestar seres humanos num geral, apenas pela falta de vergonha na cara que ele tem ao flertar com ela na cara dura.

—Senhorita... –ele a vê chegando no corredor dos quartos de hóspedes— no dia em que a vi, estava usando um vestido, agora usa um...

—Um semi-traje de guerra. –ela o interrompe— Não me sinto confortável com vestidos.

—Você fica linda, independente do que estiver usando. Acredito que, inclusive nua.

Até então, Nivan olhava nos olhos vermelhos de Everly, mas por alguns segundos, olhou para o decote do traje superior dela.

—Você pode olhar e pode imaginar o quanto quiser. –ela percebe e o provoca— Só não pode encostar sem a minha permissão.

—Você deve querer me esgoelar. –ele fala, sorrindo, sarcástico—.

—Não quero sua morte, apesar de passar raiva. Detesto sua falta de vergonha na cara e não você.

—Minha falta de vergonha na cara?

—Nivan, eu sei reconhecer um problema quando vejo um. Você não me engana com essa tentativa de ser galanteador. Você só quer se divertir.

—Eu gosto de me aventurar, Everly, já que não tenho compromissos oficiais.

—Se aventurar como um cavaleiro ou como um mulherengo? –ela cruza os braços— Não vou cair nos seus encantos.

—Posso te provocar até cair nesses tais encantos, senhorita.

—Ou pode me fazer perder a paciência e me fazer quebrar isso que você chama de cara. –ela fica impaciente e entra no quarto, fechando a porta na cara de Nivan—.

—Senhorita, acho que o verdadeiro ''problema'' aqui é você. –ele fala pela porta— E é um problema que eu adoraria resolver.

Nivan não espera por uma resposta, vai passar a noite fora do castelo, como de costume.

Everly, como passatempo, assiste ao treinamento fétido do exército corvinal de uma janela. Nivan a encontra, sentada na beira da janela, e não perde a chance:

—Esse treinamento lhe chama a atenção?

—Por que tudo o que você fala soa como algo perverso?

—A maldade está nos olhos de quem vê, Everly.

—Você não é muito exemplo de bondade.

—Avery me aconselhou a não encostar em você.

—Ela é esperta.

—Queria saber o porquê.

—Apenas saiba que é gentileza sua em seguir os conselhos dela. Ou esperteza.

—Nossos irmãos mais velhos estão na Lua de Mel. –ele ignora o que ela diz— Logo mais será o nosso casamento, senhorita.

—Não se depender de mim, Nivan.

—Você não pode reclamar de mim, não sem antes experimentar.

—Experimentar o quê? –ela finalmente o olha, já que prestava a atenção no treinamento e o ignorava visualmente—.

Como sua resposta, Niv apenas dá um sorriso ladino.

—Não vamos nos casar pelo seu próprio bem. –Everly entende o que ele quis dizer— Eu vou te matar na primeira oportunidade.

—Não seja tão má, só estou sendo sincero. Você não vai se arrepender de provar um pouco.

VeronnaOnde histórias criam vida. Descubra agora